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Segurança

Comandante afirma que mais infratores serão internados

31/03/2015 - Atualizado em 31/03/2015 12h05

Depois de um histórico de atos infracionais, jovem que se achava impune vai para centro de internação

MANHUAÇU (MG) - Passagens por furtos, posse e tráfico de drogas, assaltos a mão armada, posse de arma de fogo, receptação de mercadoria furtada. Tudo isso é de apenas um garoto de 17 anos de Manhuaçu. Nesta segunda-feira, 30/03, ele foi além, invadiu uma casa, rendeu uma família como refém e levou mais de 20 mil reais. Apreendido mais uma vez pela Polícia Militar, dessa vez, a casa caiu: ele foi recolhido para um centro de internação de adolescentes em Governador Valadares.

Conhecido no meio policial, o garoto intensificou suas ações nesse princípio de ano. Em várias ocorrências, quase que seguidas, a presença dele era constante. Apesar das apreensões pela PM, o garoto voltava para as ruas.

Nas palavras do Comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar, Tenente-coronel Sérvio Túlio Mariano Salazar: “Um menor que vinha incomodando muito a comunidade de Manhuaçu e até de cidades vizinhas. Mais uma vez, a Polícia Militar apreendeu esse garoto. Dessa vez, foi diferente. O Poder Judiciário determinou o recolhimento do jovem”.

Segundo o comandante a vaga estava sendo requerida há tempos e, coincidentemente, foi nesta segunda-feira que receberam a notícia da internação. “Durante esse período que ele irá para o Centro de Internação, terá oportunidade de rever suas condutas e tomara que volte melhor para o convívio social. Acredito que nesse período teremos uma redução significativa dos crimes que estavam acontecendo na cidade, especialmente pela quantidade de ocorrências que ele vinha praticando em Manhuaçu”.

PUNIÇÃO

A internação do jovem serve de resposta também aos outros menores. As vagas são restritas em Minas Gerais aos casos de jovens que praticam crimes violentos. “O Poder Judiciário determinou a internação e nós, enquanto comando da Polícia Militar, também buscamos viabilizar essa vaga mais rapidamente. Adianto que vai ser assim com todos os menores que praticarem atos violentos e constantes. Estaremos ao lado da Polícia Civil, Ministério Público e Poder Judiciário para que esses adolescentes não fiquem impunes. Deixar bem claro isso: já houve outros internados e esse também está sendo levado”.

O Tenente-coronel Sérvio Túlio ainda foi mais taxativo sobre a postura da Polícia Militar: “Tem adolescente que acha que não vai ser recolhido. Quem duvidar, que espere para ver. As vagas são difíceis, mas temos como correr atrás e vamos procurar vagas para internar outros. Aqueles que insistirem, vão pagar para ver. Ficarão privados da convivência com a família e os amigos. Vão sentir que é muito melhor se comportar do que continuar praticando atos infracionais na cidade de Manhuaçu e região”.

O oficial lembra que o objetivo é a recuperação desses adolescentes, bem como proteger a sociedade e, inclusive, proteger até mesmo os jovens. “Eles não pensam na hora do fato que, ao cometer um ato infracional, estão correndo risco também de serem agredidos ou até serem mortos”, pontua.

Em janeiro, outro jovem conhecido pelos assaltos a padarias e lotérica na região da Baixada foi internado. O garoto recebeu condenação a três anos de internação.

DESABAFO

O subcomandante do 11º Batalhão de Polícia Militar, Major Jeferson Vitor, também comentou a apreensão e internação do garoto de 17 anos nesta segunda.

Ele ressaltou que as autoridades já conhecem o rapaz e faz um alerta. “Esse garoto tem um perfil no Facebook com várias fotos fazendo apologia a drogas, fumando maconha, mostrando balança de precisão e sem se preocupar com o que está fazendo. Tem muita gente curtindo o que ele faz. Filhos de muitas pessoas estão no rol de amigos dele. Hoje, esse indivíduo entrou numa casa, rendeu uma família sob a mira de uma arma. Será que esse exemplo que muitos pais querem para seus filhos?”.

O subcomandante também reforçou o empenho para a vaga de internação do jovem de 17 anos. “Do mesmo jeito que incomodava a sociedade, também o sistema de defesa social sentia a necessidade de dar uma resposta à população. Queremos aqui também parabenizar os policiais militares que, mesmo com todas as adversidades, não estão medindo esforços para dar uma resposta eficiente para a sociedade”.

No final, Major Jeferson Vitor chamou a atenção da população. “Não adianta apenas ficar criticando em redes sociais. Fizemos campanhas para preservar os canarinhos, faixa de pedestres, e não fazemos mobilização ou pouca mobilização para a vida humana, em favor de um centro de internação de menores. Sei que temos que trabalhar em políticas públicas, como opções de lazer, esporte e cultura. Essa falta de opção de atividades saudáveis tem levado cada vez mais adolescentes ao caminho das drogas ou dos crimes. Esse garoto, se não conseguíssemos essa internação, num determinado momento poderia matar alguém ou mesmo ser morto num crime desses. Precisamos pensar melhor a cidade, mobilizar e não apenas ficar cobrando da Polícia ou da Justiça”, desabafou.

Carlos Henrique Cruz - portalcaparao@gmail.com

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