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Economia

Empresas de Manhuaçu investem em comércio eletrônico

29/07/2015 - Atualizado em 29/07/2015 08h28

MANHUAÇU (MG) - Com o recuo dos principais índices econômicos, a alta dos preços e a redução do consumo, o Brasil vive um dos piores momentos em sua economia na última década. Em Manhuaçu, a crise afeta o comércio, a produção industrial e, até a Prefeitura, anunciou o cancelamento de uma tradicional festa do município devido à falta de arrecadação e repasse dos Governos Estadual e Federal. Para driblar essa crise, empresários manhuaçuenses precisam inovar e ajustar os custos, conforme explica o presidente da ACIAM, Silvério Afonso.

De acordo com Silvério, a associação não possui dados estatísticos ou informações privadas de cada empresa, mas o que se tem visto em reuniões com esse empresariado é um grande temor e muito cuidado com os investimentos, tanto de pequenas, como médias e grandes empresas. Para ele, este é o momento de colocar o pé no freio.

“Nesse momento de crise, é preciso fazer ajuste em todos os gastos, até as coisas normalizarem. As empresas têm que se ajustar; ver o que pode ser cortado no custo de produção sem perder a qualidade ou aumentar os preços. Os empresários devem trabalhar dobrado e, principalmente, com otimismo e com novidades, pois o mercado está muito rápido e exige do empreendedor inovações. É um momento em que o consumidor fica mais exigente, ele quer qualidade e bom preço; imagina que, se o dinheiro está curto para a empresa, está curto para o consumidor. As empresas devem se preparar para fidelizar esse consumidor. Se uma determinada empresa tinha 10 clientes e agora tem apenas sete, tem que trabalhar dobrado para manter esses sete. E como faz isso? Melhor preparado para atender, com funcionários mais capacitados e com ajuste de custo para se ter preço melhor”, declara o presidente da ACIAM.

Mas se por um lado, empresários tem tido cautela para investir; por outro, essa disposição em inovar não tem ficado de lado, conforme comenta Silvério. Ele ressalta que diversas empresas de Manhuaçu têm criado alternativas para que a crise não as afete tanto. “Alguns empresários ligadas à associação tem procurado capacitar seus funcionários, melhorar a qualidade dos seus serviços e reinventar formas de venda, como o investimento no comércio virtual, que atinge grande parte do mercado econômico. Muitos empresários locais têm aderido a essa modalidade de venda”.

Entre as empresas de Manhuaçu que buscaram soluções para enfrentar a crise está a Calpen Auto Peças, que viu nas vendas on line uma excelente estratégia de alavancar as vendas. Segundo o gestor de comércio eletrônico da empresa, Ramirez Emerick, a ideia surgiu exatamente por causa da crise, como uma forma de não se limitarem ao mercado regional, que hoje é extremamente dependente do café; sem precisar abrir lojas físicas em outros locais.

“Hoje atendemos em todo o Brasil e começamos agora no Mercosul. Com um diferencial sobretudo no preço, conseguimos bater de frente com grandes empresas e estamos superando a crise. Com o e-commerce pode-se atender todo e qualquer cliente 24 horas por dia, sete dias por semana e 365 dias no ano, tudo isso com um custo muito mais baixo”, explica o gestor.

SEM DEMISSÕES EM GRANDE ESCALA

Conforme explica o presidente da ACIAM, ainda não se tem números oficiais se houve crescimento no número de desempregados em Manhuaçu, uma vez que esses dados são medidos pelo IBGE e devem ser exibidos daqui aproximadamente seis meses. Porém, ele destaca que o que se percebe na associação são demissões em algumas empresas que precisam ajustar o custo e que, eventualmente, precisam cortar na folha de pagamento; mas nada em grande escala.

“Quando o mercado aquece se contrata mais e, se a economia recua, existem demissões, mas ainda não houve demissões em massa ou muitas empresas fechando, isto é, aquelas que já estavam organizadas, estruturadas, estão enfrentando o problema e buscando alternativas”, explica.

FORMAS DE INCENTIVO

A ACIAM, como explica Silvério, está buscando algumas formas de ajudar o empresariado, através de cursos, treinamentos, busca de linhas de crédito mais acessíveis e campanhas. “Ainda pretendemos oferecer mais ajuda ao empresariado, para que juntos passemos pela crise, mas por ora, já buscamos junto ao BDMG, que é nosso parceiro, linhas de crédito fáceis e mais baratas para todos os empresários, não apenas aqueles associados. Outro trabalho que iremos realizar é em relação às campanhas, que buscam o incentivo às vendas. A primeira que lançamos agora é a campanha de natal, que é lançada bem antes para que o comerciante tenha tempo e prazo para comprar sua cota parcelada, sem necessitar de fazer um investimento bem na véspera do natal”.

EXPECTATIVA

O presidente da ACIAM ressalta que o que está incomodando um pouco o comércio e a indústria é essa instabilidade do mercado econômico. “O que a gente espera para esses próximos meses é que o Governo Federal defina com mais clareza quais serão as medidas para se enfrentar a crise. Por enquanto, ele tem soltado algumas medidas paliativas, mas ainda é preciso criar um projeto de médio e longo prazo para frear a recessão. A expectativa é que até meados de 2016 as coisas ainda fiquem instáveis”, ressalta.

Com informações do Diário de Manhuaçu - contato@portalcaparao.com.br
 

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