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Militares recebem treinamento sobre abordagem a deficientes

17/04/2015 - Atualizado em 17/04/2015 15h57

MANHUAÇU (MG) - Na manhã da última terça-feira 14/04, os Policiais Militares do 11º Batalhão receberam alguns integrantes do Projeto Atitude na 195ª Companhia de Ensino e treinamento. Um projeto voltado para a inclusão social e educacional de pessoas com deficiência visual e auditiva.

O professor Fernando Portes, especialista em educação inclusiva é um dos coordenadores do Projeto. Ele ministrou uma palestra com o título " Acessibilidade das pessoas com deficiência visual" e falou sobre os Direitos da Pessoa Humana.

Na ocasião alguns deficientes visuais puderam contar suas histórias de vida e falar sobre suas percepções de mundo, além de compartilharem das dificuldades que enfrentam no dia a dia, principalmente no que diz respeito a acessibilidade.

O Professor Fernando falou sobre atitudes corretas a serem tomadas na hora de auxiliar um deficiente visual. Muitos têm boa vontade, mas acabam constrangendo os deficientes puxando-os pelo braço ou gritando com eles por acharem que não escutam direito, sendo que a audição é um dos sentidos mais desenvolvidos nestes deficientes.
 
Foram feitas demonstrações práticas da rotina de vida dos deficientes e alguns dos Policiais que participaram da palestra puderam sentir na pele um pouquinho do que é não enxergar.

A palestra abordou inicialmente em breves palavras, os graus da dificiencia visual, as formas de comunicações com os cegos e acessibilidade e mobilidade urbana. “Muitas pessoas chegam próximo a um cego e falam gritando, como se essas pessoas não escutassem”, explicou o professor.

Foi orientado aos militares a forma correta de abordar um cego, seja para auxiliar, ou para uma busca pessoal durante uma ocorrencia. “Primeiramente o militar ou quem quer que seja, ao se aproximar de uma pessoa cega e queira se comunicar com ela, é se identificar, diga bom dia ou boa tarde, se identifique e caso queira ajudar pergunte ao deficiente se ele aceita ajuda, se a pessoa aceitar e já tiver conhecimento das tecnicas, ela mesma vai orienta-lo de como proceder, se não souber, você nunca deve agarrá-la pelo braço e sair puxando-a, dê o seu cotuvelo ou ombro para essa segurar e saia adando normalmente e quando deixa-la no local onde ela pediu, informe-a onde ela está”, destaca Fernando Portes.

Sentir na Pele

Durante a palestra, alguns militares tiveram os olhos vendados, para sentir na prática como seria o mundo na escuridão, entre eles a Tenente Carla e o Tenente Reis. “Foi um momento emocionante, nós todos os dias reclamamos de tantas coisas no nosso dia a dia, que não damos valor às coisas tão importantes na nossa vida. Foi verdeiramente ver a vida com outros olhos”, disse emocionada a Assessora de Comunicação Social do 11º Batalhão.
Para o Comandante da Companhia Escola, Tenente Reis, a experiencia foi um momento impar. “O que vivenciamos nesta manha aqui no 11º Batalhão foi algo, que nos leva a refletir sobre os verdadeiros valores da vida. Se tivéssemos 10% da força destas pessoas que hoje aqui estão, nós faríamos coisas extraordinárias”, completa o militar.

Para prestar um serviço satisfatório à sociedade, é importante que saibamos lidar com todas as pessoas que compõem a nossa comunidade. Entre elas estão as pessoas com deficiência”, finaliza Tenente Reis.

A palestra do professor Fernando Portes foi muito elogiada pelos participantes. Ao final o especialista em acessibilidade recebeu um certificado e parabenizou o Comando do 11º Batalhão pela iniciativa de levar mais conhecimento sobre a inclusão social aos Policiais Militares.

Jailton Pereira - portalcaparao@gmail.com

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