MANHUAÇU (MG) - O agravamento da pandemia da Covid-19 exige uma mudança de comportamento da população. O Hospital César Leite está recusando pacientes por falta de leitos. Todas as vagas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermaria exclusivas para tratamento da Covid-19 estão ocupadas há vários dias. VEJA OS VÍDEOS ABAIXO.
Entre segunda-feira até quinta, o HCL recusou 66 pacientes na Unidade Covid-19, dos quais 41 eram pedidos por vagas para UTI. O novo coronavírus está se propagando cada vez mais rápido e comprometendo o sistema de saúde. A preocupação foi manifestada durante entrevista concedida pelo Diretor Técnico Dr. Gláucio Quarto Martins, a Superintendente Lucineia Araújo e o Gerente Assistencial Cristiano Mendes.
Desde março de 2020, a direção do HCL colocou em funcionamento uma unidade exclusiva para atendimento dos casos do novo coronavírus. Em um ano, foram criados 30 leitos de UTI e outros 30 de enfermaria. Foi montada uma equipe multidisciplinar, adquiridos equipamentos e insumos para os atendimentos. Em um ano de pandemia, foram mais de 1.600 pessoas internadas na Unidade Covid-19.
Preocupação
O Brasil atravessa um momento muito grave e que requer medidas mais enérgicas. Há pessoas morrendo. O índice de transmissão é alto e a velocidade de infecções é intensa. O isolamento social é a principal medida que podemos adotar agora para aliviar a demanda por leitos hospitalares.
A Superintendente do Hospital César Leite, Lucineia Araújo, pede a população para que coopere: use máscaras, evite aglomerações e deslocamentos, se puder fique em casa e coopere com a saúde de todos. “Estamos com dificuldade de contratar profissionais para trabalhar. Não é apenas espaço físico. Precisamos de profissionais de enfermagem, médicos, fisioterapeutas, enfim é uma doença que exige um cuidado de uma equipe multidisciplinar e a gente está com muita dificuldade de profissionais do mercado”.
O Gerente Assistencial, enfermeiro Cristiano Mendes, conta que a direção e os colaboradores do Hospital César Leite se disponibilizaram, desde o início da pandemia, a abraçar essa causa porque sabem do papel dele para a região, composta por Manhuaçu e mais 23 municípios.
“O hospital não tem medido esforços para conseguir atender a essa demanda que vem crescendo muito. Lá naquele primeiro momento, nós buscamos reunir uma equipe com qualidade para atender esse paciente e nós conseguimos. Há um ano, já estávamos atendendo, reformamos toda uma ala, adquirimos equipamentos, recebemos outros e capacitamos profissionais. O hospital se mobilizou para essa guerra contra a Covid-19”, recordou.
Ele explica que, com o decorrer do tempo, a equipe foi se qualificando e aprendendo a cada dia. “Tecnicamente hoje a gente tem um corpo de profissionais bem coeso e que dá de qualidade para o paciente, só que não é fácil conseguir esse perfil de profissionais com essa expertise. Trata-se de um atendimento muito especializado e uma doença muito nova. São pacientes cada vez mais graves”.
Faltam vagas
O médico Dr. Gláucio Quarto Martins, diretor técnico do HCL, conta já tem uma fila de espera por vagas na Unidade Covid-19. “Estou com pedidos de vagas para pacientes, mas infelizmente não temos como atender”, afirmou.
Além da dificuldade de encontrar profissionais, o médico explica que até medicamentos estão ficando escassos no mercado. Como houve aumento da demanda, os preços também subiram.
“Temos uma equipe médica, de enfermagem, de vários profissionais, enfim, todos trabalhando incansavelmente e fazendo todo esforço possível, porque o paciente é grave. É um esforço diário dos nossos colaboradores para fazer o que é possível e recuperar esse paciente. Não é fácil. Estamos há um ano esgotados com essa pandemia”.
Ao final da entrevista, Dr. Gláucio Quarto faz um apelo: “Gostaria de pedir encarecidamente aos moradores de Manhuaçu e região que mantenham o distanciamento social, o respeito aos cuidados para evitar o contágio. A doença é imprevisível e grave. Não há medicamento eficaz, o que temos são medicamentos para tratar as complicações. Isso estamos capacitados para fazer, mas o nosso limite chegou. Não há mais vagas disponíveis e estamos tendo que recusar pacientes”.
O que as pessoas precisam compreender é que o Hospital César Leite e todos os serviços de saúde estão numa luta constante contra esse vírus e precisamos da colaboração de todos. O sistema de saúde não aguenta.
Assessoria de Comunicação do Hospital César Leite