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Economia

11º Simpósio de Cafeicultura é marcado pelo entusiasmo e sucesso

23/03/2007 - Atualizado em 26/03/2007 08h40
A melhoria da qualidade e da produtividade do setor cafeeiro foram destaques no 11ª edição do Simpósio sobre Cafeicultura de Montanha. O evento foi aberto oficialmente na manhã de quarta. A solenidade teve a presença dos organizadores do Simpósio, autoridades do Estado e do Governo Federal.

ABERTURA

O pronunciamento inicial foi feito pelo presidente André Farrath que destacou a importância do Simpósio para a política cafeeira regional e nacional. Além de adiantar um pouco da programação do evento, Farrath também fez questão de ressaltar a grande evolução do setor cafeeiro nas montanhas de Minas. "O crescimento é notável. Temos melhorado muito nos índices de qualidade e produtividade. Apesar da Manhuaçu não ser o maior produtor brasileiro, a cidade é uma boa anfitriã e representante da cafeicultura moderna, de qualidade e de eficiência", afirma.

Para o prefeito de Manhuaçu Sergio Breder, a revolução no setor cafeeiro é evidente. "Esta revolução não aconteceu por acaso. Investimentos em pesquisas, nos concursos de qualidade e na qualidade do produto propriamente dito, são diferenciais. Temos a chance de tomar o café com prazer", afirma levando em conta a escolha na hora da compra.

Para ele, Manhuaçu se sente honrada em ter o privilégio de sediar mais um simpósio. "O evento nos brinda com a presença das lideranças mais expressivas dos diversos segmentos da economia cafeeira de nosso país e não tenho dúvidas de que os temas da programação são da maior importância e certamente a sua abordagem e discussões contribuirão para melhorar cada vez mais a competitividade de nosso produto", adianta.

SECRETARIO DE ESTADO

O Governador de Minas Gerais, Aécio Neves, foi representado pelo Secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana, que justificou a ausência. "O governador enfatizou que o café é de grande importância no setor agrícola mineiro. Ele determinou que eu o representasse e trouxesse a mensagem de apoio do Governo de Minas aos membros da cadeia produtiva do café", justificou o secretario. 

Gilman Viana afirmou, durante a abertura, que o café vem recuperando gradualmente interna e externamente seu lugar. O secretário fez um desafio para que a região promova mais atividades pensando na qualidade e na produtividade do setor cafeeiro. Para ele, o café é e será um bom negocio 'pelo menos para os próximos 10 anos'. "Isso se deve aos baixos estoques e o aumento do consumo", ressalta. Contudo, Gilman reafirmou a necessidade de se investir em conhecimento e na busca de informações. “O Governo de Minas, através do Agrominas Café, vai garantir os instrumentos necessários aos membros da cadeia produtiva, mas é preciso que também saiam do comodismo e cada um faça a sua parte”, destacou.

O presidente do Sebrae Roberto Simões acrescentou que os técnicos do órgão já atuam em programas voltados para a gestão no meio rural.

O Deputado Sebastião Costa reivindicou a implantação de um Centro de Excelência do Café em Manhuaçu, mas Gilman Viana descartou o projeto a curto prazo. “Já que Viçosa foi contemplada, temos que trabalhar com a cidade primeiro e depois podemos buscar novas unidades”, respondeu. Durante o debate, o deputado federal Mário Heringer chamou a atenção dos prefeitos para que busquem apoiar mais o setor cafeeiro. “Afinal, é a base da economia dos municípios da região. Vi vários prefeitos aqui, mas ainda é preciso apoiar mais a cafeicultura com programas que auxiliem o homem do campo”, destacou.

Após a solenidade de abertura foi apresentado o painel "Mercado de Café" pelo presidente do Centro de Comércio de Café do Rio de Janeiro com a participação vários dirigentes de empresas exportadoras.

Durante a parte da manhã foram prestadas duas homenagens especiais. A Câmara de Manhuaçu entregou o Título de Cidadão Honorário ao senhor Aprígio Tavares Júnior, do Grupo Armazéns Gerais Leste de Minas. A Aciam também homenageou os empresário Sergio Tristão, Marcelo Netto e Marcos Antônio Aouila pelos 40 anos do grupo Tristão no ramo de comércio e exportação de café em Manhuaçu.

ONZE ANOS

Ao longo dos dois dias de palestras foi possível analisar como o café ganhou em qualidade e em produtividade ao longo de onze anos. Os palestrantes falaram sobre o que mudou nas fazendas nos últimos anos, do ponto de vista de qualidade. Eles demonstraram, através de vários temas, um resumo sobre a revolução em todos os processos, desde o cultivo, passando pelo processamento, premiações e vendas para o comércio exterior. "Nós respondemos a muitas ameaças que tivemos entre elas nos preços, conquistas de mercado, principalmente na área de produção, com novas variedades e uma melhor técnica na produção e no beneficiamento dos grãos. Hoje, a região já se preocupa com fatores ambientais e se prepara para a certificação dos melhores cafés”, ressaltou o produtor Mauro Heringer, da Associação de Cafés Especiais e da Aciam.

