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Segurança

Morte de Vendedor de Manhuaçu em Ipatinga

23/11/2009 - Atualizado em 25/11/2009 05h29

O mecânico montador Ericson Pereira de Andrade, 21 anos, se apresentou na Delegacia ajunta de Crimes contra a Vida (DaCcV) de Ipatinga, na manhã de quinta-feira (19). Ele confessou participação no assassinato do vendedor de Manhuaçu Sandro Silva, 31, morto com seis tiros durante uma confusão perto de um bar da Rua Caetés, no Bairro Iguaçu, (Ipatinga) no fim da madrugada do domingo (15). Ericson admitiu ter dado dois dos seis disparos que atingiram a vítima. Depois de ouvido na DaCcV, ele foi liberado, já que não foi preso em flagrante e tampouco havia um mandado de prisão referente ao crime em seu desfavor.

O mecânico montador descreveu como todo o tumulto, que culminou no homicídio, aconteceu. “Nós estávamos bebendo lá naquele bar e esse rapaz, o Sandro, estava com uma garota. Essa moça chegou até perto de nós. Sandro também veio até a nossa mesa e já chegou batendo em todo mundo, quebrando todo mundo no pau, entendeu? Batendo mesmo. Ele era bastante forte e, na hora que começou a nos bater, eu resolvi sair do bar, porque ele me deu três socos no peito e cai no chão”, descreveu.

Ericson afirmou que na hora da confusão estava sob o efeito de entorpecentes. “Quando fui para o lado de fora do bar, pensei: ‘Eu quero ir embora’. Eu estava muito doido de drogas, esses negócios. Nessa hora, foi todo mundo para o lado de fora também, ninguém queria matar Sandro, ninguém queria brigar como ele. Entramos no carro e esse rapaz, o Sandro, foi lá para nos bater de novo. Bateu na porta do automóvel e falou: ‘Sai aí que eu vou arrebentar vocês tudo no pau. Vou arrebentar vocês agora, a polícia ta chegando aí, eu vou matar vocês’. Essa foi a hora que saiu todo mundo do carro e eu fiquei lá dentro. Os rapazes jogaram a arma no meu colo e eu fiquei com medo dele vir para cima de mim”, detalhou o jovem que, na apresentação na DaCcV, foi acompanhado pela advogado Silvestre Antônio.

Disparos

O mecânico montador relatou que a confusão continuou perto do bar, enquanto ele estava no automóvel. “Resolvi sair para o lado de fora, pois estava com medo. Sandro então veio para me dar mais pancada e me bater. Aí eu dei nele um (tiro). Ele veio para me bater de novo, aí eu fui e dei mais um (tiro). Só que ele não morreu. Eu não tinha nenhuma intenção de matar o Sandro. Não passava nem na minha cabeça assassinar ele. Só que ele veio para bater em mim e eu tive que dar esses dois disparos, mas ele não morreu. Ele tentou correr. Foi então que um dos rapazes tomou a arma de mim e terminou de executar ele, mas os dois tiros que dei nele não foram por querer. Eu não tinha intenção nenhuma de matar esse rapaz. Ele tava completamente louco”, revelou Ericson, acrescentando sobre os indivíduos que estavam com ele na hora da confusão: “Olha, eu estava com essas pessoas lá no carro. Eu não conheço esses três indivíduos. Eu não conheço. Prefiro nem relatar nome. Eu não tenho envolvimento com esses rapazes não”.

Delegada

A delegada Elisa Moreira Caetano, titular da Delegacia adjunta de Crimes contra a Vida de Ipatinga, disse como se desenrolarão as investigações a partir do depoimento de Ericson. “Ele confessou a autoria de dois dos disparos que vitimaram Sandro, mas as investigações estão sinalizando em outro sentido também, que por enquanto a gente não pode adiantar muita coisa. Mas ele confessou. A parte dele, ele confessou e foi acompanhado de um advogado no depoimento. Foi um depoimento tranqüilo, cheio de informações e muito rico. Um depoimento muito linear, que deu a entender realmente que ele está envolvido nisso. A partir daí, a gente vai ver o que vai fazer”, declarou.

Elisa também discorreu sobre o suposto envolvimento de outra pessoa, autora do restante dos disparos que mataram Sandro. “Foi um complemento, um resto do delito, que teria sido cometido por outro individuo que ainda não temos o nome preciso. A gente ainda precisa ver o que vai acontecer. Nos próximos dias, essa pessoa pode ser presa. Vamos estudar o caso com calma para ver se será expedido algum mandado. Ericson é um individuo que já tem passagens pela polícia, inclusive quando ainda era menor”, finalizou.

De livre e espontânea vontade, Ericson procurou o 14º Batalhão de Polícia Militar de Ipatinga, na Rua Gaivotas, no Bairro Vila Celeste, para confessar a participação no assassinato. Ele conversou com o comandante da unidade, tenente-coronel Alfredo Ramalho, que o encaminhou até a DaCcV.

Jornal Vale do Aço - JVA Online - 14:01 - 23/11/09 - jvaonline.com.br

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