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Córrego ameaça casas no bairro Bom Jardim

08/10/2013 - Atualizado em 08/10/2013 08h18

MANHUAÇU (MG) - O pequeno córrego que passa no final da Rua Nelcino Dornelas Sette, no Bairro Bom Jardim, esconde  um mistério e guarda um segredo, que será revelado com a chegada da chuva. O pequeno volume de água que corre calmamente, deixa os moradores com os olhares atentos, pois eles sabem que o maior problema está acima do bairro e do lado, onde dois loteamentos estão sendo implementados.

Ao cortar o terreno, a terra foi movimentada por enxurrada há algum tempo,acabou atingindo o córrego e já entupiu a metade da manilha. É possível perceber que a terra está compactada e, poderá ser o obstáculo para o grande de volume de água passar. Com isso, os moradores estão prevendo que a água poderá inundar as residências, situadas na Rua Nelcino Dornelas.

Para quem já viveu o drama com  a cheia do córrego,  conta que o sossego está acabando com  a aproximação do período chuvoso.  É o caso da moradora, Cleuza de Souza que fica assustada  toda vez que chove forte. Ela conta que vive atenta, assustada e, quando começa a chover forte os vizinhos começam a retirar os móveis , para evitar prejuízo maior.

A moradora aponta a  manilha, como principal  causadora da inundação, pois está pela metade de tanta terra compactada e, nenhum órgão consegue enxergar  o risco e o que está sendo feito nas imediações. "O córrego está sendo invadido pela terra que desce dos loteamentos e,a tendência é piorar se as autoridades não tomarem nenhuma providência. A manilha que canaliza o esgoto também entupiu e, pelo menos quatro casas já foram condenadas em virtude da invasão da enxurrada do córrego", explica Cleuza de Souza.

Os moradores temem que, a quantidade de chuva anunciada até o fim do ano  venha a  causar transtorno, prejuizo e dificuldade até mesmo para sairem do bairro. Cleuza de Souza não faz mistério e diz que,  quando a chuva vem  forte e a lama começa a descer, quinze minutos é  o tempo suficiente para inundar tudo.

A outra moradora,  Maria Ireni Soares também contou para a reportagem que, a cada dia o medo é o companheiro de quem já viveu, sabe o que está acima do bairro e que poderá acontecer. Segundo ela,  muitos caminhões de terra foram colocados no loteamento que está sendo feito e, para deixar tudo "nivelado" a terra retirada de  um  loteamento foi levada para  o outro.

Maria Ireni reclama quanto a falta de fiscalização por parte da órgão responsável e,a  falta de sensibilidade daqueles que se acham no direito de fazerem o que bem querem, com a total confiança de que não serão incomodados. "Sou uma pessoa que quito meus impostos municipais, sigo as normas e, quando  preciso ninguém faz nada para impedir que entulho seja jogado, animais mortos colocados e fiscalização que não acontece, para impedir o  assoreamento do córrego",desabafa.

A reportagem conversou também com o morador  Ênio Batista de Souza, residente na Rua  Maximiano Dornelas Sette, que se diz bastante preocupado e solicitou que alguém deixe um barquinho de plantão para que sejam retirados, quando a chuva começar. O morador também ressalta seu desatino, quando pensa na situação que alguém está colocando os moradores da Rua Nelcino Dornelas, referindo-se aos caminhões de terra jogados no loteamento novo para nivelar a área. "Somente nós, que moramos aqui sabemos o que o pessoal está fazendo.Toneladas de terra lá em cima e, aqui embaixo uma manilha com a metade entupida, jamais dará vasão ao volume de água que vai descer", sentencia o morador Ênio Batista.

O morador chama a atenção, para um grave problema relacionado as manilhas que passam próximas a concessionária. Conhecedor de todo o trecho, Ênio Batista de Souza alerta que somente uma manilha oferece passagem. A outra foi atravessada pelo bate estaca e, somente uma ficou  servindo de "gargalo", para  a passagem de água, terra, móveis, animais mortos e outros tipos de objetos que causam  entupimento na rede.

Os moradores esperam que providências sejam tomadas, no sentido de evitar que uma catástrofe ocorra com a chegada da chuva. Desconfiado da situação , o morador Ênio Batista de Souza faz um diagnóstico sobre o que pode ocorrer. "Muita terra acima de onde estamos. Imagine,tudo isso descendo em velocidade trazida pela enxurrada e ao chegar nessa manilha,que já está com terra compactada. O que queremos é que as autoridades não fechem  os olhos para esse grave problema, que está bem perto de nós", destaca o morador.

Eduardo Satil - portalcaparao@gmail.com

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