MANHUAÇU (MG) - A convocação de candidatos aprovados em concurso público da Polícia Civil é alvo de manifestação em todo o estado. Em Manhuaçu, policiais civis apoiaram candidatos que buscam a nomeação pelo Governo de Minas Gerais.
O objetivo da mobilização é cobrar do Governo do Estado que sejam convocados cerca de 1.300 excedentes do concurso.
Em várias reuniões realizadas pela comissão de Segurança Pública em que foram discutidas a situação da segurança pública em Belo Horizonte e no interior do Estado, o baixo efetivo foi apontado como um dos problemas a ser enfrentado.
Por exemplo, no último dia 15, em audiência pública da Assembleia de Minas realizada em Manhuaçu, moradores, lideranças e representantes das Polícia Civil e Militar reclamaram da falta de pessoal no município.
Representantes de sindicatos e associações de classe ligadas à Polícia Civil (PC) relatam que a corporação tem um deficit de 47% em seu efetivo no Estado.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores de Polícia Civil (Sindpol-MG), Denílson Martins, atualmente, os quadros da PC somam 8.700 servidores, mas o ideal seria um efetivo de 18.500 servidores. Deste total, existem no sistema 6.000 investigadores, sendo que o ideal seria 11.300.
"São 1.227 vagas a serem preenchidas por excedentes do concurso, que vence em 2019. A PC é a segunda maior fonte de arrecadação do Estado. Então convocar excedentes é uma forma de combater a crise", disse Denílson Martins.
O diretor do Sindicato dos Escrivães de Polícia (Sindep-MG), Paulo Fernandes Silveira, lembra que os números refletem a dificuldade da PC no atendimento às demandas da corporação. Como consequência, a população estaria desassistida. Para ele, mesmo com a nomeação de todos os excedentes, o efetivo ainda ficaria aquém do necessário.
Os representantes do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindepominas) e da Associação dos Delegados de Polícia Civil (Adepol-MG), Daniel Guimarães Rocha e Edson Pereira, respectivamente, defenderam na Assembleia de Minas a convocação imediata dos excedentes no concurso.
Os aprovados estão acampados há mais de 30 dias em frente ao Palácio das Mangabeiras, em Belo Horizonte.
Eles argumentam que o movimento, que tem passeatas e atos no interior, só vai ser encerrado quando um cronograma oficial com a data da nomeação de todos for definido.