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Curso de Homeopatia e Práticas Agropecuárias Sustentáveis

06/03/2013

LUISBURGO (MG) - Agricultores de Luisburgo participam de um curso sobre homeopatia e práticas agropecuárias sustentáveis. Com 21 módulos - cada um deles ocorrendo mensalmente - o treinamento reúne agricultores e profissionais da área. A Prefeitura, por meio do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), oferece o curso gratuitamente à população, na sala de reuniões localizada sobre a Unidade Básica de Saúde, no centro. As aulas práticas são ministradas nas comunidades rurais.

Mestre em Fitotecnia pela Universidade Federal de Viçosa, a Engenheira Agrônoma Maria do Carmo Cupertino, instrutora do curso, ressalta que a importância desta capacitação está principalmente no resgate e na valorização dos conhecimentos do agricultor. “O que estamos fazendo, muitas vezes parece novidade, mas na realidade é tentar explicar para o agricultor a importância dos manejos que ele faz na propriedade, sem a presença dos agroquímicos vindos de fora. É o aproveitamento de tudo que há na propriedade. O carro-chefe é a homeopatia, porque ensinamos o agricultor a fazer a homeopatia, com os recursos que ele tem na propriedade. Então, se ele tiver o ataque de uma praga, é possível ele fazer um nosódio, em que ele pega a dita praga, que está provocando o desequilíbrio, e, a partir daí, fazer um preparado homeopático, aproveitando as plantas existentes na propriedade".

Ela ainda pontua que: "é um resgate de conhecimento de plantas medicinais, entendendo que as mesmas podem ser utilizadas na saúde da família, mas que também podem ser utilizadas como preparados para as lavouras. Ensinamos também o preparo de caldas, para o aproveitamento de resíduos nas propriedades. Por exemplo, quem produz cachaça, tem resíduos da cana que podem ser utilizados; onde se faz o açúcar mascavo, pode se aproveitar os resíduos na preparação de adubos para a lavoura. A ideia é que a agricultura seja de fato sustentável; que o agricultor traga o mínimo de fora. Trabalhamos também com rochagem. A rocha é a mãe do solo. Então, trabalhamos com a rocha mais próxima da propriedade do agricultor, reduzindo gastos com calcário, porque todas as propriedades hoje que estão fazendo rochagem não precisam fazer calagem. Modifica-se totalmente a estrutura do solo e se faz um resgate da sua origem. Esclarecemos ao agricultor o que é um solo vivo e o que ele precisa fazer para ajudar este solo a continuar vivo ou vivificá-lo. A primeira coisa é abolir mesmo o uso de venenos porque, neste caso, fica-se dependente de insumos externos porque não se tem mais vida na propriedade”, esclareceu a instrutora.

Sem veneno

Sobre os benefícios de se adotar estas práticas, Maria Cupertino frisou, como exemplo: “um café que hoje não leva veneno é completamente diferente de outro que hoje está cheio de agrotóxicos. Já aconteceu de a Europa recusar lotes de cafés que estavam com nível de veneno acima do permitido. Este continente também já rejeitou laranjas brasileiras, em razão dos venenos que são utilizados. Então, estamos oferecendo alternativas aos produtores de produzir sem veneno e isto é possível”, afirmou.

Um dos participantes do curso, Amintas Borel, residente no Córrego dos Borel, destacou que “é um ganho muito grande para o agricultor, especialmente para mim, pequeno produtor. Tivemos um dia de campo na propriedade, onde começamos a elaborar maneiras alternativas como caldas e correção do solo. Na aula prática, estou colocando e fazendo experiência daquilo que aprendo na aula teórica. Já vejo uma grande diferença na propriedade, porque uma das grandes vantagens é você parar com o uso do agrotóxico, partindo para um procedimento natural, orgânico e sem perda da produção”, pontuou Amintas.

Horta comunitária

Em encontro com os participantes do curso, o Prefeito José Carlos afirmou seu apoio à iniciativa e anunciou sua intenção de desenvolver o projeto social de uma horta comunitária em Luisburgo. “É uma satisfação desenvolver este curso no município. Como pessoa e como prefeito, acho esta iniciativa muito boa, muito valiosa. Com certeza, se nós cuidarmos melhor da nossa saúde, vai ajudar nos tratamentos e diminuir custos para o município. [...] Estamos procurando uma propriedade para criarmos uma horta comunitária e a formação de jovens para que possamos trazer alimentos saudáveis para os alunos das escolas e também para a comunidade em si. Fomos também informados que teremos apoio do grupo de homeopatia, que irá nos orientar sobre um melhor tratamento, para obtermos produtos de melhor qualidade”, destacou José Carlos Pereira.

Thomaz Júnior - portalcaparao@gmail.com

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