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Política

Líder do prefeito renuncia ao cargo na Câmara de Manhuaçu

08/02/2014 - Atualizado em 08/02/2014 11h25

Chico do Juquinha deixou o cargo da liderança por falta de diálogo da Administração

Presidente Maurício Júnior criticou duramente as "inverdades da Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura".

Defensora dos animais, Isabelle Villefort, lamentou a situação da matança dos cães.

MANHUAÇU – Vereador Chico do Juquinha (PT) não é mais o líder de governo na Câmara Municipal de Manhuaçu. A decisão foi tomada há alguns dias e anunciada durante última reunião da Casa Legislativa, nesta quinta-feira (6).

Companheiros de plenário demonstraram solidariedade ao edil, que utilizou o plenário da Câmara para se justificar. “Neste tempo em que fui nomeado como líder de governo na Câmara, não tivemos diálogo. Sempre cobramos conversa com o Executivo, mas nunca fomos ouvidos. Sou de um partido (PT) que preza pela democracia. Lamentavelmente, isso não ocorreu com o prefeito”, explicou Chico.

Visivelmente abatido e chateado com a situação, o petista afirma que a decisão foi difícil, mas já havia sido tomada a mais tempo. Vários colegas teriam o aconselhado a largar a condição de líder de governo, uma vez que o cargo, segundo ele, era exercido apenas no nome, não nas atitudes. “Vários projetos chegaram errados e até mesmo sem o meu conhecimento, o que me impedia de defender o prefeito junto aos meus colegas. Apostamos num governo de mudança e isso foi provado nas urnas, mas até o momento não vimos isso”, argumentou o Juquinha.

Mesmo deixando o cargo, Chico afirma que tem a consciência tranquila e desejou que o prefeito tenha um bom mandato, “mas vai ser preciso ouvir as pessoas. Não podemos administrar uma Prefeitura sem ouvir o povo. Não desejo mal ao Nailton. Quero que ele impulsione a cidade, pois ao trabalhar bem, atenderá ao público, não ao vereador a ou b. O que queremos é um Executivo ativo, trabalhando”, concluiu.

Vários vereadores se manifestaram depois do pronunciamento de Chico. Paulo Altino (PR) demonstrou solidariedade ao companheiro, bem como o presidente da Câmara, Maurício Júnior (PTC), vereadores Fernando do Fórum (PMDB), Jânio Garcia Mendes (PTB), dentre outros.

Cabo Anízio (PDT), que é do mesmo partido do prefeito, endossou as falas do petista. “Deveríamos ser da ‘cozinha’ do prefeito, mas nunca fomos”, completou. Eli de Abreu (PP) argumentou ainda que Juquinha não deixou de ser líder de governo na Câmara. “Não se pode deixar de ser alguma coisa que nunca foi. Sempre apreciamos o trabalho do Chico nesta casa, mas o Nailton virou as costas para ele”, finalizou.

As palavras da vereadora Aponizia dos Reis, sintetizaram a frustração da base com o Governo. “Durante todo ano eu falei com o vereador. Chico vamos aguardar. O Nailton precisa desse primeiro ano para por a casa em ordem. Mas, começamos um novo ano e as coisas não mudaram em nada” pontuou a vereadora Aponizia dos Reis.

O vereador Chico encerrou seu discurso cobrando mais uma vez o Prefeto. “Nailton cuida mais do seu município. Cuida desse povo. Esse povo merece atenção. Eles votaram numa proposta de mudança. Tinha esperança de dias melhores. Já se passaram 13 meses e nada. Esse povo merece e precisa ser ouvido e atendido em suas reivindicações. Essa Casa (Legislativo) já fez centenas de indicações e elas são pedidos do povo".

PROJETOS APROVADOS

Antes de concluir a reunião, três projetos de lei foram aprovados pela Câmara. Mesmo com a vigência do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado entre o SAAE e o Ministério Público, os vereadores aprovaram PL 2/2014, que autoriza a autarquia a contratar pessoal por tempo certo e determinado, para atender necessidade temporária e excepcional de interesse público.

Sobre o assunto, os vereadores Fernando do Fórum, presidente da Comissão de Constituição e Justiça, e o vereador Juninho Linhares (PSDC) explicaram motivo da “exceção”. “Manhuaçu sofre com problemas de abastecimento de água. Esperamos que com essas contratações, este transtorno minimize”, comentou Fernando. “Abrimos uma exceção até que o concurso público seja concluído. Disse que não votaria mais projeto para novas contratações, mas queremos ter a garantia de que o CP será finalizado até o dia 31 de julho”, argumentou Linhares.

Outro projeto polêmico, aprovado com emenda pela Câmara, foi o 6/2014, que prorroga os efeitos e vigência da PL 3.355, de 27 de dezembro de 2013. Com aprovação unânime dos vereadores, documento que gerou discussão do documento, que permitia eutanásia de animais em casos extremos, foi prorrogado em 180 dias para melhor análise.

Ainda durante a reunião, vereadores aprovaram projeto de resolução que concede aumento aos servidores administrativos da Câmara e mudança no horário das reuniões, que passará para as 18 horas, a partir do dia 20 de fevereiro.

PRONUNCIAMENTOS

Durante a reunião da Câmara, vereadores ouviram diversos pronunciamentos. A primeira a s manifestar no plenário foi a ativista voluntária das causas dos animais, advogada Isabelle Villefort. Ela denunciou descaso por parte da Prefeitura para com o Canil Municipal e pediu apoio da edilidade para solucionar problemas do local. Além disso, apresentou denúncia a respeito de ossadas achadas no lixão município, em vistoria com demais autoridades na semana passada.

O presidente da Câmara do Café das Matas de Minas, Admar Soares, também esteve no plenário e falou sobre a atual situação da entidade. Explanou sobre conquistas para a classe dos cafeicultores e pediu auxílio da Casa Legislativa para medidas futuras a serem adotadas a favor da agricultura familiar.

Quem também se manifestou foi o presidente da Rede de Proteção aos Direitos Violados da Criança e do Adolescente, Flávio Lacerda. Ele prestou contas dos trabalhos da entidade, principalmente com relação ao projeto Comissário de Menores Itinerante, que completa um ano.

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