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Professores de Manhuaçu decidem iniciar greve total a partir de quarta-feira

25/10/2007 - Atualizado em 28/10/2007 10h32

Servidores da Educação de Manhuaçu decidiram entrar em estado total de greve a partir de quarta-feira, 31. A assembléia deliberou que os professores continuam com a operação tartaruga até a terça-feira. Se o Prefeito Sérgio Breder não se reunir com o grupo de professores e a UNSP a ordem é parar todas as atividades. Eles ainda ingressaram com um pedido de liminar para garantir o direito de greve dos servidores.

Com a presença de cerca de 120 professores, a coordenadora distrital da USNP Carmem Brum passou a primeira parte do encontro explicando que a redução do período de aulas, apelidada de operação tartaruga, não foi declarada ilegal. “O prefeito divulgou um comunicado em que chama o nosso movimento de ilegal, mas não há decisão alguma amparando isso. Eu considero essa atitude uma forma de pressão e que não podemos tolerar”. Ela ainda defendeu que os artigos do Estatuto do Servidor não impedem os atos dos últimos dias e citou a lei 7.783/89 que garante o direito de greve.

DIÁLOGO

Em votação, a proposta de paralisar as atividades totalmente foi aprovada por 95 professores. Por lei, o sindicato precisa comunicar a prefeitura com antecedência de 48 horas. Em função disso, os servidores optaram pelo início na quarta-feira.

Para o representante dos professores, Lander Franklin, faltou diálogo do prefeito: “Eu ouvi aquele dia na Câmara ele falar que iria sentar com a comissão e negociar. Agora na terça-feira fui apunhalado pelas costas com esse comunicado em que fazem terrorismo para os professores voltarem”.

O argumento principal dos professores para endurecem o movimento, partindo para a greve, é justamente a falta de diálogo. Eles só admitem voltar ao trabalho depois que a prefeitura aceitar negociar.

Sobre o piso salarial, os professores insistem que isso é apenas um dos itens da pauta de reivindicações. “A primeira reivindicação é de que o professor de nível II tenha um cargo e não um número de aulas para trabalhar; o segundo ponto é a discussão do piso salarial mediante ao que vai ser criado ainda, incluindo aí o plano de cargos; e o terceiro item é a oferta de atendimento em saúde, dedicando um profissional para o setor de educação”.

LIMINAR

A UNSP decidiu entrar com um pedido de liminar. A advogada do sindicato, Jaqueline Pinheiro diz que a greve não é ilegal e que o sindicato vai pedir na Justiça que seja garantindo o direito aos servidores de reivindicar e não serem penalizados com as medidas anunciadas.

A presidente da assembléia Sâmia Cruz diz que o levantamento da UNSP mostra que cerca de 80% da rede aderiu a operação tartaruga. Eles identificaram três escolas na cidade que não aderiram (Santa Luzia, Bom Jardim e Bom Pastor) e consideram que o movimento na zona rural é quase total.

Carlos Henrique Cruz - 25/10/07 - 19:01 - portalcaparao@gmail.com 

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