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Motorista que matou garçom é condenado a 17 anos

15/05/2013 - Atualizado em 15/05/2013 08h28

MANHUAÇU (MG) - O motorista Júlio Cesar Lacerda Feuchard foi o último acusado a permanecer por várias horas  no  banco do réus, para ser  submetido a julgamento nesta terça-feira, 14,pelo Tribunal do Júri. Ele foi acusado de ter assassinado o garçon Charles da Costa Gomes, ocorrido em Reduto. O crime aconteceu no dia 12 de fevereiro do ano passado, no local conhecido como "Rola Papos", após uma discussão entre a vítima e o autor.

Segundo o acusado, estava tomando uma cerveja no bar e, quando se preparava para sair, o garçon começou a tirar satisfação por causa de mulher, simulando estar armado. Depois que recebeu um "voador" e temendo que a agressão continuasse, sacou de um revólver e efetuou cinco disparos. "Eu só queria fazer um susto nele, mas não queria matá-lo. Ele me xingou,provocou e me deu um tapa na cara", disse o acusado, na tentativa de insinuar uma legítima defesa.

Durante a fase policial e de instrução processual, o acusado apresentou versões diferentes que contrariam o que as testemunhas disseram. O mesmo tentou fazer durante o interrogatório em juizo. No decorrer do depoimento, ele confessou que foi acusado de participar de um assassinato no Espírito Santo, onde já cumpriu pena por porte ilegal de arma, roubo e se passava por Carlos Gomes Ribeiro desde que chegou à cidade de Reduto.

Júlio Cesar Lacerda Feuchard foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por homicídio qualificado (motivo fútil e mediante dissimulação ou recurso que dificultou a defesa da vítima), visto que, um simples atrito não seria a razão para que cinco tiros fossem efetuados.

Contradição no interrogatório

Por várias vezes, o acusado tentou sem sucesso explicar os motivos que o levaram a cometer o assassinato e, assim convencer o corpo de jurados. Para sensibilizá-los até chorou e, disse que a vontade não era matar o garçom e, sim fazê-lo assustar.  "Eu não estou mentindo para vocês. Nem leitura eu tenho. Ele é que era valentão", repetiu o acusado várias vezes durante o interrogatório. O advogado de defesa, Roberto Gomes disse que Júlio Cesar agiu em legítima defesa e nada mais. Mas, ao final do debate foi lida a sentença condenatória, tendo os jurados reconhecido a culpabilidade e decidiram a pena de 17 anos de prisão.

Último julgamento feito pelo magistrado

Depois de oito anos trabalhando na Vara Criminal da Comarca de Manhuaçu, nos  mais complexos processos de crimes contra a vida, o juiz Walteir José da Silva despediu-se  do júri, com a sensação do dever cumprido. Segundo o magistrado, durante sua trajetória como juiz da Vara Criminal, sempre pautou pela celeridade dentro dos princípios constitucionais.

Ele explica que optou  por um cargo novo aberto na Comarca de Manhuaçu, que será o de juiz auxiliar. A remoção será no dia 22, a pedido do próprio magistrado para descansar um pouco da agitação diária na área  criminal. Dr. Walteir José da Silva diz que deixa a Vara Criminal, com a consciência do dever cumprido e a vontade de continuar lutando por melhorias na Comarca. Ele cita que, durante os oito anos frente à Vara Criminal foi possível dedicar um bom tempo para atender as necessidades dos presos,dos familiares dos presos ,por reconhecer que o sistema prisional está abandonado. "Todo mês eu vou ao presídio, converso com os presos, tento atender a demanda na medida do possível. Outro projeto que deixo e me sinto orgulhoso é a APAC,que exigiu esforço e dedicação de minha parte, enquanto juiz da Vara de Execuções Penais e da comunidade", lembra Dr.Walteir José da Silva, que ficará em Manhuaçu cumprindo seu "mister" com total dedicação.

Eduardo Satil - portalcaparao@gmail.com

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