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Justiça condena lavrador que assassinou a prima

02/05/2013 - Atualizado em 02/05/2013 16h02

MANHUAÇU (MG) - "Só Deus sabe o que aconteceu ali, comigo": Assim, o lavrador Sinval Batista dos Passos tentou explicar durante interrogatório na manhã desta terça-feira, dia 30, na Sala do Júri  do Fórum Desembargador Alonso Starling, onde foi submetido a julgamento.

Sinval Batista foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE), pelo crime de homícidio qualificado, estupro e ocultação de cadáver. A vítima foi a própria prima, Sandra Vieira Bento Carvalho. O crime aconteceu na  madrugada de 21 de julho do ano passado, no Córrego Bom Jardim, distrito de São Simão do Rio Preto, zona rural de Simonésia. De acordo com o que foi apurado pela Delegacia de Homicídios de Manhuaçu,Sinval Batista dos Passos e João Batista da Rocha (foragido) estavam bebendo no povoado juntamente com a vítima. Em determinado momento, os três sairam em uma moto em sentido ao Córrego Bom Jardim. Ao chegarem num casebre ali existente, João Batista da Rocha teria buscado um cobertor na casa de um amigo e, ao retornar,juntamente com Sinval  deram início a ação delituosa mediante violência com a vítima, a ter conjunção carnal. Segundo relato do próprio acusado, a mulher mesmo embriagada implorava para que eles não a violentasse. E o motivo é que o acusado,João Batista da Rocha havia desconfiado de que Sandra estaria arrumando namorado para  sua ex-mulher.

Demonstrando muita frieza, o acusado Sinval Batista dos Passos tentou explicar, justificar  a todo  o custo aos jurados,que acabou participando da ação visto que estava sendo ameaçado pelo comparsa, João Batista da Rocha. Por diversas vezes, ele entrou em contradição  quanto à versão apresentada na fase policial e em juizo.  "Não sei o que aconteceu. Só Deus sabe o que aconteceu lá",disse na intuição de sensibilizar os jurados.

De acordo com o apurado, os dois acusados  praticaram o estupro e, depois ficaram  temerosos de que poderiam ser denunciados pela vítima. A partir daí, eles voltaram ao casebre e utilizando um fio de energia, asfixiaram a vítima para assegurar a ocultação do crime de estupro. O corpo foi dispensado numa fossa e, em seguida  coberto de mato. Para não deixar vestígio, João Batista da Rocha planejou fazer sobre a fossa um galinheiro. Quando os familiares passaram a procurar por Sandra Vieira, bem próximo ao local foi encontrado um brinco, reconhecido como objeto usado pela vítima. Logo adiante, a terra fofa denunciou o crime perverso.

Crueldade e frieza para matar

O acusado Sinval Batista dos Passos foi preso trinta dias após o crime e, o comparsa João Batista da Rocha continua foragido. No depoimento, ele conta com detalhes como tudo aconteceu. De acordo com a polícia, após cometerem o crime, eles foram para casa e comeram frango com quiabo. Durante o debate, o promotor de Justiça Dr. Renan Cotta Coelho disse da insensatez do acusado, que aproveitou da situação da vítima que estava embriagada para cometer o estupro, juntamente com o comparsa. O advogado do acusado, Alex Barbosa de Matos sustentou a  "negativa de autoria" para os crimes de homicídio e ocultação de cadáver,porém, não foi  acatada pelo Corpo de Jurados.

O juiz da Vara Criminal, Dr.Walteir José da Silva leu a sentença condenatória para o acusado, que teve reconhecida a materialidade delitiva comprovada, a crueldade e frieza para praticar o crime. Sinval Batista dos Passos foi condenado  a uma pena de 21 anos e 6 meses de cadeia pelos crimes cometidos. O advogado do acusado, Dr. Alex Barbosa de Matos disse que  irá recorrer da decisão.

Eduardo Satil - portalcaparao@gmail.com

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