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Saúde alerta para cuidados com uso da pílula do dia seguinte

04/07/2007 - Atualizado em 06/07/2007 09h10

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) alerta que o contraceptivo de emergência, mais conhecido como pílula do dia seguinte, deve ser utilizado apenas em caráter excepcional, mediante prescrição médica. A utilização deve ser resguardada a situações especiais, como na suspeita de falha do método anticoncepcional rotineiramente utilizado, ruptura do preservativo ou em casos de estupro, sem uso de qualquer método contraceptivo.

"É um risco. As vendas da pílula cresceram sete vezes em quatro anos e estão sendo usadas indiscriminadamente por adolescentes", alertou a gerente de Vigilância Sanitária em Medicamentos e Congêneres da SES, Teresinha Povoa. Se por um lado o contraceptivo de emergência é uma opção a mais para as mulheres, por outro, mesmo utilizado de maneira correta, pode apresentar falhas.

O método possui inúmeras contra-indicações, interações medicamentosas e reações adversas desagradáveis advindas do uso. “É preciso lembrar, também, que não deve ser usado em casos de gravidez confirmada ou suspeita, uma vez que não impede a sua evolução”, enfatizou Teresinha Povoa.

O contraceptivo de emergência age impedindo ou retardando a ovulação e diminuindo a capacidade dos espermatozóides de fecundarem o óvulo. Segundo a especialista, vale ressaltar que ela não é abortiva, já que a pílula do dia seguinte não interrompe uma gravidez já estabelecida. A pílula de emergência não deve ser usada como método de rotina, ou seja, substituindo um outro método anticoncepcional.

"Isso se deve a vários motivos, dentre eles, a exposição do organismo a elevadas taxas de hormônio, a ausência de segurança frente ao seu uso repetitivo e a existência de outros métodos contraceptivos mais eficazes”, frisou.

De acordo com o Grupo de Planejamento Familiar da Coordenação Estadual de Atenção à Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente da SES, a pílula anticoncepcional de emergência deve ser usada, idealmente, até 72 horas após a relação sexual desprotegida, tomando-se os dois comprimidos de uma só vez ou em duas doses - a primeira dose até cinco dias após a relação sexual e a segunda, doze horas após a primeira. Quanto mais rápido a pílula for usada, maior a sua eficácia para evitar uma gravidez indesejada.

Métodos

Anticoncepcionais são maneiras, métodos, objetos e cirurgias usados com o intuito de se evitar a gravidez e devem ser utilizados por homens e mulheres. Alguns são considerados reversíveis, ou seja, a pessoa pode parar de fazer uso dos mesmos. Tão logo pare de usá-los, voltará a ter capacidade de engravidar. Os irreversíveis são aqueles em que, após serem utilizados, dificultam a capacidade de engravidar da pessoa. Por esse motivo, é preciso que quem opte por usar um destes métodos tenha plena segurança em não querer mais gerar filhos.

As pílulas e as injeções anticoncepcionais são feitas de hormônios semelhantes aos produzidos pelos ovários da mulher, o estrogênio e a progesterona, e demonstram bastante eficiência quando utilizadas de maneira correta. Quando se usa a pílula, pode ocorrer diminuição do fluxo menstrual, e o organismo, no momento em que a pessoa começa a utilizar a fórmula, precisa de um tempo para se adaptar. Já a injeção se divide em dois tipos: mensal ou trimestral. “É importante que a mulher, sempre que for a uma consulta, informe o uso da pílula ou das injeções”, lembrou Teresinha Povoa.

O diafragma é uma capa flexível de borracha ou de silicone, com uma borda em forma de anel, que é colocada na vagina para cobrir o colo do útero. Evita a gravidez ao impedir a entrada dos espermatozóides dentro do útero e pode ser inserido minutos ou horas antes da relação sexual. A retirada do diafragma deve ser feita de seis a oito horas após o ato e não deve usada durante a menstruação.

O espermicida é uma substância química que recobre a vagina e o colo de útero e evita a penetração dos espermatozóides no útero, imobilizando-os ou destruindo-os. Apresenta eficácia por um período de uma hora após a sua aplicação e é colocado com um aplicador, que deve ser introduzido na vagina o mais profundo possível e precisa ser lavado com água e sabão após cada uso.

O Dispositivo Intra-Uterino (DIU) é um pequeno objeto de plástico, que pode ser recoberto de cobre ou conter hormônio, colocado no interior do útero para evitar a gravidez. O DIU não provoca aborto, porque atua antes da fecundação. O dispositivo recoberto com cobre age tornando inativos ou matando os espermatozóides, impedindo, assim, o encontro dos espermatozóides com o óvulo. A fertilidade da mulher, ou seja, a sua capacidade de engravidar, retorna logo após a retirada do dispositivo.

A camisinha masculina é uma capa fina de borracha, que cobre o pênis durante a relação sexual, para impedir o contato do órgão masculino durante o ato. O preservativo funciona como uma barreira, uma vez que o esperma ejaculado pelo homem fica retido. Já a camisinha feminina é um tubo feito de plástico macio, fino e resistente, já lubrificado e que se coloca dentro da vagina, o que também impede a entrada dos espermatozóides no corpo da mulher. O preservativo pode ser colocado imediatamente antes da penetração ou até oito horas antes. É importante lembrar que as camisinhas, masculinas ou femininas, são os únicos métodos que oferecem proteção contra Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e gravidez.

Esterilizações

A Ligadura de Trompas é uma cirurgia simples realizada na mulher para evitar a gravidez, um método anticoncepcional considerado permanente ou irreversível, já que, depois de feita a cirurgia, é muito difícil recuperar a capacidade de ter filhos. A vasectomia também é um procedimento simples, seguro e rápido, mas feito nos homens que não desejam mais ter filhos. A exemplo da ligadura de trompas, é um método anticoncepcional considerado permanente ou irreversível.

Existem alguns outros métodos, como a tabela, que consiste na observação de vários ciclos menstruais para determinar o período fértil do ciclo menstrual da mulher; o muco cervical, que se fundamenta na determinação do período fértil pela auto-observação das mudanças do muco cervical e da sensação de umidade na vagina ao longo do ciclo menstrual; a temperatura basal, que se baseia nas alterações que os hormônios femininos provocam na temperatura do corpo ao longo do ciclo menstrual; o sintotérmico, que está embasado na combinação dos métodos da tabela, do muco cervical, da temperatura basal e na observação de sinais e sintomas que indicam o período fértil da mulher; o coito interrompido, em que o homem retira o pênis da vagina um pouco antes da ejaculação; e o método da amamentação (LAM), que é uma medida anticoncepcional temporária que consiste no uso da amamentação para evitar a gravidez, uma vez que ela tem efeito inibidor sobre a fertilidade.

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