MANHUAÇU (MG) - Fazer Justiça com as próprias mãos não foi uma decisão acertada para cinco jovens, moradores de Santana do Manhuaçu. Sem pensarem em consequência, os amigos Leonardo de Freitas, Daniel de Paula, Wesley da Silva, Joseph Diego Júlio Ribeiro e Wagner da Silva Souza decidiram tomar uma atitude violenta, contra Clayton Venâncio de Souza, que vivia naquela cidade, às vezes temido pela polulação santanense. O rapaz era tido como pessoa problemática, autor de furtos e valente.
Na noite do dia 26 de dezembro do ano passado, os cinco amigos decidiram abordar Clayton Venâncio quando caminhava nas proximidades da praça central de Santana do Manhuaçu. Após uma discusão, os acusados apossaram de pedaços de madeira de uma construção para espancarem a vítima,que conseguiu fugir.
Furiosos,os acusados passaram a procurar pelo "algoz" e, quando retornou à praça central foi abordado por Joseph Diego e Wagner da Silva Souza, que encurralaram-no contra a parede e, mesmo a vítima implorando para não ser agredida, acabou golpeada com vários golpes com pedaços de madeira , além de chutes e socos.
Bastante enfurecidos, os dois amigos continuaram as agressões contra Clayton Venâncio , que já se econtrava caído ao solo. O rapaz chegou a ser socorrido,mas não resistiu aos ferimentos.
Os cinco acusados foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) por homicídio qualificado, assinalando ainda, que em razão dos ferimentos a vítima acabou falecendo por traumatismo craniano e, que o motivo seria o extravasamento do desejo de vingança dos acusados, face a desentendimentos e brigas anteriores. A Polícia Civil apurou que a desavença era entre Clayton Venâncio, de um lado e, Leonardo de Freitas, Daniel, Wesley, Joseph, Wagner da Silva, de outro.
Briga, Justiça e condenação
O julgamento durou 14hs e, a todo o momento os acusados demonstravam uma certeza tranquilidade quanto ao fato. Durante o interrogatório, uma testemunha disse que no dia do crime, percebeu quando eles iniciaram as agressões e, da sacada de sua residência gritou para que parassem, "Dois deles responderam que, eu não sabia quem era a vítima. E, seria uma limpeza para a cidade", disse a testemunha com bastante firmeza.
Entre afirmativas e contradições, os cinco rapazes prestaram depoimento, acompanharam atentamente os debates entre acusação e defesa de forma bastante natural. O Promotor de Justiça, Dr. Bruno de Lana sustentou a tese de que aos acusados agiram com crueldade,meio que dificultou a defesa da vítima, vingança e motivo fútil.
Os advogados de defesa, Roberto Gomes e Wenceslau Ferreira da Costa Filho atentaram para relevante valor moral, participação de menor importância e legítima defesa. Mas, ao final dos debates, o Conselho de Sentença reconheceu que todos agiram com dolo. A sentença foi proferida por volta de 23:30 hs. sendo os acusados Leonardo de Freitas e Wesley da Silva condenados a 12 anos de prisão.Daniel de Paula teve condenação de 14 anos. Joseph Diego Ribeiro e Wagner da Silva Souza foram condenados a 16 anos de reclusão. Todas as qualificadoras apresentadas pelo Ministério Público foram consideradas pelos Jurados.
Em conversa com a reportagem, os advogados dos acusados disseram que irão recorrer da sentença, por entenderem sem fundamentos algumas qualificadoras aceitas pelo Conselho de Sentença da Comarca de Manhuaçu.
Eduardo Satil - portalcaparao@gmail.com