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Reunião tratou de medidas de prevenção para o período das chuvas em Manhumirim

18/09/2021 - Atualizado em 18/09/2021 10h27

MANHUMIRIM (MG) - Representantes da Câmara de Vereadores e da Prefeitura de Manhumirim, Secretaria de Meio Ambiente e Defesa Civil, Conselho de Desenvolvimento do Meio Ambiente (CODEMA), Aciama, empresários, comerciantes e moradores participaram de reunião para discutir medidas de prevenção e ações para minimizar os efeitos das chuvas fortes, principalmente as enchentes.

A reunião foi proposta por um grupo de estudos da Câmara, liderado pelos vereadores Mário Junior, Xandinho, Dedé Motoboy, Sandro Ribeiro e Darci Braga. Todos os vereadores foram convidados estando presentes, também, os vereadores Lequinho da Van e Sargento Edgar. Os vereadores Alexsandro Lemos e Darci Braga enviaram justificativa pela ausência.

Se há um assunto que tem tirado o sono de autoridades e população de Manhumirim é o risco de novas enchentes e desmoronamentos no período de chuvas. O clima está em constante mudança com o aumento significativo do índice pluviométrico tornando difícil impedir que o grande volume de água invada as casas ribeirinhas, que desmoronamentos aconteçam, mas é preciso agir para prevenir o que for possível e diminuir as consequências.

A cidade não quer continuar convivendo com os prejuízos de toda ordem, econômico, de saúde, social e de imagem, porque não é bom estarmos no noticiário como um Município devastado por estas calamidades. “Na busca sobre Manhumirim na internet sai o assunto enchente e isto prejudica nossa imagem”, disse Clayton Fernandes, comerciante da cidade.

Equipe técnica

O secretário de Meio Ambiente Ralph Silveira disse que o prefeito Sérgio Borel estava fora da cidade, por isto não pôde ir e anunciou que a Prefeitura já fechou contrato com uma equipe de pessoas com conhecimento técnico para fazer um estudo geotécnico do Município e orientar nas intervenções necessárias. “Não podemos intervir sem um estudo sério. Algumas ações mais imediatas já estão sendo tomadas, mas há aquelas de médio prazo para 2022 e outras que precisarão de mais tempo”, disse o secretário.

Não é para menos que a reunião contou com a presença expressiva de vários segmentos e todos levaram questionamentos e sugestões que vão ser encaminhadas para a Prefeitura entregar para este estudo.

Ações da Defesa Civil

O coordenador da Defesa Civil de Manhumirim Danilo Segall disse que entre outras medidas, como a dragagem do rio, canaletas estão sendo limpas, a rede pluvial no Bairro Mangueira está sendo ampliada, será feita manutenção e drenagem de água na Avenida JK e o estudo geotécnico vai orientar para as obras no leito do rio e encostas, o que demanda tempo e recurso.

Ele adiantou que no neste mês de setembro terá treinamento com os moradores do Bairro Santa Rita e demais bairros para retirada ordenada e previamente programada de pessoas em momento de risco, em parceria da Defesa Civil com a Polícia Militar.

Danilo explicou que o Município está se empenhando financeiramente para adquirir equipamentos que tornem mais eficiente o monitoramento e avisos sobre o volume de água para dar tempo de salvar pessoas e seus bens. Ele ouviu sugestões do comerciante Elias Araújo, uma sobre parceria público-privada com empresa interessada neste monitoramento, ficando mais barato para ambas as partes e outra sobre busca de verba disponibilizada pelo Governo Federal para cidades em situação de calamidades.

Danilo também afirmou que a Prefeitura vai continuar se dedicando a retirar os entulhos que foram depositados às margens do rio durante uma dragagem feita no ano passado.

Emanuel Gomes é bombeiro civil voluntário, contou que já trabalhou em situações de calamidade como em Brumadinho e que a Defesa Civil de Manhumirim é nova e sugeriu que sejam divulgadas mais suas ações, sobre o uso de verbas e sejam intensificados treinamentos da população, de pessoas que podem ajudar para que elas saibam lidar com estas situações emergenciais.

