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Segurança

Homem passa 36 horas preso por engano

13/09/2013 - Atualizado em 13/09/2013 10h41

Familiares aguardaram até 20:30 na porta do presídio, quando Ratinho foi liberado.

Advogado Vinícius Resende explicou a prisão de Ratinho

MANHUAÇU (MG) - Carlos Roberto da Costa, o Carlinho Ratinho, morador do bairro Santa Luzia, ficou quase 36 horas preso na cadeia de Manhuaçu por engano. Conhecido na cidade, ele foi ao posto policial registrar uma ocorrência de perda de documentos e acabou levado para trás das grades. O motivo: um mandado de prisão para uma pessoa com o mesmo nome dele.

O fato começou na manhã de quarta-feira, 11, quando ele foi ao posto policial no centro de Manhuaçu, registrar uma ocorrência de documentos perdidos. “Eu me assustei e insisti que não era eu. Mesmo assim, como não tinha os documentos, me conduziram porque o nome era o mesmo”, afirmou.

O mandado de prisão foi expedido pela Justiça de Iúna (ES), em 2010.

36 HORAS

Por causa de uma falha do sistema e a falta de conferência dos dados básicos, como CPF, Identidade e filiação, Carlos Ratinho ficou 36 horas preso.

Os familiares contrataram um advogado. O escritório jurídico constatou que, apesar de ter o mesmo nome, Carlos Roberto da Costa era outra pessoa. “Tivemos que fazer uma petição na Justiça de Iúna por causa da carta precatória que foi enviada, em 2010, para a Comarca de Manhuaçu determinando a prisão por noventa dias por causa de pensão alimentícia. Após esse pedido, a justiça capixaba enviou a decisão solicitando que o Carlos Ratinho fosse colocado em liberdade”, destacou o advogado Vinícius de Resende.

Ao sair da cadeia na noite desta quinta-feira, Carlos Roberto da Costa contou que foi uma experiência terrível. “Eu sempre vivi na paz. Foi muito humilhante ser conduzido da praça até aqui na delegacia e depois ser algemado até o presídio. Colocaram-me numa cela com outras duas pessoas por causa de pensão alimentícia, num local afastado. A polícia tinha que ter um pouco mais com atenção com os mandados para não prenderem pessoas inocentes, fazer passar por esse sofrimento, ser humilhado, fotografado como se fosse alguém que fez algo realmente errado”, desabafou.

O advogado informou que ainda irão analisar se vão ingressar com pedido de indenização contra o Estado. Dr. Vinícius Resende lamentou o episódio: “O presídio de Manhuaçu está superlotado, inclusive, teve greve de fome. Enfim, é uma situação absurda ver a família toda sofrendo com isso e ele, que é considerado muito conhecido em nossa cidade, ter que ficar preso esperando a correção desse erro”.

FAMÍLIA

Os familiares aguardaram do lado de fora do presídio até a liberação de Carlos Ratinho. O filho, Felipe Magno, diz que a família levou um grande susto. “No início ficamos revoltados, especialmente por que sabíamos que ele não tinha envolvimento com nada errado. Desde 2010, com meu pai todo dia na rua, se fosse assim, já teriam prendido ele. Graças a Deus já está tudo esclarecido”, contou.

Aliviado, Carlos Roberto agradeceu muito ao ver a liberdade novamente: “Eu quero agradecer a Deus, meus familiares, aos meus amigos, as pessoas que me conhecem e ao Dr. Vinícius Resende e o escritório dele, que me deram todo apoio. Eu passei por tudo isso, num ano que tem sido muito difícil para mim, mas tenho fé em Deus e vou superar mais esse momento”.

Jailton Pereira - portalcaparao@gmail.com

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