Para o pesquisador, José Braz Matielo, a região apresentou significativas melhoras. “Os métodos foram muito bem estudados nos Simpósios e implementados pelos produtores. O interessante que esta evolução foi realizada em equipe através de uma interação com os outros setores do agronegócio café", ressalta.

"O resultado do Simpósio é extremante apaixonante, porque nos vivemos uma época que eu chamo de fase da magia, ou seja, onze anos de realizações importantes como o aumento da produção, da qualidade, de ampliação da exportação, do aumento do consumo, mas, sobretudo de melhora incrível na qualidade do café", afirma Toninho Gama. "A Aciam entende que a qualidade é a alavanca do consumo. Quanto mais agente acreditar que o consumidor ao receber um café de melhor qualidade consome mais café, mais nos estaremos investindo na sobrevivência da indústria, dos produtores e seus negócios, portanto qualidade do café é um tema permanente e que deve ser observado todos os dias", completa o presidente da Aciam André Farrath.

Para ele, o grande desafio é dar continuidade aos esforços relacionados à qualidade do produto (manutenção) que interfere no 'sabor e aroma' elementos importantes para estimular ou manter a intensidade de consumo e atrair novos consumidores. "Continua o conceito de Qualidade, entendida pelos consumidores como pureza, sabor e aroma. A certificação também deve continuar sendo enfatizada e divulgada", completa. Farrath destaca que uma das metas é apoiar ações continuas com outros eventos ligados ao café e a difusão de pesquisas no setor e as iniciativas com o Sebrae como o Geor Café que vem sendo desenvolvido pela microrregional do Sebrae de Manhuaçu com a Associação de Cafés Especiais.

PALESTRAS

Além das palestras de abertura, o Simpósio sobre Cafeicultura de Montanha teve como destaque a discussão de temas voltados para a produção e a qualidade do café. O grande avanço é que a cada ano as pesquisas são bem mais focadas nas características da região de montanhas.

Na tarde de quarta-feira, o consultor técnico em cafeicultura José Mário Jorge orientou os participantes sobre gerenciamento e controle da propriedade agrícola. O tema é uma necessidade básica num mercado cada vez mais globalizado e altamente competitivo.

Seguindo a tendência de discussão sobre o melhor gerenciamento para atingir maiores resultados, o professor Fábio Moreira da Silva, da Universidade Federal de Lavras, foi o responsável pelo tema Mecanização da Cafeicultura de Montanha. Outro pesquisador convidado para falar sobre as características das regiões de montanhas foi Roberto Santinato, do ProCafe.

Os temas do segundo dia foram divididos de forma a abordar todos os aspectos da produção. O professor da Universidade Federal de Viçosa Ademar Braga Rena falou sobre a floração e maturação do café arábica e detalhou aspectos do manejo da lavoura nas montanhas. O pesquisador do ProCafé José Braz Matiello abordou as doenças dos frutos do cafeeiro e formas de controle, enquanto o professor Adílio Flauzino Filho, da UFV, foi o palestrante do tema secagem artificial do café.

Outro destaque foi a discussão sobre Aquecimento Global e Meio Ambiente. O coordenador técnico da Emater de Viçosa Nilton de Castro Moraes trouxe dados alarmantes sobre o aquecimento do planeta e as conseqüências para as lavouras, culturas e o meio ambiente.

A GLORIA É FRUTO DO TRABALHO

A coordenação do Simpósio de Cafeicultura acertou mais uma vez ao diversificar a temática do evento e incluir uma palestra motivacional. A exemplo dos anos anteriores, onde já estiveram autores de livros consagrados e o apresentador de televisão Antônio Roberto, este ano o palestrante foi o Bicampeão Olímpico e Campeão Mundial de Voleibol Giovane Gávio.

Com o tema “A Glória é fruto do Trabalho”, o atleta e atualmente auxiliar técnico do Unisul (SC) mostrou aos participantes como fatores ligados determinação de metas, trabalho em equipe, cooperação e liderança estão relacionados ao sucesso nos negócios e na vida. Giovane foi campeão nas olimpíadas de 1992 e voltou em 2004 a ser campeão com outra equipe composta principalmente por jovens. O atleta foi premiado por seu comportamento em quadra e sua capacidade de motivar os colegas da equipe. Tudo isso foi o conteúdo da palestra que lotou o auditório na quinta-feira.  

“Melhor do que ser melhor é ser campeão. Nós somos brasileiros e somos os melhores. Temos é que acreditar em nós mesmos”, disse Giovane durante entrevista após a palestra. Ele também destacou em sua apresentação a sua participação no vôlei de praia e a volta às quadras. “Depois da praia voltei as quadras, mas comecei na reserva e quase desisti, porém com treinamento intensivo, conquistei o meu espaço”, acrescentou o ex-jogador que fez os últimos três pontos da vitória do Campeonato Mundial.

 

O ex-atleta comentou sobre o seu livro “Um Diamante de doze faces” e no final da palestra, homenageou a funcionária da Aciam, Joyce Barbosa (que fazia aniversário no dia), com a entrega uma replica da medalha olímpica ao som do Hino Nacional.

    Carlos Henrique Cruz - Jailton Pereira - 23/03/07 - 07:10 

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