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Estudantes da Escola Eloy Werner no Xerimbabo

28/08/2014

IPATINGA (MG) - Como contar o Brasil numa mistura de capítulos que vai desde antes dos portugueses até a atualidade? Como demonstrar artisticamente o que aconteceu antes mesmo de 1500? É isto que a exposição “Porandubixuera – A arte do Brasil natural”, apresentada na 30ª edição do projeto Xerimbabo, mostra em Ipatinga. Com orientação dos professores, estudantes da Escola Estadual Dr. Eloy Werner visitaram o Centro de Biodiversidade da Usipa, em Ipatinga, no Vale do Aço.

Realizada pelo Studio Rogério Terra, com a participação de dez artistas, a exposição, escrita pelo curador Lélio Costa e Silva, tomou forma e cor, proporcionando uma viagem à história do Brasil. “A mostra apresenta uma vasta iconografia da fauna e flora presentes nas formas gráficas e temáticas das obras de arte brasileiras, a exemplo das pinturas naturalistas que conseguiram transmitir a riqueza de plantas e animais da floresta nativa”, garante o artista Rogério Terra.

Pelo caminho, belezas naturais e muita arte encantaram os alunos, de acordo com o Diretor Júlio Caetano. Tudo é amarado no enredo do Porandubixuera, que em tupi quer dizer contador de histórias. Nesta viagem, a arte é documentada a partir da narrativa de plantas e animais que estiveram presentes em momentos marcantes da história do Brasil. Um trabalho dedicado à cultura e à memória pelas coisas da Terra.

A exposição é dividida em nove quiosques. No primeiro um apanhado de aquarelas da artista Magda Libânia trás um pouquinho de tudo que será visto durante o trajeto. Estas aquarelas ilustram também o catálogo da exposição. No quiosque 2 pequenas esculturas do artista Rogério Terra dão conta dos animais pré-históricos brasileiros que viveram na Terra há milhares de anos, entre eles, o Tigre dente-sabre, em tamanho real, chama a atenção da criançada.

Luzia, uma réplica do primeiro fóssil humano brasileiro, o mais antigo das Américas, com cerca de 11.500 a 12.000 anos, aguça a curiosidade dos visitantes. Mais à frente, os povos primitivos brasileiros são representados por réplicas de elementos arqueológicos. Os chamados sambaquis, do artista Frederico Franco, retratam uma época de pelo menos 2000 anos do descobrimento. Já na chamada “Era do Descobrimento” um artístico portal convida o visitante a ver a chegada dos portugueses e a primeira missa celebrada por estas terras, com esculturas em fibra de vidro, também criadas por Frederico Franco.

Outras instalações abordam diversos fatos históricos sob a ótica da biodiversidade, através da reprodução de pinturas naturalistas como: a história do pau-brasil, o ciclo da cana-de-açúcar e do couro, um pouco dos bandeirantes, a saga de Zumbi de Palmares, e os povos indígenas e seus xerimbabos. Pela voz de uma flor de maracujá e de um Peripatus (um fóssil vivo, ainda presente na região de Ouro Preto) se descortinam a Inconfidência Mineira e o Circuito do Ouro; e um surrealista quadro de Magda Libânia apresenta o cavalo de Dom Pedro “narrando” a Independência do Brasil.

O visitante também poderá conferir a incrível história de um sapo que presenciou a assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel. O ciclo da borracha, as queimadas e desmatamento, os animais clamam pela “arte de um Brasil natural” e perguntam “onde estão aqueles que criavam a beleza ao se esforçar, por dar expressão ao mundo material ou imaterial que os inspiravam?”. (Apelo de um lobo-guará). Tudo isso através da arte de Miola Franco, Fátima e Reginaldo Louzada e Telma Versieux.

A Semana de Arte Moderna também é retratada pelo personagem Porandubixuera, que encerra a exposição com um museu sobre os 30 anos do Projeto Xerimbabo, contemplando peças da trajetória do projeto que é um marco na história artística cultural e ambiental da região do Vale do Aço.

Carlos Henrique Cruz - Com informações do JVAonline

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