SANTA BÁRBARA DO LESTE E CARATINGA (MG) - Mãe e padrasto chegaram ao Fórum Desembargador Faria e Sousa, em Caratinga, por volta das 13h desta terça-feira (14/10) escoltados por agentes penitenciários. Os réus estão detidos no Presídio de Ponte Nova.
O casal é acusado de torturar e matar enforcado João Paulo Camilo, de 06 anos. Além de matar João Paulo, os acusados também torturam os irmãos dele, de 03 e 05 anos.
A audiência de instrução e julgamento e teve início às 13h30 desta terça, para ouvir as testemunhas e os réus do processo. Josina Concebida Moysés, de 36 anos, e José Mateus da Silva, de 35 anos, estão presos desde o dia 29 de junho de 2013. O caso foi descoberto depois que os acusados foram até a casa de Alcino e inventaram que João Paulo tinha fugido de casa, mas na verdade ele já estava morto.
O corpo de João Paulo foi encontrado em meio a um matagal, às margens da BR-116, em Dom Corrêa, distrito de Manhuaçu. O casal torturava as crianças dentro de casa, no Córrego Barra Alegre, na zona rural de Santa Bárbara do Leste. Mãe e padrasto praticavam as agressões e os atos de tortura contra as crianças com arreio de cavalo e cinto. Os meninos eram agredidos porque faziam suas necessidades fisiológicas em cima da cama.
A Polícia Civil indiciou os acusados pelos crimes de homicídio qualificado (por asfixia e por motivo fútil) e ocultação de cadáver pela morte de João Paulo, e pelo crime de tortura contra as três crianças. Somadas todas as penas, eles podem ser condenados por até 91 anos de prisão.
CRIANÇAS VIVEM NOVA VIDA
As crianças de três e cinco anos de idade não perguntam pela mãe e não fazem menção ao padrasto, conforme relatou a tia Maria Aparecida de Oliveira.
As lembranças podem ser remotas, mas algumas marcas ficaram para sempre, cicatrizes de um ambiente hostil, quando as crianças apanhavam e chegaram até a sofrer queimaduras enquanto estavam sob a custódia da mãe Josina Concebida e do padrasto José Matheus. O irmão João Paulo Camilo, de 06 anos foi assassinado. O casal segue detido na unidade prisional de Ipaba. Uma distância e ausências necessárias para as crianças.
Já se passaram mais de três meses e segundo os tios que cuidam das crianças, a pergunta não muito frequente é pelo irmão e se conformam com a resposta de que ele se tornou uma estrela. As referências de pai e mãe no lar também mudaram. Agora os tios assumiram estes papéis.
Aos poucos os pequenos vão se adaptando à nova realidade. Eles continuam recebendo apoio psicológico e no ano que vem iniciam uma nova etapa da vida, vão começar a estudar.
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