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Familiares do estudante morto em escola clamam por Justiça

27/03/2013 - Atualizado em 27/03/2013 17h56

MANHUAÇU (MG) - "Meu coração está machucado e a tristeza é a minha companheira":Com esta frase, Sileir das Graças Teixeira, mãe do estudante Wallace Luiz Teixeira de Souza,16 anos, que teve sua vida interrompida na manhã da última quinta-feira, relatou seu sofrimento com a ausência do filho e a busca pela Justiça. Os familiares estão estarrecidos e, ainda não conseguem compreender o que ao certo aconteceu, para levar um outro adolescente da mesma classe, alimentar um ódio voraz, levar para a sala de aula  uma faca e golpear o colega.

Angustiados, por saberem que o menor infrator está em casa, os familiares decidiram fazer um apelo por Justiça,pois, sentem a sensação da impunidade a quem praticou o ato infracional.
A tia de Wallace Luiz Teixeira, Gilda Rosa de Souza, sem esconder sua amargura e descontantamento, destaca que a situação é um conflito para quem perdeu um ente querido, de forma tão brutal. Segundo ela, já fez contato com a Polícia Judiciária e a única justificativa é de que em Manhuaçu, não há um lugar adequado para abrigar menores que cometem atos infracionais, repudiados pela sociedade.

Ao falar da perda do sobrinho, Gilda Rosa ressalta que,  embora a família do menor que praticou o ato infracional também esteja sofrendo, reflete que aquele que comete ato dessa natureza precisa ter uma internação, tratamento e não deixar que fique em meio à sociedade. "A dor para a família é muito forte,ao ouvir que ele deverá ficar livre pelo fato de Manhuaçu não ter um espaço adequado para interná-lo. Queremos pedir as autoridades que veja isso com carinho, a fim de evitar que outras famílias também sofra o que estamos sofrendo agora, bem como o que o levou a ter tal atitude",desabafa Gilda Rosa.

Bastante frustrada com a resposta obtida até agora,Gilda Rosa chama a atenção das autoridades e da população quanto a falta de punição, que pode motivar outros adolescentes a pensarem que tudo é normal, até mesmo levar arma para a escola.

Para Sileir das Graças Teixeira,  a dor de uma mãe quando sente que a Justiça ainda não foi feita,  traz a sensação de que a morte do filho poderá até mesmo cair no esquecimento. Com a voz embargada e lágrimas escorrendo no rosto, Sileir das Graças não consegue entender a razão para alguém ceifar a vida de seu filho. Ela questiona também as alegações do infrator ter dito, que tudo aconteceu depois de algumas mensagens pejorativas terem sido postadas no facebook do menor infrator pela vítima, que ficou furioso ao ponto de cometer tal atrocidade. "O que queremos na verdade, é que a Justiça seja feita. Não suporto imaginar que algo tão banal tenha chegado a esse resultado tão triste", ressalta Sileir das Graças sem conter as lágrimas.

A reportagem conversou também com José Guilherme de Souza,tio de Wallace Luiz Teixeira  de Souza, que está bastante abalado com o ocorrido.Segundo ele, em conversa com alguns colegas da vítima, o  menor disse que estava a fim de ver sangue escorrendo. Ele conta que ficou decepcionado ao ouvir da autoridade policial, de que o menor poderá voltar  a frequentar o educandário caso queira. "Um absurdo situação como essa. No dia do velório, um policial ainda comentou que em várias escolas, alunos estão indo armados para a sala de aula.Caso não tenha uma resposta rápida,mas desgraça vai acontecer ao nosso meio", sentencia José Guilherme de Souza.

Promotor da Infância representa junto à Justiça

Diante da indignação da família do estudante Wallace Luiz Teixeira de Souza, a reportagem procurou a Promotoria da Infância e da Adolescência. A assessoria do promotor de Justiça, Dr. Carlos Samuel Borges Cunha, informou que o Ministério Público já representou pela internação do adolescente, sugerindo encaminhamento para Governador Valadares. Mas, não há vaga no momento.

O pedido ao juiz da Vara da Infância e da Adolescência, Dr. Marco Antônio Silva estará sendo   analisado, dentro do que foi solicitado pelo Ministério Público à luz do processo legal.   

O promotor da Infância e da Adolescência está aguardando também o encerramento do trabalho da Polícia Civil, para que medidas mais enérgicas  sejam tomadas, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê medidas sócio educativas a serem aplicadas ao adolescente, levando em conta a sua capacidade de cumprí-las,as circunstâncias e a gravidade da infração.

Eduardo Satil - portalcaparao@gmail.com

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