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Simpósio de Cafeicultura supera expectativas

22/03/2013 - Atualizado em 22/03/2013 11h03
 
 

MANHUAÇU (MG) - A 17ª edição do Simpósio de Cafeicultura de Montanha, realizada pela ACIAM apresentou novidades em seus setenta estandes e mais de 25 palestras, debates e minicursos. Além da divulgação de técnicas e informações sobre mercado, produtividade e qualidade de café, o evento se consagrou pelos resultados de negócios efetivados. Somente a Rodada de Negócios do Sebrae-MG viabilizou 17,5 milhões de reais no primeiro dia de contato entre compradores (exportadores) e cafeicultores e cooperativas. Realizado entre os dias 20 e 22 de Março, o Simpósio de Cafeicultura um grande público: aproximadamente 2.500 pessoas passaram pelo parque de exposições, superando o número da edição passada.

Entre os assuntos de destaque neste ano, a melhoria da qualidade e da produtividade das lavouras das Matas de Minas foi o grande referencial. A região das montanhas apresentou uma significativa melhora de imagem ao longo das dezessete edições do Simpósio de Cafeicultura. Ao mesmo tempo, a falta de preços que garantam a sustentabilidade do negócio, especialmente do ponto de vista dos produtores, também pesou no discurso dos particpantes.

Para o diretor da FAEMG (Federação da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), João Roberto Pulitti, o papel do Simpósio de Cafeicultura foi importante para a construção dessa nova realidade da cafeicultura das Matas de Minas. “Participei das dezessete edições e sei que o Toninho Gama e sua equipe abraçaram essa causa. O simpósio foi fundamental para canalizar esforços de vários segmentos para essa mudança para melhor nas Matas de Minas”, ressaltou.

No primeiro dia, as palestras abordaram temas como a identidade do café das montanhas e suas características específicas da região, bem como o potencial do setor no agronegócio. Durante a tarde, o destaque foi mecanização da lavoura cafeeira e a apresentação de propriedades que já adotaram experiências bem sucedidas de utilização de máquinas para colheita, mesmo em terrenos mais inclinados.

DESTAQUE NACIONAL

Na quinta-feira, o Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Elmiro Nascimento, e o Diretor Executivo da Organização Internacional do Café (OIC) Robério Silva, participaram de um painel sobre mercado e tendências para a cafeicultura.

O secretário de Agricultura de Minas, Elmiro Nascimento, apresentou uma perspectiva de crescimento no agronegócio café e valorizou a participação das Matas de Minas na produção mineira e nacional. “O café tem uma importância fundamental para a economia, não somente para Minas, como também para o Brasil como um todo. Ele gera emprego; gera divisas. O setor representa cerca de 37% do PIB (Produto Interno Bruto) de Minas; o estado corresponde a 13,5% do PIB da cadeia produtiva nacional, mas esperamos que este número se amplie e chegando a 15%, e daqui uns anos quem sabe chegarmos a 20%. As Matas de Minas já respondem por 25% da produção mineira e 12% da cafeicultura brasileira. Fico satisfeito ao ver o empenho dos cafeicultores por buscarem novos conhecimentos”, ressaltou.

O secretário ainda elogiou os produtores de café premiados na região nos concursos de qualidade de café do Estado, da ABIC e da Illy.

O diretor executivo da OIC, Robério Silva, falou sobre o mercado de café, lembrou as dificuldades do setor na última década e comparou a atual crise com a do início do milênio. “Esta crise que assola o setor cafeeiro atualmente, não chega nem perto das crises vividas pelos produtores no início do milênio. Mas isso não quer dizer que não é um fator preocupante”, analisou.

Robério Silva entrou na questão dos custos de produção, uma das maiores dificuldades dos produtores da região das montanhas. Ele afirmou que os cafeicultores estão sofrendo com custos bem acima dos praticados no mercado. “Estamos chegando a níveis muito perigosos para a sustentabilidade do produtor brasileiro e também dos outros países. Aqui nas Matas de Minas isso ainda tem um impacto maior. É um cenário preocupante”, completou.

Sobre o tema, ele ressaltou que é importante manter o ritmo de crescimento da produção, mas defendeu que o consumo também deve crescer. O problema a ser evitado é a formação de estoques.

À tarde, a professora e pesquisadora Flávia Renata teve grande público durante a palestra sobre as pragas do cafeeiro, especialmente a mancha de phoma, que afeta muitas propriedades na região.

NEGÓCIOS

Ainda na apuração dos valores gerados em negócios, a ACIAM acredita que a movimentação de operações comerciais no Simpósio superará os resultados das edições anteriores. Foram fechados vários negócios, com compra de equipamentos, máquinas e insumos por parte de cafeicultores. Na Rodada de Negócios, o SEBRAE-MG somou cerca de 17,5 milhões de reais de negociações viabilizadas entre produtores e exportadores.

Segundo o presidente da ACIAM Antônio Carlos Xavier da Gama (Toninho Gama), coordenador do evento, apesar do mercado cafeeiro estar passando por um momento não muito favorável, os produtores de café entenderam a proposta do Simpósio de Cafeicultura participaram ativamente do evento. “Tivemos uma estrutura totalmente nova e que permitiu termos três palestras, encontros e minicursos simultaneamente. Além disso, toda a feira de negócios ficou movimentada. Registramos um aumento significativo de participantes em todas as atividades”, analisa Toninho Gama.

A ACIAM ainda terminará o levantamento dos números oficiais do valor gerado em negócios durante o Simpósio de Cafeicultura na próxima semana. “Temos certeza de que o evento, mais uma vez, movimento o parque de exposições e a cidade toda. Ele favorece a economia e divulga o café das Matas de Minas. Desde já a ACIAM agradece seus parceiros, colaboradores, expositores, os visitantes e aos órgãos da imprensa. Todos têm participação efetiva no sucesso de mais uma edição do Simpósio”, conclui o presidente.

Carlos Henrique Cruz / Jailton Pereira / Elizalvo Correia - portalcaparao@gmail.com

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