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Segurança

Viaturas apedrejadas: Pai diz que polícia agiu com truculência

30/10/2007 - Atualizado em 01/11/2007 07h52

“Qual pai vê o filho sendo agredido pela polícia e não faz alguma coisa?” – A afirmação de Geraldo Ferreira Miguel, 44 anos, mostra a revolta com o episódio em que uma abordagem policial acabou com oito pessoas presas no bairro Engenho da Serra depois de apedrejarem duas viaturas da Polícia Militar. O pai do motociclista abordado denuncia abuso de autoridade e truculência na ação policial.

Edvaldo foi abordado por dois policiais quando passava de moto na rua em que mora com o capacete levantado acima da testa. Durante a abordagem, ele desacatou os policiais e recebeu voz de prisão. O pai interveio na ocorrência e também foi preso. Moradores revoltados começaram a atirar pedras nas duas viaturas.

Morador do bairro Engenho da Serra há vários anos e com os filhos trabalhando com ele na fábrica de tijolos de cimento, Geraldo Ferreira diz que todos o conhecem e sabem de sua vida. “Nós nunca desrespeitamos a polícia. Agora nós trabalhamos com maquinas barulhentas e falamos alto mesmo, mas isso é bem diferente de ter falado alguma ofensa, como eles colocaram na ocorrência”, afirma.

A versão do pai é de que o filho entregou a carteira de habilitação e os documentos da moto e os policiais falaram que iria apreender o veículo e que a CNH apresentava suspeita de autenticidade. Segundo Geraldo, “o Edvaldo falou ´então apreende a moto também, mas toma cuidado porque ela é nova, já que só paguei três prestações´”. Nessa hora, os policiais o prenderam e aí o pai interveio.

“Ele estava dominado por dois policiais e me deram coronhada nas costas e bateram com o cassetete”, conta. Segundo Geraldo, os moradores começaram a jogar pedras justamente por ver o “abuso da polícia e a truculência em que agiam”.

ALGEMAS

Geraldo diz que os policiais entraram em casas sem autorização na busca pelas pessoas que jogaram pedras e que na delegacia ficou 15 horas algemado. “Eles me deixaram sofrendo demais. Com dores e o braço para trás até que no dia seguinte, pela manhã, um policial resolveu ir lá e colocou nossas mãos para frente. A noite toda, ficavam falando que perderam a chave das algemas”, alega o fabricante de blocos.

A carteira de habilitação de Edvaldo não tem irregularidade. Ela foi emitida pelo Detran de Manhuaçu.

Geraldo Ferreira Miguel diz que se sentiu humilhado diante dessa história toda. Ele ainda afirmou que não está conseguindo dormir e nem trabalhar. “Eu quero Justiça para que isso não ocorra de novo”, afirmou dizendo que tem medo de ser perseguido.   Carlos Henrique Cruz - 30/10/07 - 07:48 - portalcaparao@gmail.com    Leia também: Boletim de Ocorrência mostra desacato e apredejamento 

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