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Segurança

Funcionário de igreja é preso durante depoimento

22/07/2016 - Atualizado em 23/07/2016 13h21

IPABA (MG) – Um jovem que foi intimado a comparecer à Delegacia da Polícia Civil de Ipaba, para prestar depoimento em um inquérito que apura denúncia de desvio de recursos da igreja no município, acabou preso por força de um mandado de prisão expedido pela Justiça da Comarca de Ipanema.

O delegado da PC, Célio Las Casas de Andrade comanda investigações que apuram denúncias de irregularidades na igreja em que membros da diretoria se rebelaram contra a sede, em Caratinga, e promoveram a emancipação da unidade em Ipaba. O procedimento foi considerado irregular e virou alvo de uma disputa que tramita nas instâncias superiores da Justiça. 

Na semana passada, a Operação Assembleia cumpriu nove mandados de busca e apreensão, na sede da igreja, em uma fundação, uma associação, na rádio comunitária, além de um lar de idosos, todos mantidos pela igreja em Ipaba. Agora, funcionários das instituições começam a ser ouvidos.

Na tarde desta quarta-feira, ao receber o funcionário da igreja, Kelvysson Augusto Lopes Ramos da Silva Oliveira, 24 anos, o investigador descobriu ao consultar a folha de antecedentes do investigado, que havia em aberto contra ele, o mandado de prisão originário em Ipanema. Para surpresa dos investigadores, Kelvysson foi processado naquela cidade, justamente, por causa da suspeita de envolvimento com furtos em casas de fiéis da Igreja Assembleia de Deus.

De acordo com o delegado Célio Las Casas, as investigações apontaram que Kelvysson aproveitava de cultos nas casas dos membros da igreja, em Ipanema, e depois voltava para furtar nas residências. “Ele chegou a ser testemunha durante o cumprimento de mandados de busca na operação, semana passada. Kelvysson se apresentou como membro da igreja e acompanhou tudo. Agora, descobrimos que ele é muito ligado com a diretoria investigada”, ressaltou o delegado,

Com a descoberta, Kelvysson foi preso e recolhido a uma cela na Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho (PDMC), em Ipaba, e será recambiado para Ipanema assim que forem cumpridas formalidades com a Justiça da Comarca de Ipanema.

OPERAÇÃO ASSEMBLEIA

Na semana passada, uma operação da Polícia Civil foi realizada para investigar uma suspeita de desvio de dinheiro da Igreja Assembleia de Deus, em Ipaba.

No total, 20 policiais civis, comandados pelos delegados Alexandro Silveira, da 1ª Delegacia da PC de Ipatinga, e Célio Las Casas, da Delegacia da PC em Ipaba, cumpriram nove mandados de busca e apreensão, na sede da igreja, no Centro, e em fundação, associação, rádio comunitária e uma entidade assistencial mantida pela igreja.

Foram recolhidos documentos, computadores e dinheiro em cédulas de real e dólar, em uma estimativa de R$ 15 mil. Os alvos da operação foram o pastor geral, Geraldo Donato e seu filho, Edonias Lima.

A Polícia Civil não tem previsão de quando a investigação será concluída. A proposta da ação da polícia, não é impor qualquer tipo de coibição à igreja nem tampouco aos seus membros, mas defender os interesses dos fiéis e do patrimônio da igreja.

O delegado responsável pelo caso, Célio Las Casas, informou que a investigação trata de delitos que podem ter sido praticados por lideranças da igreja. “A Assembleia de Deus de Ipaba foi desmembrada da Igreja Assembleia de Caratinga, mas de forma considerada ilegal. O Tribunal de Justiça já reconheceu a alegação dos caratinguenses, que a igreja de Ipaba não poderia ser emancipada”, detalhou o delegado.

A investigação, acrescentou o delegado, visa apurar a atuação do grupo que se rebelou contra a sua sede. “Essa operação visa angariar indícios de possíveis delitos, dentre eles, possivelmente estelionato, apropriação indébita, crime contra o Estatuto do Idoso, entre outros”, esclareceu.

Em todas as entidades alvo da operação, cinco no total, o delegado Las Casas confirma que foram detectadas irregularidades de cunho administrativo, passíveis de medidas judiciais.

O delegado acrescentou que as denúncias sobre supostas irregularidades na igreja evangélica são antigas, mas foi uma investigação recente, sobre irregularidades na Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, que ramificou para a investigação sobre a igreja.

“Quando fomos investigar os casos na penitenciária pudemos ter uma visão maior sobre a vida dos investigados, que são o diretor geral e o assessor dele. São os mesmos, nas duas investigações”, confirmou.

Com informações de Wellington Fred - Jornal Diário do Aço

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