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O caso Alessah e a luta contra a cultura do cancelamento

12/08/2020 - Atualizado em 12/08/2020 18h38

MANHUAÇU (MG) - O advogado e professor universitário, Dr. Glauco Murad Macedo, publicou um artigo sobre a repercussão e as medidas judiciais que estão sendo adotadas no caso da digital influencer Alessah Freitas e a luta contra a cultura do cancelamento.

O defensor ressalta que “a Lei não tolera a ameaça, calúnia, a injúria, a difamação, a extorsão, a formação dessas quadrilhas de ódio. O linchamento, tal como ocorreu, sim, é crime e seus protagonistas serão indiscriminadamente responsabilizados, evidentemente, nos limites da Lei”.

No dia 24 de julho, após uma publicação restrita aos seus melhores amigos em sua rede social (instagram), envolvendo seu gato de estimação, a influencer Alessah Freitas foi vítima de uma série de ataques à sua honra, por meio de comentários de ódio que visavam seu linchamento virtual, dando coro à malfadada cultura do cancelamento, inclusive com extorsões dirigidas à empresários que lhe contratavam.

No vídeo, Alessah aparece jogando fumaça de cigarro na cabeça do gato.

Segundo o advogado, representantes de uma ONG estiveram no mesmo dia em sua residência sugerindo que ela entregasse o seu gato, a pretexto de protegê-lo. Apavorada com a situação, a jovem influencer acatou e entregou o animal.

Após a imensa repercussão, Alessah foi intimada a comparecer à Delegacia Regional de Manhuaçu. Ela foi ouvida na Delegacia Especializada no Meio Ambiente e prestou esclarecimentos.

O advogado explica que foi demonstrado que Alessah não pratica maus tratos e o gato foi devolvido aos seus cuidados. “Ao contrário dos linchadores que atribuíam a ela a conduta de maus tratos, a autoridade policial em conjunto com sua equipe (pessoas bem treinadas e com amplo conhecimento do direito) entendeu ser a conduta de Alessah Freitas um indiferente penal, determinando, inclusive, a restituição de seu gato”, pontuou.

Segundo Dr. Glauco Macedo, levaram em consideração os cuidados prestados por ela ao gato, como cartão de vacinação devidamente preenchido, visitas periódicas ao veterinário, bem como a saúde em geral. “Na realidade, o gato que havia sido por ela adotado estava sendo muito bem tratado”, afirmou.

Linchamento virtual

Episódios como esse têm sido frequentes nas redes sociais. Descuidos dão margem a interpretações equivocadas, as vezes maldosas, e esse o estopim para um verdadeiro linchamento que põe em risco a carreira e, às vezes, a própria vida das vítimas desse “cancelamento”.

De acordo com o advogado, criticar e não concordar com o comportamento de quem quer que seja é até mesmo salutar, mas tudo tem seu limite.

Ele cita, inclusive, a atitude de várias entidades que se uniram para apoiar um youtuber cuja nota pública continha o seguinte trecho: “A liberdade de expressão é um dos direitos constitucionalmente previstos mais importantes conferidos a todos nós, cidadãos e cidadãs. Garante ele que possamos nos manifestar livremente. Podemos publicamente apoiar ou criticar autoridades públicas, podemos livremente produzir conteúdo artístico e cultural, podemos cantar, nos reunir e sair às ruas para defender aquilo que para nós é importante ou manifestar nosso descontentamento perante o que nos desagrada. Podemos escrever, gravar vídeos, fazer publicações em redes sociais, iniciar campanhas e manifestos. Podemos quase tudo. O limite, e esta é a régua constitucional, é a Lei. O limite da liberdade de expressão é e sempre será o limite que a lei impõe”.

Dr. Glauco Macedo completa que “a internet não é ‘terra de ninguém’ e aos que sentem prazer em fazer covardia com as pessoas, saibam que do outro lado também há quem as pode proteger. Que este infeliz episódio sirva para reflexão”.

O professor e advogado destacou que as medidas judiciais cabíveis estão sendo adotadas em relação aos ataques que ela sofreu.

Redação do Portal Caparaó com informações do site Glauco Murad Macedo e Advogados http://glaucomacedo.adv.br/

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