Aterros próximos ao rio

O comerciante Lúcio Delogo Rocha falou sobre os aterros que, segundo ele, têm estrangulado o lugar da vazante depois do Município, ao lado da estrada sentido Reduto, represando a água na cidade. “A lei federal fala em respeitar 30 metros distante do rio, mas é preciso muito mais e esta lei não contempla nossa realidade”, disse Lúcio.

O engenheiro Rogério Raposo disse que aquele local está muito abaixo do município, em grande desnível, sendo que as enchentes não foram pontuais somente em Manhumirim e sim em várias cidades e são muitas situações que propiciam as enchentes, como as construções ao longo dos anos às margens do rio e intervenções erradas.

Ele defendeu medidas para antes da chegada do Bairro Santa Rita que ajudem a conter grande volume de água que vem daquele lado, como as construções de piscinões, mas avisou que será preciso grande investimento. Para intervenções no rio por empresas é preciso ter autorização. “Tenho acompanhado e vejo que a Prefeitura está trabalhando, monitorando, mas não há solução imediata e a parceria público/privada será importante”, disse Rogério. Também foi citada parceria com a cidade de Alto Jequitibá.

Projeto de lei

O vereador Xandinho disse que enviou material sobre a situação de Manhumirim para a Superintendência Regional de Meio Ambiente (SUPRAM) na busca de orientação que enriqueça a elaboração de lei pela Câmara para maior defesa das margens do rio. Está em tramitação na Câmara projeto de lei de sua autoria com esta finalidade, sendo analisado pelas comissões formada por outros vereadores. “Aqueles que conseguiram autorização e já fizeram obras fica difícil voltar atrás, mas temos que agir de agora para a frente”, disse.

A moradora Cláudia Almeida defendeu união de todos pela cidade e que o Município tenha as próprias leis, porque há leis federais fora da realidade de Manhumirim. “Os aterros foram feitos aos poucos e a responsabilidade é de quem? Esperamos atitude”, disse.

Já outra moradora Maria Lúcia Almeida disse que o setor jurídico da Prefeitura deveria entrar na Justiça sobre estes aterros para evitar que eles avancem e esperem até o estudo geológico orientar.

Novos aterros não serão autorizados

O presidente do CODEMA Frances Ley Melo disse que a reunião foi positiva não só do seu olhar como ambientalista, mas como cidadão. Os aterros feitos no Município aconteceram em outra gestão e ele acredita que novos aterros no momento não serão autorizados, porque para isto é preciso que o proprietário obtenha um termo de conformidade da Prefeitura, mas o Prefeito Sérgio Borel e o Secretário Ralph Silveira têm se mostrado contrários a autorizar.

Encosta da Rua São José será recuperada

Ele também contou que em setembro está previsto o início da recuperação da encosta da Rua São José, montanha acima da rua que sofreu grande erosão ao longo dos anos e que a comunidade local, através da sua Associação de Bairro, com recurso do CODEMA e apoio da Câmara e Prefeitura vai fazer.

São várias técnicas de bioengenharia que serão aplicadas na recuperação ambiental e de estabilidade da encosta ajudando a minimizar as enchentes.

Frances Ley fez um alerta acompanhado de sugestão: que as florestas dentro da cidade sejam transformadas em Áreas de Proteção Ambiental (APA). “Não quero ter que receber no conselho pedido de loteamentos nestas áreas, diante de autorizações dadas por algum órgão para desmatar, melhor prevenir com legislação municipal”, defendeu.

Ao final da reunião o vereador Xandinho disse que é importante todos se unirem pela cidade, somando ideias, sugestões, os vereadores buscarem emendas parlamentares, sentarem com seu deputado e mostrar a situação, e a sociedade se manter organizada. “Aqui não tem partido político, somos manhumirienses lutando por nossa cidade”, concluiu.

O vereador Mário Junior encerrou a reunião dizendo que a Câmara está sempre aberta a todos. “Fico feliz com a presença de todos, de ver esta parceria, porque política se faz assim”.

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