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11º Batalhão de Polícia Militar comemora 57 anos

10/08/2020 - Atualizado em 11/08/2020 10h06

MANHUAÇU (MG) - O 11º Batalhão de Polícia Militar completa 57 anos de existência nesta segunda-feira. O lema se consolida até hoje: “Ad Augusta Per Angusta (Caminhos difíceis, missões nobres)”.

Como unidade policial o 11º Batalhão surgiu em 10 de agosto de 1963. Ocupou inicialmente o antigo Ginásio Manhuaçu na Rua Professor Juventino Nunes no centro da cidade. Em 16 de dezembro de 63, foi transferida para um galpão da Rede Ferroviária Federal, no “Batalhão Velho”, hoje conhecido Engenho da Serra.

Nos anos de 1970 e 1971, dois pelotões do curso de soldados ajudaram a erguer as paredes e dar vida a imponente construção às margens da BR-262. Em 10 de janeiro de 1971, a sede da Unidade PM foi transferida definitivamente para suas atuais instalações.

No início, quando ainda era Destacamento PM, Manhuaçu pertencia ao 2º Batalhão de Infantaria com sede em Juiz de Fora. Até 02 de Julho de 1952 quando da criação do 6º BPM, em Governador Valadares, momento em que passamos a pertencer a esta Unidade PM.

No período curto de uma década, houve o registro dos primeiros policiais militares a chegarem ao então Destacamento PM de Manhuaçu. Logo depois a Fração PM foi elevada a Pelotão e então Companhia, que pertencia à época ao 6º Batalhão PM de Governador Valadares.

CAFÉ

Para entender melhor a construção da história enquanto Unidade PM e sua importância para a região, é interessante que conhecer a povoação da região de Manhuaçu!

A evolução populacional e econômica mostra que a vertente ocidental do Caparaó tem como seus primeiros habitantes os índios puris. Contudo, com o advento do Ciclo do Ouro (no Brasil Colônia) também veio o desenvolvimento do café; pois enquanto as regiões de Ouro Preto se baseavam na extração mineral, a zona da mata se dedicava aos produtos agrícolas, justamente para suprir a demanda dos mineradores.

Com o declínio do Ciclo do Ouro intensificou-se o processo de ocupação da zona da mata. No século XIX, a pecuária começou a desdobrar-se para o interior do estado e o café foi expandindo-se, tornando-se o principal produto de exportação de Minas Gerais.

Em 1877, Manhuaçu se emancipou, composto por um território que hoje abriga mais 70 municípios. Logo após a chegada das estradas de ferro, no início do século XX, a produção de café ganhou ainda mais força, resultando em grande desenvolvimento econômico e populacional para a região. Daí chegaram os primeiros militares da então Força Pública de Minas, sendo instalado o Destacamento na cidade de Manhuaçu.

GUERRILHA DO CAPARAÓ

Um episódio marcante na história do batalhão é a Guerrilha do Caparaó. Foi uma tentativa de levante armado contra o regime militar brasileiro que tinha como idealizadores egressos das Forças Armadas.

Inspirados na Revolução Cubana, eles acreditavam na guerrilha rural. E após algumas tentativas frustradas de executar o levante em cidades do Rio Grande do Sul, eles partiram para a Serra do Caparaó, local ideal para o início das ações pelo aspecto geopolítico (terras altas e zonas de fronteiras localizadas em áreas rurais).

O objetivo seria espalhar, a partir daquele núcleo guerrilheiro, a luta armada pelo Brasil.

Na chegada dos guerrilheiros à região (1966), já encontraram um ambiente inóspito, suas primeiras caminhadas até o alto da serra se deram debaixo de chuva. Após muita dificuldade, incluindo a fome e doenças, conseguiram se instalar no local, chegando a construir um depósito subterrâneo para guardar armamentos e se esconderem. Armamentos estes, que foram transportados até a serra através de ônibus, trens, jipe e até uma Kombi que levava produtos alimentícios para a cidade.

A permanência dos insurgentes na serra ocorreu até o início de 1967 e o fato de serem pessoas estranhas transitando em municípios tão pequenos, passou a chamar atenção da população local, que por sua vez começou a denunciar os guerrilheiros. A partir de março de 1967 eles passaram a ser localizados e presos durante suas aparições nas cidades.

Foi em abril que o levante teve sua queda, após a prisão do restante dos guerrilheiros que se encontravam num acampamento na serra. Eles foram cercados e rendidos por policiais militares do 11º Batalhão. Depois veio o Exército, que ficou por alguns meses com cerca de dois mil homens, até sanar qualquer dúvida que pudesse haver mais integrantes da guerrilha escondidos na região.

Como disse Carlos Drumond de Andrade em sua reportagem para o jornal Estado de Minas em abril de 1967: "Afinal apareceu uma coisa diferente no Brasil, coisa que de certo modo quebra a monotonia cotidiana: Guerrilheiros em Caparaó".

