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Surto de escorpiões preocupa moradores em Manhuaçu

20/07/2018 - Atualizado em 21/07/2018 10h57

MANHUAÇU (MG) - Um surto de escorpiões nos bairros Alfa Sul e Nossa Senhora Aparecida preocupa moradores de Manhuaçu. A Vigilância Ambiental está adotando providências e orienta a população sobre medidas preventivas e a Secretaria de Saúde informa que emergências devem ser encaminhadas para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

A Secretaria de Saúde de Manhuaçu, através da Vigilância Ambiental informou que está realizando o levantamento dos lotes vagos e obras no bairro Alfa Sul e no Nossa Senhora Aparecida há duas semanas para identificar os pontos de possíveis criadouros de escorpiões.

Além disso, em parceria com a Vigilância Sanitária e Secretaria de Fazenda, estão identificando e notificando os proprietários a efetuarem a limpeza necessária.  Ainda de acordo com a Secretaria Municipal, paralelo a esta ação a Vigilância vai identificar os pontos mais críticos para estudar a viabilidade de aplicação de inseticida.

A maioria dos acidentes são evitáveis tomando medidas preventivas como ter cuidado antes de pegar algum objeto em lugares onde estes animais possam estar abrigados e outras medidas, como a colocação  de telas nos ralos e a vistoria dos cômodos dos imóveis. 

SORO

De acordo com a secretária municipal de saúde, Karina Gama dos Santos Sales, os soros antivenenos são fornecidos pelo Ministério da Saúde e estão em falta em todos os municípios do Brasil. “Faz mais de um ano que os municípios reclamam da falta de soros para acidentes com animais peçonhentos”, reclama.

A secretária ainda informou que a UPA de Manhuaçu tem condições de atender as emergências. “Orientamos que no caso de acidentes com a picada do artrópode o paciente deverá ser levado a Unidade de Pronto Atendimento para receber medicação e soros conforme avaliação médica. Em caso de dúvidas ou denúncias ligar para o número 3332-3534”, pontua.

Karina Gama explica que há mais de um ano, todos os municípios enfrentam problemas com soros para acidentes com todos os animais peçonhentos, como escorpiões, cobras e aranhas. “Isso já foi pautado e cobrado pelas prefeituras e o Governo do Estado sabe disso, mas infelizmente não foi resolvido. Além disso, não é um soro que é possível comprar. Ele somente é produzido e fornecido pelos laboratórios oficiais”, detalhou.

REESTRUTURAÇÃO

A Secretaria de Estado de Saúde informou que desde o fim de 2015 houve redução da produção de soros antipeçonhentos devido à reestruturação de dois laboratórios, o que acarretou em menos quantidade de doses enviadas aos Estados e, consequentemente, às regionais e municípios. A previsão de regularização dos estoques é para o mês de outubro de 2018.

No início de 2017, os três principais laboratórios que fabricam soros antivenenos no Brasil (Fundação Ezequiel Dias/MG, Instituto Vital Brazil/RJ e Instituto Butantan/SP) tiveram que parar a produção para realizar readequações, atendendo as exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

NÚMEROS

Responsável por 184 mortes no Brasil em 2017, o escorpião ultrapassou as serpentes no topo do ranking de animais peçonhentos que mais matam no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. No mesmo ano, foram registrados 105 casos de morte por veneno de cobra.

De 2013 para cá, aumentou em 163% o número de óbitos causados por esse artrópode; naquele ano, eram apenas 70. A proporção no aumento das mortes é muito maior do que a dos casos notificados de escorpionismo, ou seja, situações em que o escorpião injeta veneno em uma pessoa através do ferrão, sem necessariamente levá-la à morte. Eles somaram 125.156 no ano passado, diante de 78.363 em 2013, um aumento de quase 60%.

Os estados de São Paulo e Minas Gerais exibem a situação mais alarmante nas tabelas do Ministério da Saúde. Ambos registraram, respectivamente, 26 e 22 mortes por picada de escorpião em 2017.

A maioria dos casos é de picadas nos pés e nas mãos, seguidas de dor intensa no local, que costuma irradiar para os membros. Por vezes, aparecem vermelhidão, inchaço e/ou febre, sintomas ainda considerados leves.

Em casos mais graves, porém, o quadro pode evoluir para náuseas, vômitos, dor abdominal, sudorese excessiva, taquicardia, salivação fora do normal, agitação ou prostração, perda do controle cognitivo, insuficiência cardíaca, edema pulmonar e choque.

A recomendação, em caso de ferroada, é procurar o serviço de saúde mais próximo. Limpar o local da picada com água e sabão pode ser uma medida auxiliar, desde que não atrase a ida da pessoa ao posto de atendimento. Não se deve fazer torniquete, aplicar qualquer substância no ponto da picada nem fechá-lo com curativo, para não favorecer infecções.

Carlos Henrique Cruz - carlos@portalcaparao.com.br

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