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Economia

Professor produz artigo sobre a educação financeira para crianças

15/10/2019

REDAÇÃO - Estudantes de duas escolas de Manhuaçu participaram de palestra promovida com Antônio Dias Pereira Filho, professor Faculdade de Ciências Econômicas – UFMG em Manhuaçu, atendendo a convite do vereador Administrador Rodrigo.

A experiência dele começou  ao escrever um livro infantil sobre educação financeira: Tonico e seus primeiros dinheirinhos. Desde então, as palestras que vem sendo realizadas usam da contação de histórias, de atividades interativas e da participação das crianças para ensinarem coisas como consumo consciente, planejamento, poupança e outras atividades de gerenciamento de finanças.

Aproveitando o dia das crianças (12 de outubro) e nesta terça o dia dos professores (15/10), o Portal Caparaó reproduz um artigo do Professor Antônio Dias Pereira Filho sobre o tema:

Educação financeira para crianças

O tema educação financeira tem se tornado cada vez mais presente e importante na vida de indivíduos e famílias, notadamente no que tange a aspectos relacionados à organização, planejamento, poupança e endividamento. É premente a necessidade de as pessoas adotarem uma postura mais ativa, consciente e, por conseguinte, eficiente e eficaz na administração de suas finanças. Mudanças de ordem social, profissional, demográfica, previdenciária e outras contribuem para despertar e intensificar o interesse em relação ao tema.

Tal importância é, do mesmo modo, reconhecida por instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais, que buscam envidar esforços para propor e implementar programas e ações com o objetivo de proporcionar a crianças, jovens, adultos e idosos uma formação mais consistente e prática em matéria de educação financeira. Dentre esses programas e ações, desenvolvidos especialmente a partir de 2008, destacam-se as estratégias nacionais de educação financeira adotadas por diversos países, inclusive o Brasil, no âmbito do Programa Internacional da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) destinado ao tema.

Em geral, esses programas e ações são capitaneados pelos bancos centrais dos respectivos países, contando também com a participação e a colaboração de outras instituições públicas e privadas. Segundo a OCDE, o objetivo desses programas é tornar os cidadãos financeiramente mais conscientes e capazes de contribuir tanto para o seu desenvolvimento pessoal e familiar quanto do próprio país.

É, portanto, dentro dessa perspectiva que a educação financeira para crianças revela-se particularmente essencial. E nada melhor do que chamar a atenção sobre a relevância e pertinência do tema justamente nesta semana que lhes é dedicada. Quanto mais cedo for iniciado o processo, maiores serão os benefícios para o conjunto da sociedade. As crianças são mais receptivas e devem ser conscientizadas acerca do papel que o dinheiro exerce na vida das pessoas. Elas ainda não adquiriram e consolidaram maus hábitos em relação ao dinheiro, o que torna mais fácil apresentar, discutir e recomendar comportamentos, decisões e práticas mais saudáveis e adequadas na sua utilização. Além disso, cabe considerar que, mediante as crianças, podem ser também alcançados seus pais, parentes e amigos, numa perspectiva de educação financeira para todos.

É salutar que a educação financeira seja iniciada ainda na infância, a partir do momento em que a criança possuir conhecimentos suficientes em português e matemática que permitam introduzir e desenvolver o tema. Ademais, elas precisam de bons exemplos em matéria de comportamento e relacionamento com o dinheiro. Não bastam os ensinamentos ministrados na escola ou obtidos por outros meios. Os pais têm papel fundamental a cumprir, buscando sempre proporcionar bons exemplos a seus filhos, o que configuraria uma excelente opção de presente para o Dia das Crianças.

A participação e o envolvimento na vida financeira da família é igualmente fundamental. As crianças devem saber de onde vem e para onde vai o dinheiro, ter noções de fluxo de caixa, compreender que o dinheiro não dá em árvores e não cai do céu, mas, ao contrário, é produto do trabalho duro e árduo de seus pais. E por ser difícil de ganhar, o dinheiro deve ser bem tratado e administrado com o objetivo de evitar que seja desperdiçado ou consumido com coisas desnecessárias.

À vista disso, a prática do planejamento financeiro deve ser introduzida no universo infantil. Isso vai ajudar a criança a desenvolver o hábito da poupança e, sobretudo, a paciência, especialmente em relação ao consumo. Por meio do planejamento financeiro, a criança será levada a definir o seu objetivo de consumo (brinquedo ou smartphone, por exemplo), conhecer o seu preço, calcular o valor que eventualmente já disponha para adquiri-lo e, por conseguinte, a quantia que precisará poupar a fim de conseguir reunir a soma necessária e o prazo para a realização do objetivo. Logo, saber aguardar e realizar um consumo consciente e planejado ajudará a criança a desenvolver a paciência, o que será fundamental, em particular, na sua vida adulta.

É por essas e outras razões que a educação financeira constitui um tema oportuno e relevante, notadamente para as crianças, e com forte potencial destinado a contribuir para a formação de cidadãos mais conscientes e responsáveis em matéria de dinheiro. Quanto mais cedo ela for inserida no universo infantil, maiores serão os benefícios logrados. Trata-se, então, de um tema que merece e deve figurar entre os interesses do conjunto da sociedade.

Antonio Dias Pereira Filho

Professor e pesquisador da UFMG, escritor e palestrante

Autor de Tonico e seus primeiros dinheirinhos

Facebook e Instagram: professorantoniodias

E-mail: antoniodiasperfil@gmail.com

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