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APAC Manhuaçu apresenta bons resultados com curso de panificação

11/04/2019 - Atualizado em 11/04/2019 13h54

MANHUAÇU (MG) - A APAC de Manhuaçu, em parceria com o Instituto Minas pela Paz, realizou na entidade o curso de assistente de panificação. As aulas foram realizadas em dois turnos, manhã e tarde, e tiveram a participação de 32 pessoas, entre funcionários e recuperandos.

A entrega dos certificados aconteceu na sexta-feira, 05/04, com a presença da presidente da APAC Manhuaçu Dra. Denise Rodrigues, do Juiz de Direito da Vara Criminal e de Execuções Penais de Manhuaçu, Dr. Alexandre de Almeida Rocha, Promotor de Justiça Dr. Carlos Samuel, representante do Instituto Minas Pela Paz Enéas Melo, representantes do Senac Manhuaçu Joseane Conceição Pazeli e Gilvane Hott, comandante do Corpo de Bombeiros Tenente Flávio Mota, parceiros e membros da diretoria.

O curso ministrado pela instrutora de padaria, panificação e confeitaria, Michelle Cardoso, teve como objetivo ensinar aos alunos todas as etapas de produção de várias receitas até o produto final, como pães, biscoitos, rocamboles, dentre outros, além de qualificá-los para o mercado de trabalho.

SONHO

Durante a abertura, a presidente Dra. Denise Rodrigues, destacou que o período do outono sempre marca grandes conquistas da APAC de Manhuaçu. Foi justamente em mais uma manhã dessa estação que o Centro de Reintegração de Manhuaçu concretizou o sonho de sua padaria.

“Era um projeto antigo tendo em vista a importância da qualificação dos recuperandos e o Juiz, Dr. Alexandre de Almeida, tinha esse objetivo de instalar uma padaria numa APAC. Enfim, objetivos convergentes, planos de Deus. Elaboramos um projeto, seguimos todos os requisitos e a foram liberados recursos das prestações pecuniárias. Como o espaço era pequeno, precisamos de uma reforma. Com apoio da mão-de-obra dos recuperandos fizemos a ampliação, reparos na rede elétrica e finalizamos com a compra dos equipamentos. Assim estávamos prontos para início das atividades, mas faltava a qualificação dos recuperandos.

Fizemos contato com o Instituto Minas pela Paz e a ajuda de outro importante parceiro Sesi-Senai. A equipe da APAC se empenhou e conseguimos realizar o curso”, contou.

Dra. Denise ainda agradeceu às parcerias da APAC Manhuaçu, como o Tribunal de Justiça – Comarca de Manhuaçu, Ministério Público, Federação das Apacs, Instituto Minas pela Paz, Sesi-Senai, 11º Batalhão de Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Presídio de Manhuaçu e a Prefeitura Municipal.

OPORTUNIDADE

A presidente reforçou que a qualificação é o caminho para reinserção no mercado de trabalho. Atualmente há 124 recuperandos cumprindo suas penas na APAC. “Objetivo é que todos os recuperandos que por aqui passem se ressocializem, retornem aos seus lares, reiniciem suas vidas, mas que estejam preparados para isso. E essa preparação só é possível com qualificação profissional, através da educação. Agradeço a Deus, aos parceiros e parabenizo os recuperandos que aproveitaram essa oportunidade e se dedicaram com muito empenho”.

O representante do Minas pela Paz, Enéas Melo, explica que esse curso é mais uma forma de oferecer oportunidades para os recuperandos, seja trabalhando numa padaria ou empreendendo o próprio negócio. “A padaria tem um efeito duplo: a qualificação dos recuperandos, mas a geração de recursos para crescer. A área de alimentação sempre demanda profissionais e produtos. A APAC de Manhuaçu tem agora uma padaria com um enorme potencial e que pode gerar mais recursos para ampliar as ações da própria APAC, criar novas oportunidades”.

O juiz Dr. Alexandre de Almeida, lembrou que trabalhou durante quatro anos em Campo Belo e sempre preocupou-se com a questão da qualificação profissional do recuperando, quando retorna para a sociedade. Naquela comarca tinha a intenção de viabilizar a padaria, mas não foi possível e encontrou em Manhuaçu pessoas engajadas com esse projeto. “Eu sempre me preocupo com a questão do estudo do preso e a qualificação para que possa se reinserir na sociedade e assim diminuir a possibilidade de reincidência. A gente acredita que vários que aqui estão vão poder voltar à sociedade. Cumpriu a pena, não deve mais nada. Tem que sair e praticar condutas de acordo com as regras que se aplicam a todos. Que possam lá fora ter oportunidade de trabalho. Não desejamos que voltem para o sistema carcerário. Estamos fazendo a nossa parte”.

Ao final, o magistrado elogiou a boa administração da Dra. Denise Rodrigues pelo comando e dedicação à APAC de Manhuaçu, bem como o empenho de todos no sucesso do curso.

A cerimônia teve a brilhante participação da Banda do 11º Batalhão de Polícia Militar.

MODELO

As ações na Apac são baseadas em doze elementos fundamentais: participação da comunidade, recuperando ajudando o recuperando, trabalho, religião, assistência jurídica, assistência à saúde, valorização humana, família, o voluntário e sua formação, centro de reintegração social (CRS), mérito e a jornada de libertação com Cristo.

O modelo auxilia na execução penal e na administração do cumprimento das penas privativas de liberdade dos regimes fechado, semiaberto e aberto. Os presos são, juntamente com a instituição, responsáveis pela recuperação de si mesmos e dos outros detentos. Eles trabalham e estudam, e passam o dia envolvidos em atividades internas. 3.278 recuperandos cumprem pena em Apacs em Minas Gerais, segundo levantamento feito em janeiro deste ano.

Carlos Henrique Cruz - carlos@portalcaparao.com.br

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