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Reunião apresenta resultados do Mapa da Qualidade

26/04/2016 - Atualizado em 26/04/2016 16h51

MANHUAÇU (MG) - A equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) apresentou resultados do Mapa da Qualidade do Café das Matas de Minas durante encontro com a presença dos membros do Conselho das Entidades e também os técnicos da rede de referência da região.

Coordenada pelo Professor José Luís Rufino, a pesquisa está mapeando, há três anos, as características de qualidades dos cafés de diferentes propriedades da região das Matas de Minas (formada por 63 municípios). Por conta de levantamentos como esse Rufino afirma que é possível traçar um mapa das localidades que atualmente oferecem ao mercado um grão de melhores padrões.

A região das Matas de Minas, devido às características de relevo montanhoso, com altitude média de 697 metros e, principalmente, pela localização na porção leste de Minas Gerais, apresenta clima temperado, com temperaturas amenas em grande parte de sua área; maior incidência de radiação solar nas áreas de maiores altitudes e período bem definido das estações chuvosa e seca, sendo todas essas características climáticas da região favoráveis à prática da cafeicultura para obtenção de cafés de qualidade superior.

Durante todo o dia, os pesquisadores da UFV apresentaram os resultados do mapeamento e debateram com os participantes. Os dados já fundamentaram três teses de mestrado e projetos de doutorado em andamento.

O consultor e engenheiro agrônomo Sérgio Cotrim D´Alessandro conta que o levantamento mostra que toda a região, acima de 600 metros de altitude, tem potencial para produzir café de excelente qualidade. "O que a gente percebe é que quando vai para o mercado somente 3 a 4% dos cafés da região são vendidos como cafés especiais. Agora quando fomos ao campo, coletamos e trabalhamos nisso, encontramos a qualidade potencial e chegamos à conclusão que 75% dos cafés coletados beberam com nota 80 ou acima.  Ou seja tem um potencial muito grande".

Ele afirma que é preciso resolver o que está acontecendo no intervalo entre a qualidade potencial e a realidade. Alguns produtores estão errando em algum momento no manejo pós-colheita. Vamos focar nesse manejo e poderemos deslanchar na venda de cafés especiais", sentencia.

O Mapa da Qualidade está definindo as áreas com aptidão para produzir os melhores cafés de toda a região das Matas de Minas. Ele reuniu dados sobre localização, altitude, exposição a face solar, variedade, sombra, chuva.

REDE DE REFERÊNCIA

Desde o ano passado, foi criada uma rede de técnicos para levar aos produtores as boas práticas para produção de cafés de qualidade. É a chamada Rede de Referência.

"O estudo servirá de base para o plano de ações práticas. O produtor irá melhorar os seus processos e, consequentemente, a quantidade dos cafés de qualidade superior produzidos nas propriedades", conta a técnica microrregional do Sebrae-MG, Ereni Emerick.

O consultor Sérgio Cotrim pontua que o trabalho da rede é mostrar que todas as regiões têm aptidão para produzir cafés de qualidade. "Cada técnico tem um grupo de até 20 produtores para ensinar a eles como produzir cafés de qualidade. Agora está sendo articulada também uma nova parceria com Senar Minas e ampliar para mais umas 500 propriedades. A ideia é que o produtor que for assistido seja uma referência para os vizinhos. Ele vai irradiar a tecnologia para as propriedades vizinhas. Assim acreditamos que a região irá dar um salto muito grande nos próximos anos".

Carlos Henrique Cruz - carlos@portalcaparao.com.br

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