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Premiação: Café das Matas de Minas é eleito o melhor do estado

15/12/2020 - Atualizado em 15/12/2020 16h39

BELO HORIZONTE (MG) - Um queijo Minas Artesanal da região da Canastra e um café da região das Matas de Minas formaram a dupla campeã dos concursos estaduais promovidos pela Emater-MG em 2020. O anúncio dos vencedores das duas competições foi feito nesta segunda-feira (14/12), em solenidade virtual promovida pela empresa, com a participação de produtores rurais, técnicos e autoridades. 

O responsável pelo café campeão do estado é o agricultor familiar Ademir Abreu de Lacerda, de Espera Feliz. Este é o quarto ano consecutivo que um cafeicultor do município leva o grande prêmio estadual. Além disso, o pai do Ademir, seu Onofre, já venceu a competição em 2012. São três gerações na família produzindo café.

“A emoção é muito grande de estar aqui, representando esta família. Agradeço a todos que nos ajudaram nessa caminhada, a nossa família, ao pessoal da Emater e do Sicoob. Trabalhamos muito e o trabalho está reconhecido graças a Deus. Muito obrigado”, disse Ademir Lacerda ao comemorar o prêmio por videochamada. 

Já o queijo vencedor do concurso de 2020 é do produtor Reinaldo de Faria Costa, do município de Vargem Bonita. A produção fica na Fazenda Capivara. Ele começou a produzir queijo muito jovem, atividade que aprendeu com seus pais. Na propriedade, são produzidas 30 peças de queijo por dia. O queijo da propriedade do Reinaldo recebeu do júri técnico nota 95 de um total de 100.“Muito feliz. Quero agradecer a Deus e a minha família. Minha esposa e meu filho, Vinícius. A gente procura fazer o melhor. E com pessoal da Emater eu aprendi a fazer o queijo, fazendo os cursos, eu comecei a aprender e a valorizar o queijo”, contou o produtor ao receber a notícia da premiação.   

O presidente da Emater-MG, Gustavo Laterza, destacou a importância dos concursos para a cadeia produtiva do queijo e do café. “As competições valorizam a importância econômica, cultural e social desses produtos, com a marca de Minas Gerais. Elas também têm um papel educativo, com interação entre produtores e técnicos para a melhoria do produto final. Além disso, os concursos aproximam os produtores dos mercados mais exigentes, que demandam queijos e cafés de qualidade”, afirmou.

Cafés campeões

O 17º Concurso de Qualidade de Cafés de Minas Gerais contou com 1.792 amostras participantes, das quatro regiões produtoras do estado: Cerrado Mineiro, Chapada de Minas, Matas de Minas e Sul de Minas.  O concurso tem duas categorias: Café Natural e Café Cereja Descascado, Despolpado ou Desmucilado.

O produtor Ademir Abreu de Lacerda foi o campeão geral ao obter 92 pontos (de um total de 100), de acordo com a metodologia da Associação de Cafés Especiais (SCA). O concurso também anunciou os campeões regionais de cada categoria, além do café com a maior nota produzido por uma cafeicultora, que recebeu o certificado de Mulher Empreendedora. O título foi dado à agricultora Maria Luiza Lacerda Gomes, sobrinha do Ademir, também moradora de Espera Feliz.

Mais de 100 cafeicultores de Espera Feliz produzem cafés especiais. A agricultura familiar é predominante no município. A maioria usa a mão de obra da família como única força de trabalho na lavoura. Outra prática comum é a troca de serviço entre os agricultores. Neste sistema, eles se reúnem para trabalhar em uma propriedade e fazem um revezamento entre elas. Isto é muito comum, principalmente no período da colheita. 

“Neste sistema de parceria, eles conseguem colher lotes mais uniformes, facilitando o trabalho pós-colheita”, informa o técnico da Emater-MG Antônio Teixeira, responsável pela assistência aos agricultores na certificação de propriedades. Ele explica que os cafés são colhidos de forma seletiva e secados em terreiros suspensos ou de cimento. Esses cuidados são determinantes para a qualidade do produto final. Além disso, as lavouras de café onde estão os cafés premiados ficam entre mil e 1,4 mil metros de altitude, com clima ameno e úmido.

Nos últimos anos, os cafés de Espera Feliz premiados em concursos têm sido comercializados, em média, por R$ 3 mil a saca de 60 quilos. Mas alguns lotes chegaram a mais R$ 15 mil por saca.   Para se ter ideia da valorização, a saca do café commodity (considerado comum), é comercializada por aproximadamente R$ 600. 

A rede de supermercados Verdemar, um dos patrocinadores do concurso ao lado do Sistema Sicoob, tem adquirido lotes dos cafés dos primeiros colocados na competição para comercialização em suas lojas de uma linha especial chamada “Cafés Campeões’.  O preço pago ao vencedor do concurso do ano passado pela rede de supermercados foi de R$ 5 mil/saca.

Redação do Portal Caparaó - com informações da Emater-MG

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