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Final feliz para as três meninas de Reduto

19/03/2013 - Atualizado em 19/03/2013 08h01

MANHUAÇU (MG) - A violência contra crianças sempre causa grande comoção. Inocentes, os pequeninos acabam sendo alvo fácil de pessoas perversas, que, muitas vezes, deveriam zelar pela sua proteção. Na Comarca de Manhuaçu, no entanto, a história de três crianças moradoras de Reduto teve um final feliz. Elas foram adotadas por uma nova família da capital mineira.

Dr. Marco Antônio explicou que as meninas foram adotadas por uma família de Belo Horizonte

Em abril de 2012, o Conselho Tutelar de Reduto tomou conhecimento de que três irmãs estavam sendo vítimas de violência sexual praticada pelos próprios familiares. O pai, de forma covarde, abusava das garotas, através de contatos físicos incrementados com filmes pornográficos, fantasias, roupas íntimas e legumes. Ele cometia toda atrocidade e as ameaçava dizendo que, caso contassem para alguém, as picaria e as colocaria na panela de pressão.

As garotas que tinham entre nove e cinco anos foram abusadas por cerca de dois anos. O crime só foi descoberto depois que a professora de uma delas soube dos fatos e passou as informações ao Conselho Tutelar, que imediatamente acionou a polícia. Depois, descobriu-se que o casal teve problemas em Manhumirim, mas tinha conseguido sumir antes da ação das autoridades daquela cidade.

Em agosto, o Juiz da Vara Criminal, da Infância e da Juventude e de Execuções Fiscais de Manhuaçu, Dr. Marco Antônio Silva, condenou o pai de 53 anos à pena de 132 anos de prisão e a mãe (28 anos de idade), que sabia e não impedia os atos, a 98 anos de cadeia. No Brasil, a pena máxima é de 30 anos, mas a dosagem foi exemplar para o caso. A defesa recorreu ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais e o casal teve a pena reduzida. O pai teve a pena reduzida, por questões apenas técnicas, para 75 anos, enquanto a companheira para 50 anos.

FINAL FELIZ

O caso ganhou repercussão nacional devido a perversidade e a pena alta aplicada pelo juiz Marco Antônio Silva. Ao tomar conhecimento do caso através da imprensa, um casal da região metropolitana de Belo Horizonte entrou com o processo de adoção junto à Vara da Infância e da Juventude.

Buscando dar um final feliz à história das crianças, o juiz deu prioridade ao processo e concedeu, neste mês de março, o pedido do casal. "Trabalhei no caso desde o início e sabia da condição das três irmãs. O interessante é que o casal fez questão de adotar as três, que agora terão para sempre uma nova família e a oportunidade de sonharem com um futuro promissor", ressaltou.
Com tantas histórias tristes por aí, pelo menos essa história teve um final feliz: as três meninas ganharam uma mãezona e um pai dedicado que nunca mais deixarão nada de ruim acontecer a elas.

Eduardo Satil - portalcaparao@gmail.com

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