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MANHUAÇU (MG) - O segundo menor que manteve família refém, na madrugada do último dia 30/03, também foi encaminhado para a internação. O adolescente, de 17 anos, por ser dependente químico, foi levado para um centro de tratamento, por decreto do Juiz da Vara da Infância e Juventude de Manhuaçu, e pode permanecer no local a por até seis meses. A vaga chegou pouco mais de dez dias após seu comparsa, também menor, ser encaminhado ao Centro de Internação em Governador Valadares. População ainda cobra providências com relação aos outros que atearam fogo em um jovem e agrediram outros dois.
Segundo capitão Schuab, da Polícia Militar, a internação de mais este menor é um trabalho em conjunto entre PM, Conselho Tutelar e da vara da infância e juventude, através do juiz Dr. Marco Antônio Silva.
O menor figurava como autor em diversos atos infracionais, inclusive considerados violentos, como aponta o policial. "Nós já tínhamos conseguido a vaga de internação para o comparsa dele, que há pouco mais de dez dias manteve uma família refém em uma um roubo a uma residência no bairro Santo Antônio, em Manhuaçu", declara.
A internação do menor será num centro de recuperação para dependentes químicos, na cidade de Lagoa da Prata, e pode permanecer no local, dependendo do tratamento, até seis meses. "Este infrator não foi internado num centro de internação para adolescentes que cometeram atos infracionais, ele foi internado para tratamento pelo uso de drogas. Então, vamos aguardar como irá se desenvolver o tratamento. Ressalto que ele também já está completando 18 anos neste ano e a todos esperam que realmente ele se cure do vício das drogas e que ele possa ser reintegrado ao convívio da sociedade", explicou capitão Schuab.
Embora esta internação seja para tratamento do vício, o policial ressalta que, caso permanecesse nas ruas, ele também seria internado nesses outros centros, mas que, por sorte, conseguiu-se a vaga para o adolescente tratar da dependência química.
O jovem foi encaminhado na última sexta-feira, pelo Conselho Tutelar e com o apoio da Secretária de Saúde. Segundo o militar, o menor internado, praticava crimes violentos e estava em conluio com outros adolescentes na prática de delitos violentos.
OUTROS MENORES
Capitão Schuab ressalta que é um esforço em conjunto para conseguir a internação para esses adolescentes, que estão praticando estes delitos mais violentos. "Nós temos outros menores aguardando internação e o nosso trabalho não irá parar. Nós já conversamos com o juiz e estamos tentando vaga para todos aqueles que já possuem internação decretada, através da vara da infância e juventude, então conseguindo vagas, vamos internar outros. E bom que estes outros menores infratores saibam que as vagas estão surgindo e se eles continuarem a praticar delitos, eles serão internados também", destacou o policial.
O militar citou que na quarta-feira (15/04), ocorreu no Fórum Desembargador Alonso Starling, uma audiência com o outro menor que manteve a família refém, internado há 16 dias em Governador Valadares. "Ele deu o testemunho de que o crime não compensa e que ele agora está vendo realmente o que é ficar em um Centro de Internação. Ele disse que aquilo não é a vida que ele quer e, em apenas 16 dias, viu que o crime não compensa".
De acordo com capitão Schuab, essa audiência é de instrução do processo, isto é, para ouvir testemunhas, o próprio menor e familiares. O adolescente foi internado no último dia 30, provisoriamente por 45 dias, conforme estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
O processo todo deve ser encerrado antes deste prazo para a decretação da internação definitiva. Caso esta seja deferida, ele poderá ficar no Centro de Internação até completar os 21 anos.
Segundo o juiz da Vara da Infância e Juventude de Manhuaçu, Dr. Marco Antônio Silva, em entrevista anterior, só estão sujeitos a internação menores que cometam atos infracionais envolvendo violência, como roubos, estupros, homicídios, entre outros, ou caso sejam reincidentes em atos infracionais como tráfico de drogas, por exemplo.
FAMÍLIA REFÉM
Na madrugada do último dia 30, por volta de 3h, os dois adolescentes invadiram uma casa, no bairro Santo Antônio, e fizeram uma família de refém. Os infratores levaram R$ 20 mil.
De acordo com o registro, os menores invadiram a casa e renderam o médico, a esposa dele e o filho. Armado com revólver, o adolescente, agora internado, levou a mulher e o rapaz para o terceiro andar. Ele revirou a casa e exigiu que o outro infrator, de 16 anos, saísse com o médico para pegar um carro na garagem e colocarem eletrônicos, como televisão e outros equipamentos da casa.
Enquanto mantinha duas vítimas como reféns, o outro menor, de posse de uma chave de fenda e faca, levou o médico até o carro. Uma equipe da Polícia Militar fazia patrulhamento e fez a abordagem. Os militares viram o infrator, que também já é conhecido no meio policial.
O menor, de 17 anos, percebeu que o comparsa havia sido apreendido. Trancou as duas vítimas no banheiro e fugiu pelos fundos. Ele levou aproximadamente R$ 20 mil em dinheiro e dois cordões de ouro.
TORTURA E FOGO
Três elementos foram presos pela Polícia Militar por torturar três adolescentes na tarde de domingo, 05/04, no bairro Santa Terezinha. Num deles, os autores jogaram querosene e depois atearam fogo. Queriam forçar os menores a contar onde estão escondidos os 20 mil reais roubados na casa do médico.
Os responsáveis foram presos e encaminhados para a delegacia. Apesar da instauração de inquérito, ainda não houve um desfecho para os envolvidos na tortura e nem para os menores que furtaram na casa do jovem que foi internado em Governador Valadares.
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