Portal Caparaó - Eleições 2008: Acordo põe fim a comícios em cinco cidades
Política

Eleições 2008: Acordo põe fim a comícios em cinco cidades

24/07/2008 - Atualizado em 26/07/2008 08h33
A exemplo do que fez em 2004 com os seis municípios da Zona Eleitoral de Manhuaçu, o juiz Vinícius Dias Paes Ristori acertou um acordo entre as coligações que disputam as eleições deste ano. Em reuniões no Fórum Desembargador Alonso Starling conseguiu que candidatos e partidos optassem por práticas mais limpas de campanha e garantiu que o número de reuniões será menor. A idéia é repetir o quadro de quatro anos atrás: não houve registro de ocorrências e acidentes durante todo o período eleitoral em Manhuaçu, Reduto, Simonésia, Luisburgo e São João do Manhuaçu. Santana do Manhuaçu, que lançou a iniciativa no ano 2000, não terá campanha com carros de som, comícios e nem foguetes.

O acordo com os partidos foi feito em duas reuniões. As regras são praticamente as mesmas. “A legislação eleitoral sofreu algumas alterações que na prática os partidos da nossa zona eleitoral já conhecem. Há quatro anos, por exemplo, havíamos conseguido evitar aquele monte de comícios, carreatas e principalmente os shows”, explica o juiz eleitoral. As reuniões serviram para tratar de temas específicos da realidade dos seis municípios.

COMÍCIO SÓ EM SÃO JOÃO 

O juiz eleitoral convocou os representantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros para tratar com os partidos das questões de segurança. Ficou acordado que nos seis municípios, os candidatos darão preferência para reuniões políticas. Haverá apenas um comício em dois distritos e na cidade de São João do Manhuaçu. Os outros municípios optaram por promover apenas reuniões com eleitores em recintos fechados. “O objetivo é justamente evitar grandes aglomerações de pessoas onde a segurança pode ser comprometida. Os partidos também concordaram que é uma prática mais tranqüila e aceitaram reduzir o número de eventos desse tipo”, afirmou Ristori.

A legislação já prevê a proibição de shows, djs ou execução de som mecânico para animar o público. Os trios elétricos também foram proibidos. “A campanha vai ser marcada pelo tradicional conversa com os eleitores. O discurso vai ser o tom dos comícios e não mais a presença de artistas e recursos de mídia desse tipo”, detalhou.

Por questões lógicas, o juiz também acordou com os partidos que não haverá carreatas. Em cidades do interior, o fluxo de veículos fica totalmente comprometido, já que são poucas ruas. Os partidos concordaram que as caminhadas serão mais eficientes. Os fogos de artifício também foram dispensados nas seis cidades. Não haverá transporte de eleitores para encontros e reuniões políticas e nem a distribuição de salgados, bebidas ou outros alimentos a fim de “lotar” as reuniões.

PROPAGANDA

Além da limitação do espaço para propagandas, o juiz eleitoral também acordou com os partidos que optem por ações que poluam menos. “Já definimos que os muros não serão pintados e nem haverá cartazes colados. Ao invés disso, eles irão afixar placas, banners e materiais mais fáceis de serem retirados. Também recomendamos que não emporcalhem as cidades com panfletos sujando as ruas”, detalhou. O juiz ainda pediu que os partidos estejam prontos para pedir aos eleitores que retirem as propagandas nos dias que antecedem a eleição. “Na sexta-feira, dois dias antes da votação, gostaríamos que todos limpassem as cidades”, recomendou.

Os carros de som também foram limitados. Alguns partidos chegaram a sugerir um rodízio, mas acabou acordado que serão utilizados somente no período da tarde (12 às 18 horas). “A lei prevê que não circulem a duzentos metros de igrejas (durante o culto ou missa) e próximo a escolas, unidades de saúde e repartições públicas, optamos aqui por acordar que não circulem nos centros das cidades durante a semana. No sábado e domingo poderão transitar normalmente”, lembrou.

Ristori ainda alertou que todos os carros terão que ser cadastrados na Justiça Eleitoral, estar em dia com registro e passarem por vistoria. Somente em Manhuaçu no Centro, em que lei municipal prevê uma zona de silêncio, e na área do hospital é que não poderá em dia nenhum.

Carlos Henrique Cruz - 24/07/08 - 18:09 - portalcaparao@gmail.com 

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