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Política

Impasse no SAMAL prossegue: Sintram recorre e Prefeitura espera volta ao trabalho

16/02/2024 - Atualizado em 16/02/2024 09h05

MANHUAÇU (MG) - O impasse na limpeza urbana de Manhuaçu segue sem solução. Os servidores do SAMAL permanecem em greve aguardando uma decisão no recurso apresentado pelo Sintram contra a liminar que determinou a volta ao serviço. Por outro lado, a Prefeitura Municipal também afirma que não negocia enquanto os servidores não retornarem ao trabalho, cumprindo a decisão que considerou a paralisação ilegal.

O imbróglio iniciado há uma semana se arrastou durante todo o feriado de Carnaval. Nesta quinta, 15/02, a nova assembleia e manifestação dos servidores expôs a indefinição do fim da greve.

No dia 08, os servidores decidiram pela paralisação, mantendo apenas os serviços considerados essenciais. No início da noite de sexta, dia 09, o Tribunal de Justiça determinou o fim da mobilização, considerando a greve ilegal, e a volta imediata ao trabalho.

Agora, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Manhuaçu – SINTRAM, Márcio Correa, explica que a categoria decidiu pela manutenção do movimento, pelo menos até o julgamento de um recurso impetrado no TJMG. “Juridicamente, somente fomos notificados nesta quinta da liminar. Já fizemos um agravo e a Assembleia do Samal decidiu manter a paralisação até que a gente veja o resultado do recurso. Então juridicamente nós estamos nesse ponto. Por outro lado, estamos aguardando o diálogo da prefeitura para resolver o impasse. A comissão está aberta ao diálogo e a questão jurídica, nós estamos tomando as providências com denúncias junto aos órgãos competentes, inclusive com a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia”, destacou.

Entre as reivindicações apresentadas está a votação do novo Plano de Cargos e Salários, vale refeição, pagamento do vencimento básico de R$ 1.425,00 e mais a recomposição anual de 8%, somando o total de R$1.539,00.

A gari Vanessa Freitas, da comissão de greve do SAMAL, explica que, além do salário, a greve questiona sobre a situação dos servidores, trabalhando sem condições mínimas de segurança em relação a abrigos e EPIs, e a frota sucateada da autarquia de limpeza urbana.

DECISÃO JUDICIAL

Já a prefeita de Manhuaçu, Maria Imaculada, afirma que só irá conversar com os trabalhadores quando for cumprida a decisão judicial que considerou o movimento ilegal, ou seja, quando retornarem ao trabalho.

“Estamos tentando encerrar esse plano, já tem bastante tempo, mas agora está pronto e irá para a Câmara. E eles sabiam que está no final. O estatuto já foi votado uns meses atrás, dois meses atrás parece, e agora o PCCV já está pronto de todas as áreas, não é só o deles que está atrasado, todos. Só que eles entendem que tem que dar os direitos que estão para vir antecipado. Isso não existe. E outra coisa, nós temos que ser responsáveis, porque nós não podemos dar um passo maior do que a nossa perna. Nós somos responsáveis por um município de 92 mil pessoas. Nós não temos só uma classe ou a outra para lidar, nós temos que olhar em todo. Então a gente está fazendo tudo isso e assim, com muito cuidado. Então nós estamos certo do que nós estamos fazendo. É por isso que nós estamos discutindo judicialmente porque não há motivo para essa greve”.

Ainda na entrevista, a prefeita afirma que a greve é motivada por interesses políticos. “Essa greve é política e nós já falamos e vamos repetir. Nós temos provas concretas de que a greve é política e, na hora certa, vamos estar mostrando essas provas, porque essa greve surgiu do nada. Aproveitaram um momento difícil de Manhuaçu, que a dengue está crescendo, não só em Manhuaçu, em todo o estado. Então, assim, ela foi orquestrada. (…) Graças a Deus, eu tenho essa sabedoria de lidar com isso. (…) Enquanto eles não cumprirem a decisão que o juiz deu, não discuto com ninguém. Nós vamos começar a discutir com eles, depois que eles cumprirem. Toda decisão judicial precisa ser cumprida. E depois vem as discussões”.

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