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FBAC e APACs iniciam a Jornada da Esperança

11/09/2020 - Atualizado em 11/09/2020 14h14

MANHUAÇU (MG) - A Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados - FBAC, instituição que congrega as Associações de Proteção e Assistência aos Condenados – APACs, juntamente com todas as APACs irá iniciar, no dia 11 de setembro a “Jornada da Esperança.” A Apac de Manhuaçu é uma das instituições que participam da ação.

A Jornada da Esperança tem por objetivo celebrar os 40 anos do Servo de Deus e Mártir das APACs, Franz de Castro Holzwarth. Franz de Castro foi morto em 14 de fevereiro de 1981, quando intermediou uma rebelião no presídio de Jacareí/SP. Tomando o lugar do refém, teve seu carro baleado com mais de 30 tiros.

A Jornada da Esperança irá iniciar no dia 11 de setembro, porque é a data do aniversário do advogado e jornalista, Dr. Mário Ottoboni, fundador das APACs e idealizador de seu método. O evento iniciará no túmulo de Dr. Mário Ottoboni e sua esposa, Dona Maria Aparecida Candelária Ottoboni. Depois de uma breve oração os representantes do movimento apaqueano irão em caminhada para a Igreja Matriz de São José dos Campos, onde será realizada a Celebração Eucarística, presidida pelo bispo da Diocese de São José dos Campos, Dom José Valmor Cesar Teixeira.

Ao final da celebração, Dom José irá abençoar a Cruz Peregrina, juntamente com o quadro do Servo de Deus, Franz de Castro, e entregar á FBAC, que, por sua vez, juntamente com os voluntários da APAC mãe de São José dos Campos irão entregar a Cruz Peregrina e o Quadro de Franz de Castro para a APAC de Pouso Alegre/MG, na frente da prisão de São José dos Campos, onde a APAC funcionou por quase 3 décadas, com trabalho totalmente voluntário.

Iniciando em Pouso Alegre/MG, a Cruz irá peregrinar por todas as APACs de Minas Gerais, do Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraná, Rio Grande do Sul e Espirito Santo. A peregrinação irá encerrar no dia 14 de fevereiro de 2021, data do martírio de Franz de Castro, na Sede Administrativa da FBAC, em Itaúna/MG.

As APACs, ao receber a cruz, irão organizar momentos de oração, reflexão, celebrações e atividades diversas, a fim de agradecer a Deus o dom da vida de Franz de Castro. Tendo em consideração o momento de pandemia que vivemos, cada APAC irá tomar todos os cuidados possíveis, quanto á higienização e distanciamento social necessário.

Com este movimento a FBAC e as APACs querem agradecer a Deus pelo Dom da Vida de Franz de Castro, que se entregou inteiramente pela causa das APACs, pelo dom da Vida de Dr. Mário Ottoboni e sua esposa; pelo dom da Vida de Professor Hugo Verenese, fundador da FBAC e pelo dom da vida de inúmeros voluntários e voluntárias que se dedicaram totalmente para a recuperação dos irmãos e irmãos condenados. Graças a eles, pessoas foram recuperadas, famílias reconstruídas e sociedades pacificadas.

A APAC

A APAC nasce em 1972, na cidade de São José dos Campos - SP, através de um grupo de voluntários cristãos, sob a liderança do advogado e jornalista Dr. Mário Ottoboni, no presídio Humaitá, para evangelizar e dar apoio moral aos presos. A inexperiência no mundo do crime, das drogas e das prisões proporcionou a criação de uma experiência revolucionária. A sigla significava Amando o Próximo Amarás a Cristo.

No ano de 1974, a equipe que constituía a Pastoral Penitenciária, concluiu que somente uma entidade juridicamente organizada seria capaz de enfrentar as dificuldades e as vicissitudes que permeavam o dia a dia do presídio e assim foi instituída a APAC - Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, uma entidade jurídica sem fins lucrativos, com o objetivo de auxiliar a Justiça na execução da pena, recuperando o preso, protegendo a sociedade socorrendo as vítimas e promovendo a Justiça restaurativa.

A APAC é uma entidade civil de direito privado, com personalidade jurídica própria, dedicada à recuperação e à reintegração social dos condenados a penas privativas de liberdade. Ela ainda opera como entidade auxiliar do poder Judiciário e Executivo, respectivamente, na execução penal e na administração do cumprimento das penas privativas de liberdade.

A APAC é composta de 12 elementos: 1. Participação da Comunidade; 2. Recuperando ajudando Recuperando; 3. Trabalho; 4. Espiritualidade; 5. Assistência jurídica; 6. Assistência à saúde; 7. Valorização Humana; 8. Família; 9. O Voluntário e o curso para sua formação; 10. Centro de Reintegração Social – CRS; 11. Mérito; 12. Jornada de Libertação com Cristo;

O objetivo da APAC é promover a humanização das prisões, sem perder de vista a finalidade punitiva da pena. Seu propósito é evitar a reincidência no crime e oferecer alternativas para o condenado se recuperar.

Atualmente existem 135 APACs constituídas juridicamente no Brasil, dos quais 53 já administram o Centro de Reintegração Social – CRS, sem o concurso da polícia ou agentes penitenciários, e as demais estão em diferentes estágios de implantação. Também existem APACs em vários outros países, entre eles: Alemanha, Itália, Portugal, Chile, Costa Rica, Paraguai, Colômbia, etc.

A FBAC

A Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados - FBAC é uma Associação Civil de Direito Privado sem fins lucrativos que tem a missão de congregar a manter a unidade de propósitos das suas filiadas e assessorar as APACs do exterior.

Mantém ainda a tarefa de orientar, zelar e fiscalizar a correta aplicação da metodologia e ministrar cursos e treinamentos para funcionários, voluntários, recuperandos e autoridades de modo a consolidar as APACs existencias e contribuir para a expansão e multiplicação de novas APACs.

A CRUZ PEREGRINA

O crucifixo da APAC tem uma história. Jesus de braços abertos é também o condenado da justiça e lembra uma audiência realizada em São Paulo, quando um recuperando da APAC foi escoltado pelo casal padrinho.

O juiz, antes de iniciar a audiência, indagou ao escrivão, por duas vezes:

– Onde está o preso?

– Está aqui doutor.

E o juiz pela terceira vez, já impaciente, perguntou novamente:

– Onde está o preso?

– Está aqui doutor. Disse o escrivão, apontando para o recuperando que se encontrava no fundo da sala.

– Mas, como? Sem escolta e sem algemas?

Levantando-se o recuperando, certamente inspirado pelo Espírito Santo, pediu licença e disse:

– Doutor, eu estou aqui, escoltado pelo Cristo e algemado pelo coração!”

Dr. Mario Ottoboni / Livro “Testemunhos de Minha Vida, e a Vida de Meus Testemunhos.

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