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Manhuaçuense se destaca na redação do Enem

26/01/2015 - Atualizado em 26/01/2015 10h17

Fagner Bastos obteve 940 pontos na redação do Enem

MANHUAÇU (MG) – Com 17 anos, o jovem Fagner Bastos, pensa em seguir a carreira de médico ou odonto. Estudando a vida toda em escola pública e sem condições de pagar um curso preparatório, ele começou seus estudos em casa. Durante cerca de quatro horas por dia se dedicava a leituras de livros, jornais e revistas.

Com um investimento de R$ 90 assinou dois sites para corrigir suas redações. Em cada erro corrigido, um crescimento maior do aluno. O resultado, 940 pontos na redação do ENEM e uma média geral de cerca de 700 pontos em toda a prova, nota esta que o classificou apto a duas universidades públicas, agora o jovem busca melhorar sua média e tentar o curso de medicina em 2015. 

 
Estudando a vida toda em escola pública, passando pela Salime Nacif, Polivalente e Maria de Lucca, o jovem já havia realizado o Exame Nacional do Ensino Médio em 2013, quando cursava o segundo ano do Ensino Médio, apenas para treinar. Ele acabou fazendo uma média de 580 pontos na prova e de 680 na redação. Empenhado em entrar num curso superior, o jovem resolveu se dedicar e começou uma intensa rotina de estudos.
 
Fagner cursava o último ano do Ensino Médio pela manhã. Ao chegar em casa, por volta do 12h, começava uma rotina de estudos que ia até o horário em que saia para trabalhar, o jovem trabalha a noite numa academia, totalizando cerca de quatro horas. “ Eu não tinha dinheiro para pagar um cursinho particular, então estudava em casa mesmo, por livros, por vídeo aulas. Eu lia livros de sociologia, que acabou contribuindo muito para o meu vocabulário, o que me ajudou bastante na redação”.
 
Segundo o estudante, ele teve um apoio muito grande dos professores da escola Maria de Lucca, que quando ficaram sabendo do objetivo do jovem, chegaram a dar livros que eles tinham em suas casas para ele estudar. “Minha professora de física chegou a me dar um livro que ela tinha em casa e que me ajudou muito. Quando eles veem alguém que quer progredir, eles ajudam muito”, relembra.
 
O jovem ainda contou com o apoio incondicional da família e dos amigos. “Minha família ficou muito orgulhosa de mim. Todos me apoiaram muito, temos conversado desde o início do ano. Caso você precise mudar para outra cidade, vamos te apoiar. E uma própria frase do meu pai: dou meus pulos aqui. Esse apoio da família é muito importante. Muitas vezes, o estudante tem que se privar de coisas, como por exemplo, eu adorava ver filmes, sair nas minhas tardes lives. Eu tive que me privar disso por um certo tempo”.
 
A ROTINA DE ESTUDOS
 
Para Fagner, é importante intensificar a leitura, pois o além de ajudar na redação, o ENEM é praticamente 50% de interpretação de texto. “A população brasileira, por não ter o hábito de leitura, acaba tendo uma interpretação defasada. O segredo para a redação é saber a estrutura dela, os próprios professores de redação nos indicam nas aulas, a leitura, principalmente, tanto de jornais, com as notícias atuais, quanto de livros didáticos, quanto de livros de literatura. Porque com isso você exercita o vocabulário e a interpretação de texto. Porque muita gente zerou a redação? Porque não souberam interpretar o que a proposta estava pedindo. E outro diferencial durante os estudos é o de exercitar a escrita. Eu fazia pelos menos duas redações por semana. Se o aluno conseguir escrever pelo menos uma redação por semana já está ótimo. É muito importante também cronometrar o tempo, pois é apenas um hora para fazer a redação e transcrevê-la. É importante não passar deste tempo para não apertar nas questões das outras matérias”, relata o jovem.
 
Ele chegou a assinar dois sites, o Brasil Escola, que é gratuito, e o Descomplica, em que pagou R$ 90 para o ano todo. “São ferramentas muito boas. Os dois corrigem uma redação por mês do aluno e apontavam os erros”, explica o jovem, que ainda ressalta que este foi o seu único investimento financeiro para os estudos. “Não ter condição financeira não é uma desculpa para não estudar. É lógico que quando a pessoa paga um cursinho bom, com os melhores professores, ajuda muito. Mas sem dinheiro, também é possível fazer um trabalho muito bom. Então aquele aluno que não tiver condição pode buscar livros em bibliotecas, nas escolas. A condição não limita ninguém”.
 
CURSO SUPERIOR
 
Com a nota que tirou no ENEM, Fagner conseguiu se inscrever em duas universidades públicas, a UFRJ e a Universidade Fluminense, ambas no curso de odontologia. Porém o jovem decidiu que irá tentar o exame em 2015, pois quer aumentar sua média e tentar ingressar em medicina.
 
“A dica é ter perseverança e continuar no rumo. É espetacular os jovens que estudam e pensam no futuro, eu estou nesse meio e sei que a maioria não pensa assim. Eles querem festejar apenas, não que seja errado, eu gosto também, mas a maioria não pensa numa profissão. E aqueles que não tem ideia de como buscar isso, eu indico que procure informações. Existem muitos professores bons na rede pública e eles dão dicas sensacionais e que deram certo”.
 

Professor Élio Romeiro destacou a dedicação do aluno

PALAVRA DO PROFESSOR
 
Élio Romeiro, professor de redação de Fagner, se diz muito orgulhoso do aluno. “É uma satisfação muito grande para mim, que fui professor dele e acredito que também para os demais que tiveram a oportunidade de te-lo como aluno. Já falei para ele, esta é uma primeira conquista, ele tem capacidade de encontrar muitas outras portas abertas, com o conhecimento que ele demonstrou. Isso é muito gratificante para nós e para ele”.
 
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