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Segurança

Caso Gebinho: versões diferentes para o acidente

06/03/2015 - Atualizado em 06/03/2015 19h25

MANHUAÇU (MG) - A Polícia Civil investiga as circunstâncias da morte do adolescente Gebertton Messias Gomes, conhecido como Gebinho, de 13 anos, já que várias versões foram dadas para o caso. O garoto morreu na noite de terça-feira (03), num acidente na Escola Estadual de Manhuaçu, antigo Polivalente. 

Gebertton era estudante do turno da tarde na escola. Teria chegado lá, por volta de 20h40, para encontrar com a namorada, que estuda no período noturno. Segundo as primeiras informações, e também como foi informado numa nota à imprensa divulgada pela direção da escola, ele teria entrado pulando o muro, no momento que tentava retornar para a rua, acabou caindo e morrendo.
 
Segundo a estudante Roberta da Silva Pimentel, de 16 anos, não foi assim que o fato ocorreu. Ela estava com Gebinho e afirma que ele teria entrado pelo portão da escola. “Nós estávamos conversando, ele já estava na escola, quando bateu o sinal para o recreio. Os meninos, que estavam com ele, gritou que o diretor vinha, pois não é permitido que alunos que estudem em outros períodos, fiquem na escola. Quando o diretor disse que chamaria a Polícia, ele, juntamente com os outros meninos, apavoraram e saíram correndo. Ele acabou escorregando e batendo a cabeça. Eu só escutei os gritos de que alguém tinha caído e desmaiado. Eu fui correndo para ver e era ele. Na hora, eu liguei para a mãe dele e acionamos o Corpo de Bombeiros. Eu e a professora fizemos massagem e tentamos chamá-lo, depois que eu chamei por ele três vezes, ele fechou o olho e morreu”, contou emocionada a amiga.
 
A necropsia confirmou que o jovem fraturou a coluna, teve traumatismo craniano e hemorragia interna. De acordo com o Corpo de Bombeiros, entre o acionamento e a chegada ao local foram cerca de 10 minutos.
 
O pai de Gebertton, Carlos Gomes, tenta entender o que aconteceu. “Quando eu recebi o recado, de que ele estava caído no colégio, chegamos eu e a mãe dele lá junto com o Corpo de Bombeiros. Várias amigas dele disseram que ele não havia pulado o muro, que ele entrou pelo portão e estava sentado conversando com os amigos. Nisso, alguém gritou que o diretor iria tirá-los de lá. Ele acabou correndo e caindo, escorregando na lama. Pelo laudo da perícia, um simples tombo não teria machucado tanto, acredito eu. Eu não sei o que aconteceu, mas eu quero saber. A Polícia esteve aqui hoje e já conversamos. Os alunos dizem que ele saiu correndo, mas ninguém diz o que aconteceu mesmo”, destaca o pai, que aguarda ainda o resultado do inquérito da Polícia Civil.
 
Uma reunião entre Polícia Militar, Superintendência Regional de Ensino e direção da escola ocorreu na manhã de quarta-feira, quando divulgaram uma nota informativa. Segundo o capitão da Polícia Militar, Agnaldo Schuab, houve várias versões para o fato e não se pode afirmar nada até o momento. “Nós não podemos, até o momento, afirmar se ele caiu de cima do muro ou se ele caiu quando estava dentro do colégio. As informações são variadas, tem pessoas que falar uma coisa, outras dão outra versão. Nós vamos aguardar o encerramento do inquérito policial, que fica a cargo da Polícia Civil. O importante é frisar que a Polícia Militar se solidariza com a família e estamos dando apoio a eles e à escola”.
 
Segundo o capitão, a escola já registrou outras ocorrências desse tipo, sendo muito comum adolescentes pularem o muro do colégio. “Já é uma prática nessa escola de alguns adolescentes entrarem lá pulando o muro. Antes era uma cerca e era uma reivindicação antiga da PM com a Escola para se construir o muro, que ainda está em fase de término a obra. Na maioria dos casos em que isso ocorre são alunos da escola, porém de outro turno, que acabam invadindo a escola, alegando que vão para praticar esporte ou para namorar. É um problema grave que a escola vive e a PM está para poder ajudá-los”, ressaltou.
 
Antes do acidente, a PM já havia intensificado o patrulhamento às escolas, com o lançamento do serviço de patrulha escolar, justamente para poder atender esse tipo de ocorrência.
 
OUTROS MENORES PULANDO O MURO
 
Durante a reunião, dois alunos, do período do noturno da escola, foram flagrados pela Polícia Militar, pulando o muro da escola, na mesma situação que informações apontam como teria ocorrido a morte de Gebinho. “A Polícia Militar estava no local fazendo o atendimento, quando esses dois adolescentes foram vistos pulando o mesmo muro, onde ontem tivemos uma vítima. Eles foram conduzidos para a Delegacia por estarem invadindo um terreno público. Nós pedimos aos pais que também acompanhem a vida de seus filhos, que eles saibam o que os filhos estão fazendo na rua e também na escola”, pediu o capitão.
 
O GEBINHO
 
O enterro de Gebertton foi às 17h de quarta. Tristeza tomou conta da rua onde morava a família. Uma verdadeira multidão se aglomerou para dar o adeus ao jovem.
 
Com os olhos marejados, seu pai dizia à reportagem: “a família toda está sofrendo muito, ele era um menino alegre, extrovertido, brincalhão, que gostava de ir para roça, andar de cavalo, jogar bola. Agora, não temos mais ele”.
 
Gebinho era filho da atual mulher de Carlos Gomes, conhecido como Carlinhos ratinho. 
 
Carlos relata que quando se casou com a mãe de Gebinho ele tinha apenas um ano. “Ele é meu filho de coração, de alma, de tudo”, comove-se o pai.
 
Com informações do Diário de Manhuaçu - portalcaparao@gmail.com

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