Portal Caparaó - INSS paralisa e servidores explicam deficiências da agência
Economia

INSS paralisa e servidores explicam deficiências da agência

09/07/2015 - Atualizado em 09/07/2015 07h39

MANHUAÇU (MG) - A greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entra no terceiro dia nesta quinta-feira (9). O movimento está crescendo e ganhando adesão de mais funcionários. Em Manhuaçu, desde terça-feira, alguns funcionários aderiram a paralisação. A tendência é que seja ampliado.

Os funcionários pedem um reajuste salarial de 27,5% imediato, com aumento gradual durante os próximos quatro anos. Uma reunião foi feita na tarde de terça-feira com o Ministério do Planejamento, e outra deverá ocorrer no dia 21 de julho. Essa greve permanece até o dia 21, ao que tudo indica, já que o Ministério ficou de fazer uma proposta e só depois disso os servidores vão definir os rumos da greve.

Em nota, o Ministério do Planejamento diz que propôs o reajuste de 21,3%, dividido em parcelas de 5,5% em 2016, 5% em 2017, 4,8% em 2018 e 4,5% em 2019. Ainda segundo o texto, as negociações irão continuar.

Na nota, a Previdência diz que está aberta à negociação com os grevistas. "O Ministério da Previdência Social e o INSS têm baseado sua relação com os servidores no respeito, no diálogo e na compreensão da importância do papel da categoria no reconhecimento dos direitos da clientela previdenciária e, por isso, mantém as portas abertas às suas entidades representativas para a construção de uma solução que contemple os interesses de todos."

Quem agendou atendimento em uma Agência da Previdência Social (APS) que está em greve deve ter a data remarcada, informa uma nota da Previdência.

O reagendamento será realizado pela própria APS e o segurado poderá confirmar a nova data ligando para a Central 135 no dia seguinte à data originalmente marcada.

Para evitar prejuízos nos benefícios dos segurados, o INSS vai considerar a data originalmente agendada como a data de entrada do requerimento.

MANHUAÇU

Na agência de Manhuaçu, o movimento grevista divulgou um comunicado informando explicando que o objetivo vai além de lutar por melhores condições de trabalho para os servidores públicos do INSS. “Nossa luta é por todos os trabalhadores de Manhuaçu e região que necessitam do nosso atendimento. Entenda, por favor, que a nossa luta beneficiará cada um de vocês que não poderão ser atendidos nos próximos dias, enquanto durar a greve”.

Além disso, o comunicado explica que, por causa da falta de servidores, a APS Manhuaçu, há mais de três meses, não atende requerimentos de aposentadoria por idade de trabalhador urbano, aposentadoria por tempo de contribuição, auxílio-reclusão, certidão de tempo de contribuição e acerto de tempo de contribuição (cálculo de contribuições em atraso, alteração de atividade de contribuinte individual e inclusão/alteração de vínculos empregatícios).

 Atualmente, a pessoa de Manhuaçu que quiser requerer algum desses benefícios ou serviços está tendo que se deslocar até Manhumirim, Caratinga, Mutum ou outra cidade que possua uma agência da Previdência Social.

A falta de funcionários é tamanha que se a pessoa precisar de um simples extrato de vínculos (CNIS) ou de um comprovante de pagamento provavelmente será necessário aguardar uma hora, duas horas ou até ter que voltar no dia seguinte.

Outro ponto alertado pelos servidores é que não existe fila na porta da agência, no entanto, as filas virtuais de agendamento estão cada vez maiores. Hoje há pessoas aguardando há mais de dois meses para serem atendidas.

O movimento explica que os servidores estão sobrecarregados de trabalho e os processos se acumulam sobre suas mesas e dentro dos armários.

A luta dos servidores é para que seja realizado um concurso público com oferta de pelo menos dez vagas para a APS Manhuaçu. “Muitos servidores se aposentaram e outros foram removidos ou foram para outros cargos públicos. Não veio ninguém para o lugar dos que saíram”, explicam.

MINAS GERAIS

O sindicato da categoria em Minas diz que a adesão dos funcionários à greve cresceu neste segundo dia, mas a gerência da Previdência Social no estado não informou o balanço da paralisação.

Em Belo Horizonte, as dez agências da capital estão fechadas e 90% dos funcionários, parados. O índice significa a totalidade de servidores administrativos. Os outros 10% seriam chefes e superintendentes.

No interior do estado, 72 agências estão com serviço suspenso. No Sul de Minas, 19 das 25 agências aderiram ao movimento. No Centro-Oeste, oito das 21 agências da região paralisaram as atividades. Segundo a gerência regional, em média, 660 pessoas deixam de ser atendidas por dia nas cidades de Divinópolis, Itapecerica, Itaúna, Pará de Minas, Monte Santo de Minas, São Sebastião do Paraíso, Passos e Formiga.

Ao todo, Minas Gerais tem 182 agências e 2.825 funcionários.

Segundo as informações da gerência executiva de Uberaba, no Triângulo Mineiro, as perícias técnicas continuam sendo feitas normalmente, mas os atendimentos espontâneos foram os mais prejudicados. Nas cidades de Frutal, João Pinheiro, Coromandel e Carmo do Paranaíba também há servidores paralisados por tempo indeterminado.

A paralisação também afeta agências em Juiz de Fora e outras cidades da Zona da Mata. Ponte Nova também fechou as portas.

Carlos Henrique Cruz - carlos@portalcaparao.com.br

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