MANHUAÇU (MG) - Os custos financeiros para o transbordo de resíduos sólidos urbanos (RSU) de Manhuaçu têm se tornado o ponto forte de discussão, que envolve a Câmara, Executivo e comunidade do Barreiro, que reagiu após tomar conhecimento do projeto de Lei Complementar 003/2025, de autoria do Executivo, solicitando alteração na lei de 2023, que proíbe a instalação de qualquer Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos a menos de dois mil metros. A redução solicitada é para 500 metros. Todas as vezes, em que reúne membros da comunidade, Executivo e Legislativo, a alegação para fazer o transbordo, o custo do transporte para o município é muito caro e ultrapassa R$ 700.000,00.
Após a audiência pública realizada pela Câmara e a tramitação do PL 003/2025, na sessão da última quinta-feira, 22, para a votação em plenário, que foi retirado de pauta por força de Liminar concedida pela Justiça, novas ações acontecerem em defesa da coletividade. As contradições apresentadas levaram os vereadores, Alan José Quintão (Alan do Alaor) e Administrador Rodrigo, visitarem alguns municípios para conhecerem o mecanismo utilizado e custos, para realizar o transporte dos resíduos até a estação de transbordo e do aterro sanitário, além de eventuais despesas administrativas.
Nesta terça-feira, 27, os dois vereadores concederam entrevista coletiva à imprensa, com a finalidade de detalhar alguns pontos considerados relevantes, informar a população sobre a possibilidade de o município realizar o transbordo, com um valor em torno de R$ 61.015,15. Eles explicam que a adesão do município ao consórcio é o mais ideal, para colocar fim na novela, que está deixando os moradores do Barreiro atormentados.
Para o vereador, Alan do Alaor, o projeto para reduzir a distância para instalação de Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos impacta diretamente o meio ambiente e, os moradores próximos do local. Ele detalha que, embora tenha sido mapeada uma área na região do Barreiro, mas pode ser instalado em qualquer lugar dentro do município e, com isso afetar a área rural, impactar as famílias que vivem da agricultura familiar, o solo e a saúde das pessoas. “Após a audiência pública, pudemos tirar novas informações a respeito de valores, a contradição com o que município apresenta em termos de gastos, para o transbordo. Vamos protocolar na Prefeitura o resultado do estudo que temos e, quem sabe o Executivo busque uma das alternativas e, com isso vai atender a todos. Levantamentos mostram que é possível fazer o que temos em mãos”, pontua Alan do Alaor.
O vereador Administrador Rodrigo mostrou dados, que apresentam números interessantes para o município viabilizar o transbordo do lixo para Piedade de Ponte Nova (Rio Casca), sem a necessidade de investir ou forçar a Câmara reduzir a distância, para implantar um Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos. O vereador destaca os três levantamentos, com custos bem abaixo do que sempre é apresentado pelo Executivo. De acordo com o vereador, é plenamente viável o projeto. “Somente em 2024, o município arrecadou mais de 31 Milhões com ICMS. Fizemos um estudo contábil e chegamos ao valor de R$ 61.015,15 por mês, para o transbordo. Esperamos que a Prefeita e sua equipe, que está diretamente ligada a questão Tributária avaliem os dados, que são oficiais. Tomara que tomem uma decisão que atenda a coletividade”, detalha o vereador Administrador Rodrigo.
Os dois vereadores protocolaram o estudo sobre o impacto financeiro, que mostra as possibilidades para adesão ao Consórcio, para encaminhar todo o lixo a Piedade de Pointe Nova. Agora, eles aguardam que o Executivo entenda a matemática, e venha aderir ao Consórcio Cimvalpi.
Os três cenários trazem dados surpreendentes, diante do que é passado para a população, que precisa saber, entender a diferença de valores para a prestação do serviço.
Cenário 1: Enviar para o aterro de Piedade de Ponte Nova via Consórcio Cimvalpi, semelhante a outras cidades, o total de investimento com custo/ receitas: R$ 380.000,00 + R$ 1.938,07 – R$ 292.000,00 – R$ 28.922,92 = R$ 61.015,15/mês.
Cenário 2 - Enviar para o aterro de Piedade de Ponte Nova pela Prefeitura, o total de investimento via licitação, já concluída e aguardando a ordem de serviço com custo/receitas: R$ 400.000,00 – R$ 292.000,00 – R$ 28.922,92 = R$ 79.077,08/mês.
Cenário 3 - O Projeto de Lei que está na Câmara Municipal, o total de investimentos conforme o Projeto de Lei Complementar003/2025, o custo/ receitas: R$ 705.186,00 – R$ 292.000,00 – R$ 28.922,92 = R$ 384.263,80/mês.
Eduardo Satil / Rádio Caparaó