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Conselho de Saúde discute apreensão de animais em Manhuaçu

18/11/2012 - Atualizado em 18/11/2012 13h15

Há bastante tempo a população de Manhuaçu tem convivido com um grande número de animais soltos nas ruas. São cães, gatos e animais de grande porte, sobretudo às margens das rodovias. 

Com isso os riscos são enormes. Podem ocorrer ataques, transmissão de doenças e acidentes nas estradas. O que está sendo feito no município? Esta foi a pergunta que surgiu mais uma vez na reunião de outubro do Conselho Municipal de Saúde (CMS). Para responder a esta e outras dúvidas quanto à apreensão de animais, o CMS convidou a coordenadora da Vigilância Ambiental de Manhuaçu, Emilce Estanislau e o presidente da ONG Bicho não é Lixo, Admar Damasceno, para a reunião de novembro, realizada na última terça-feira, 13/11.

ATRASO NO RECOLHIMENTO DE ANIMAIS

Emilce Estanislau explicou os motivos de tantos animais estarem nas ruas de Manhuaçu. Conforme a coordenadora da Vigilância Ambiental, a construção do novo canil foi um processo muito lento, por conta de burocracias existentes no serviço público, embora legais. Após a conclusão da obra, houve questionamentos no Ministério Público sobre o tratamento que os animais receberiam no canil. Começaram a partir daí várias reuniões, encontros, viagens de representantes da ONG protetora de animais e funcionários da Vigilância em Saúde para visitar e conhecer experiências de outras cidades. Todo este processo também gerou atraso, disse Emilce Estanislau. Passada toda esta fase, feitos os ajustes necessários, o serviço foi iniciado e está acontecendo.

Animais são recolhidos e devolvidos à rua

O que a população precisa saber é que a maioria dos animais recolhidos é devolvida às ruas, seguindo determinação que resultou de acordo entre a Vigilância Ambiental, Ministério Público e ONG Bicho não é Lixo.

Segundo Emilce Estanislau, o animal saudável é apreendido, cadastrado, castrado, vacinado contra raiva e vermifugado. Em seguida permanece no canil por 5 dias à espera de seu proprietário para resgate ou de alguém de queira adotá-lo. Ao expirar este tempo o animal é solto no mesmo local onde aconteceu o recolhimento, pois a eutanásia (sacrifício dos animais) no canil de Manhuaçu, segue determinação legal e somente acontece em casos de animais doentes graves ou que representem riscos de agressão à população. “É impossível manter os animais até a morte natural no canil”, assegura a coordenadora da Vigilância Ambiental que informa que para manter toda esta estrutura do canil, a Secretaria de Saúde gasta em torno de 20 mil reais por mês com médico veterinário, auxiliar de enfermagem e funcionários que atuam no recolhimento, além da vigilância do local, esta terceirizada.

Posicionamento da ONG Bicho não é lixo

O presidente da ONG Bicho não é Lixo, Admar Damasceno, informou aos conselheiros de saúde que todo este processo foi acompanhado pela entidade, inclusive junto ao Ministério Público. Damasceno disse que o objetivo da ONG é promover a saúde pública respeitando os direitos dos cidadãos e dos animais, reforçando que todo o trabalho realizado pelo município está dentro dos padrões necessários.

Quanto o retorno dos animais às ruas, Damasceno concorda que esta é a única solução e que a castração dos animais resolverá o problema a médio e longo prazo. Ao ser questionado pelos conselheiros Nelson e Marinês sobre o que a ONG oferece de concreto, ele afirmou que a entidade foi criada há apenas 8 meses e está promovendo atividades de conscientização junto à população. O presidente do CMS pediu o apoio da ONG nas ações dos funcionários da Vigilância Ambiental que tem encontrado resistência durante o recolhimento de animais, sofrendo até ameaças.

Feira de animais

Para despertar o interesse da população em adotar animais apreendidos pelo canil, será realizada uma feira nos próximos dias. O evento será organizado pela Vigilância Ambiental com apoio da ONG Bicho não é Lixo. Além da feira também se objetiva criar campanhas que promovam a posse responsável, ou seja, estímulo aos proprietários para cuidem com responsabilidade de seus animais.

FORTALECIMENTO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE

A diretora de Vigilância em Saúde, Maria Cristina Caldeira Duarte, participou da reunião do CMS apresentando os resultados do Plano de Ações e Adequação de Planilhas em Vigilância em Saúde do município, aprovado e implantado em junho deste ano em Manhuaçu. A diretora assegurou que os resultados são positivos e seus reflexos são notados nas áreas epidemiológica, sanitária, ambiental e segurança no trabalho.

OUTROS TEMAS ABORDADOS NO CMS

Os conselheiros aprovaram a compra de angioressonância para paciente de Manhuaçu sem condições de arcar com as despesas;

Os conselheiros foram informados da presença de uma força tarefa de combate a dengue na cidade, no período de 19 a 30/11 e da montagem do Dengômetro, onde a população poderá trocar inservíveis que acumulam água por material escolar, nos dias 30/11 e 01/12;

O conselheiro Paulo José Vieira destacou a necessidade da construção de uma contenção de água em uma das laterais da unidade de saúde do bairro Petrina, onde começam a aparecer infiltrações na parede do prédio inaugurado este ano;

Melhorias na unidade do bairro Bela Vista foram cobradas por Marivaldo Anselmo. Não sendo possível devido a sede não ser própria, que se mude de endereço, pede o conselheiro; 

Foram apresentados dois novos conselheiros de saúde representantes da unidade de saúde do bairro Coqueiro: Sebastião Hott e Cleonice Moreira.

Luiz Nascimento - portalcaparao@gmail.com

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