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Juiz aposentado é preso por matar a companheira

25/07/2014 - Atualizado em 25/07/2014 09h52

RESTINGA SECA (RS) - O juiz aposentado Francisco Eclache Filho, de 65 anos, foi preso ao confessar ter matado a companheira, Madalena Dotto Nogara, de 55 anos, na noite de terça-feira (22), em Restinga Seca (RS). Ele sofreu um acidente logo após o assassinato e, ao ser encontrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) gaúcha, confessou que havia cometido um crime. Francisco Eclache Filho foi juiz na Comarca de Manhumirim.

Entre os anos de 1993 e 2007, Eclache Filho foi juiz em Conselheiro Lafaiete (MG), depois passou por Congonhas (MG), onde se aposentou em 2010. Ele atuou também nas comarcas mineiras de Jacuí, Manhumirim e Barbacena.

Segundo relatou à polícia, ele deu três tiros em Madalena depois de uma discussão que começou quando ele lhe mostrava sua arma, por volta das 22h de terça-feira (22). Ele chegou a efetuar cinco disparos com um revólver calibre 38, mas dois tiros não atingiram a vítima.

O acidente

Depois de assassiná-la, Francisco alegou ter saído sem rumo em seu Fiat Uno branco, no sentido de Porto Alegre (RS). No meio do caminho, fez uma parada na cidade de Osório (RS), onde efetuou um saque bancário e, após retomar a estrada, sofreu um acidente de trânsito. Na hora em que foi socorrido pela PRF, Francisco confessou que havia matado sua companheira logo antes.

Ele chegou a ser encaminhado ao hospital da cidade de Tramandaí, com escoriações leves, mas, em seguida, foi levado para a delegacia da Polícia Civil de Osório. Na delegacia, ele prestou depoimento sobre o crime.

Motivo pode ser ciúmes

De acordo com a delegada de Restinga Seca, Elizabete Shimamura, as investigações devem começar nesta sexta-feira (25). A principal hipótese trabalhada até o momento é de crime motivado por ciúmes.

“Não existe crime sem motivação. Ainda é muito cedo para afirmar certeiramente, mas já temos alguns depoimentos informais de que, embora ele fosse uma pessoa que tentasse parecer sociável em público, demonstrava certo sentimento de posse sobre a mulher”, afirma a delegada Elizabete.

Francisco e Madalena se conheceram em dezembro do ano passado pela internet. Após algum tempo de relacionamento à distância, ele se mudou de Minas Gerais para o Rio Grande do Sul. Os dois moravam juntos havia três meses.

Madalena possuía uma filha e uma neta, mas, juntos, ela e Francisco não tinham filhos. O enterro da vítima aconteceu na tarde desta quinta-feira (24).

Surpresa

De acordo com  ex-colegas de trabalho e outras pessoas de convívio em Conselheiro Lafaiete e também em Manhumirim, a notícia foi uma surpresa.

O magistrado aposentado era visto como uma pessoa “prestativa”, “sociável”, “tranquila” e “querida”. Ele foi juiz da 2ª Vara Cível.

Após a confissão do crime, foi decretada sua prisão preventiva e ele foi encaminhado para o Grupamento de Operações Especiais (GOE) da polícia militar gaúcha em Porto Alegre (RS), onde aguarda o andamento do processo.

O juiz ainda não possui advogado e a reportagem não conseguiu falar com o suspeito.

Ennio Rodrigues e André Santos / O Tempo

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