A partir desse episódio, o Décimo Primeiro Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais passou a ser conhecido como o grande vigia "Sentinela do Caparaó".

REGIÃO

Poucos sabiam, mas o Batalhão de Manhuaçu já pertenceu às Regiões de Juiz de Fora e Governador Valadares. Desde dezembro de 2004, após a criação da 12ª RPM, o 11º BPM passou a pertencer definitivamente à Região da Polícia Militar de Ipatinga.

ÁREA

O 11º BPM nasceu grandioso. Quando foi criado sua área abrangia as os territórios dos atuais 47º BPM de Muriaé e 62º BPM de Caratinga, além da 21ª Companhia Independente de Ponte Nova.

Atualmente ainda é uma das Unidades da PM com maior extensão territorial e com o maior número de municípios sob sua responsabilidade, contando com uma área de aproximadamente 5.404.821 km² composta por 23 municípios.

FORMAÇÃO

Desde o início de sua criação o Batalhão tem a tradição de formar seus soldados. Uma curiosidade é que no início, o primeiro grau hierárquico não era Soldado Aluno ou Soldado de 2ª Classe, mas sim inhapa.

Inhapa, recruta e, depois, soldado PM. O inhapa era aquele que ingressava na Polícia Militar e ficava aguardando meses; ou até mesmo um ano, para completar a quantidade de homens suficientes para formar um pelotão, quando então era ‘promovido’ a recruta e iniciava o curso de formação de soldado.

Várias turmas se formaram em nossa Unidade nestes moldes. Depois os soldados foram se formando na região de Governador Valadares através de concursos, até chegarmos aos Cursos Técnicos de Segurança Pública–CTSP realizados em nosso Batalhão novamente, através da 195ª Companhia de Ensino e Treinamento. O primeiro foi em 2006, que pôde contribuir, assim como as turmas de 1970 e 1971,com a construção da Unidade, erguendo as paredes da 195ª Cia ET.

Em nossa Unidade também foram formados valorosos Sargentos, através dos Cursos Especiais de Formação de Sargentos - CEFS.O primeiro foi em 1997.

POLICIAIS FEMININAS

A primeira policial feminino a chegar ao batalhão foi a então 3º Sargento QPE Raquíria no ano de 1988. As primeiras a se formarem no 11º BPM foram as soldados da turma de 1992.

MENSAGENS

No boletim interno divulgado pela Assessoria de Comunicação Organizacional do 11º Batalhão, o Comandante da 12ª RPM, Coronel Sérvio Túlio Mariano Salazar, lembrou sua trajetória na unidade.

"Parabéns ao 11º BPM pelos seus 57 anos. Essa Unidade que é uma das mais tradicionais da Polícia Militar de Minas Gerais, onde eu pude servir a maior parte da minha carreira; atuando numa Unidade com oficiais e praças do mais alto patamar da Polícia Militar de Minas Gerais. Onde eu adquiri a maior parte da minha bagagem profissional. Uma Unidade que sempre fez parte da minha vida, considerando que sou filho de policial militar, sempre morei próximo ao 11º Batalhão, criado aí, frequentando as dependências da Unidade. Então nesse momento tão especial, me dirijo aos integrantes do 11º Batalhão, homens e mulheres, militares e servidores civis de grande valor, que vêm fazendo essa história a cada dia! Parabéns ao 11º Batalhão! E viva o 'Sentinela do Caparaó'!".

No mesmo sentido, o atual comandante do batalhão, Tenente Coronel Ronaldo Franco, destacou os desafios deste ano. “Caros integrantes do 11º BPM, no mês em que nossa Unidade completa 57 anos, o ano de 2020 tornou-se um dos mais desafiadores da nossa história. Enfrentamos uma das maiores enchentes da região e pouco tempo depois a pandemia que mudará para sempre a forma de vivermos em sociedade. Nós havíamos planejado uma semana de comemorações, mas entendo que o momento é de solidariedade e resiliência. Temos que recuperar das adversidades e mantermos a fé. Nesse momento estar no comando do 11º tornou-se uma missão mais desafiadora, mas tenho a certeza que com a dedicação e o comprometimento de cada Policial Militar pertencente ao valoroso 'Sentinela do Caparaó’ conseguiremos uma grande vitória. Assim devemos ter um pensamento otimista e a certeza que todas as dificuldades passarão".

O Subcomandante do 11º Batalhão, Major Agnaldo Schuab, lembra que “nesses 57 anos de existência, percorridos pelos bravos milicianos do 11º BPM, que com seu suor, coragem e destemor, conseguiram e conseguem levar segurança a sociedade mineira. Assim no aniversário de fundação dessa operosa Unidade, nossos sinceros agradecimentos àqueles que escreveram e escrevem a história de nossa unidade. Parabéns 11ºBPM, o Sentinela do Caparaó!".

Com informações da Assessoria de Imprensa do 11º BPM / Fotos Arquivos do 11º BPM

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