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Fumaph busca dignidade para pessoas que vivem nas ruas

07/11/2012 - Atualizado em 07/11/2012 10h53

Eles perambulam pela cidade, por vezes dormem nas calçadas, e, na maioria das vezes, não têm acesso aos benefícios sociais. São as pessoas que vivem nas ruas. Para se reverter este triste cenário, a Fumaph (Fundação Manhuaçuense de Promoção Humana) está realizando um trabalho de abordagem social, envolvendo parceria com o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e a mobilização de diversos setores.

A proposta é possibilitar a cidadania a estas pessoas, em uma ação complexa que tem seu ponto de partida nas atividades de cadastramento e de criação de vínculo, envolvendo o assistente social da entidade e a pessoa a ser atendida. Daí, o trabalho se estende, de modo a viabilizar o acesso a documentos básicos (certidão de nascimento, identidade, CPF, etc.) até benefícios sociais concedidos pelo Governo, em todas as esferas.

Em entrevista à reportagem, o Assistente Social da Fumaph, Amadeu Caldeira Dutra Brandão, comentou sobre esta iniciativa, afirmando que a proposta é de promover antes de tudo a inclusão social, por meio do resgate da dignidade. “Este nosso trabalho de abordagem social às pessoas em situação de rua tem sido executado de forma muito satisfatória. Não se trata de retirar as pessoas das ruas, como foram de política higienista. Na verdade, realizamos uma abordagem social, com cadastro e criação de vínculos para que possamos então tornar estas pessoas cidadãos de direitos. Assim, ela poderá se locomover livremente, integrar realmente o público da cidade e ser atendida em diversas instituições de forma humanizada. Tem sido um trabalho satisfatório. A partir do momento em que o morador em situação de rua nos autoriza a fazer este cadastro, nós colhemos todos os dados possíveis, como o nome completo, a data de nascimento, filiação, último endereço, o tempo em que ela está na nossa cidade, o porquê de ela estar aqui. Além disto, verificamos quais os documentos que a pessoa possui. Se não os têm, nós buscamos viabilizá-los nos setores competentes. A partir daí, nós podemos incluir estes cidadãos no Cadastro Único do Governo Federal, onde eles podem ter acesso a inúmeros benefícios, como Bolsa Família, Bolsa Aluguel, entre outros”, explicou o Assistente Social.

Um novo olhar

Ainda durante a entrevista, Amadeu alertou que a população colabora quando passa a ter uma percepção diferenciada sobre a pessoa que vive nas ruas. “A primeira atitude que a população precisa ter é um olhar diferenciado, não ver somente uma cidade que precisa ficar limpa, porque nós não trabalhamos com uma política higienista. Acima de tudo, estas pessoas são cidadãs. Cada qual com sua história, seu histórico de vida, sofrimento. Enfim, existe um porque de aquela pessoa estar nesta situação. Então, peço que a população de Manhuaçu não olhe para a população de rua de modo higienista, dizendo: , , mas que esta pessoa possa, de certa forma, se aproximar da população de rua e conhecer seu histórico. É muito importante também não dar esmolas. Porque, ao se fazer isto, está se estimulando a pessoa a continuar nas ruas, a depender nas ruas. Peço que indiquem o trabalho da Fumaph e o CREAS, em razão de uma parceria inteligente. Ao encaminhar estas pessoas elas terão acesso ao nosso projeto e assim poderemos tomar as devidas providências”, mencionou Amadeu.

Thomaz Júnior - portalcaparao@gmail.com

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