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Segurança

Sistema de biossegurança é implantado em Manhuaçu

31/10/2008 - Atualizado em 02/11/2008 10h49

Evitar a contaminação dos profissionais de saúde envolvidos com atendimento direto a pacientes é o objetivo do programa de Biossegurança, implantado em 2005 no Estado. Até agora, Manhuaçu e outros 64 municípios pólo microrregionais já participam do programa, nos quais serão realizadas avaliações sobre a efetividade do mesmo, ainda em 2008.

A Biossegurança envolve as relações de tecnologia, risco e homem, sendo que o risco é resultado de diversos fatores, portanto seu controle depende de ações em várias áreas, inclusive divulgação de informações, visando uma correta aplicação dos procedimentos. “Para melhorar a aplicação do protocolo de Biossegurança em Minas Gerais, produzimos um folder e um questionário para ser preenchido pelos funcionários dos municípios onde já foi implantado esse sistema,” declarou Raymundo Roja, referência estadual em Biossegurança.

O questionário foi produzido para identificar as dúvidas dos profissionais em relação aos acidentes causados por material biológico. “Através desse questionário, vamos traçar uma estratégia com o gestor responsável para que a informação e a aplicação pelos profissionais seja realmente efetiva, pois muitas vezes os profissionais desconhecem até mesmo que o protocolo foi implantado em seu local de trabalho”, explicou Roja.

Essa questão é prioritária nos postos de saúde, hospitais e outros locais onde são realizados atendimentos diretos a pacientes, pois os acidentes com sangue devem ser tratados como prioridade, visto que as intervenções para uma precaução eficaz contra HIV e hepatite necessitam ser realizadas até 2 horas após a ocorrência do acidente. “Quando uma enfermeira que trabalha num posto de saúde, de qualquer município, se machuca, é preciso que saibam que ela não precisa vir até a BH para ser atendida e, mais que isso, é preciso que os próprios funcionários saibam que providências tomar”, alertou.

PROTOCOLO

O objetivo do Estado é implantar o protocolo de Biossegurança em todos os 65 municípios sedes de microrregião, que centralizam o atendimento de média complexidade, visando um melhor aproveitamento dos recursos. Como o protocolo pressupõe a aquisição de medicamentos para que seja feita a profilaxia dos acidentados, o custo de se implantar em todo o Estado é alto, “mas os profissionais de uma microrregião poderão ir até a sede para o atendimento, caso necessário”, ressaltou Raymundo. Dez municípios sede ainda não tiveram o sistema implantado por não realizarem acompanhamento em pacientes com HIV.

O protocolo expõe os procedimentos a serem tomados em caso de contaminação, como os critérios de atendimento aos acidentados, além de condições da saúde do trabalhador, fundamentadas no controle do risco biológico. E vai além, pois pretende conscientizar os profissionais sobre as precauções e a necessidade de aplicá-las, pois essa é a melhor maneira de evitar a infecção pelo HIV ou hepatite em ambiente ocupacional.

Embora ocorram de maneira distinta, pois os índices mostram que a contaminação do HIV e hepatite em profissionais de saúde são bem diferenciadas, os procedimentos de prevenção são os mesmos. Para o HIV, a contaminação varia de 0,2 até 0,5%, enquanto que para hepatite pode chegar a 40%. Isso ocorre porque a grande maioria dos casos de transmissão de HIV ocorreu após exposição a amostras frescas. Roja lembrou que “o vírus da hepatite é mais resistente fora do organismo”.

PREVENÇÃO

Uma das maneiras práticas e simples de prevenir acidentes é a utilização de equipamentos de proteção individual, como máscaras, gorros, óculos de proteção, luvas, capotes e botas, além de cuidados com material pérfuro-cortante, mesmo que esterilizados.

Outras medidas mais específicas também devem ser tomadas. Atenção máxima na realização dos procedimentos, não reencapar ou retirar agulhas da seringa com as mãos, desprezar os materiais pérfuro-cortantes em recipientes resistentes à perfuração e com tampa.  Além dessas, é essencial a vacinação dos profissionais de saúde contra a hepatite B, independentemente de acidentes. Ao seguir essas recomendações é possível reduzir em mais de 50% a exposição a sangue e uma conseqüente contaminação do profissional de saúde.

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