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Ipanema adota medidas contra leishmaniose

11/02/2010
Ipanema combate e monitora leishmaniose

O número de casos de leishmaniose visceral em humanos confirmados em Ipanema, de setembro a janeiro de 2010, já chega a seis. Foram três casos na Pedreira, dois nas imediações do bairro, e um caso no Vila Vicentina. Proporcionalmente comparado ao número populacional da cidade, o índice é considerado alto, além de ser uma doença exótica na região. A realidade da doença em Ipanema é considerada um surto. O fato não é alarmante, mas requer vários cuidados, principalmente da população, para que a doença não se alastre.

O enfermeiro e coordenador da Vigilância Epidemiológica de Ipanema, Rodrigo Soares de Oliveira Fialho, explica que várias medidas de combate à doença vêm sendo efetivadas pela Prefeitura, através da Secretaria de Saúde. Agentes de saúde estão pulverizando todas as casas, além do trabalho de orientação aos moradores. “Outra medida foi o treinamento dos médicos daqui para atender os casos da doença. Só quando a situação fica grave, é que o paciente é encaminhado para o tratamento em Belo Horizonte”.

Mais uma ação que vem sendo realizada é o inquérito canino. Os agentes de saúde passam de casa em casa colhendo o sangue da ponta da orelha dos cães, já que estes animais podem ser hospedeiros da leishmaniose. Daqui, os exames são encaminhados para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. Quando os resultados chegam e há a confirmação da doença, o animal precisa ser sacrificado.

Pelo inquérito canino, até o momento, foram enviadas 450 amostras, em média. Desse total, já chegaram 304 resultados, com 27 casos confirmados de contaminação dos animais, e um caso indeterminado. Este último passará por um outro exame. A meta do inquérito é atingir cerca de 2 mil animais, com base no número da vacinação Anti-rábica.

Canil

Rodrigo ressalta ainda que em casos de endemias como esta, a responsabilidade também passa a ser do Governo Estadual, o qual se comprometeu a destinar recursos para a construção de um canil municipal e aquisição de furgão para o transporte dos animais recolhidos.

No entanto, o atraso do repasse pelo Estado para a construção do canil dificulta o recolhimento e sacrifício desses animais. Sendo assim, “foi improvisado um canil na CASEMG, em que os animais com casos confirmados leishmaniose são levados e sacrificados”, como explica o médico veterinário Marcelus Jannuzz e Oliveira. Quanto aos cachorros de rua, uma lei estadual assegura que estes animais sejam recolhidos e encaminhados para o sacrifício.

Enquanto isso, Governo Municipal e população devem agir em conjunto. “Também é muito importante que os moradores façam a sua parte, evitando manter galinheiros e limpando os quintais, porque fezes de galinha e folhas secas são abrigos naturais para o mosquito transmissor da doença”, enfatiza o coordenador do Centro de Epidemiologia. 

A doença

A transmissão leishmaniose da se dá através de pequenos mosquitos que se alimentam de sangue, popularmente conhecidos mosquito-palha. São mais comumente encontrados em locais úmidos, escuros e com muitas plantas. Galinheiros, locais próximos à mata e cachorros de estimação também podem ser abrigos para que o parasita se desenvolva.

Os sintomas da leishmaniose visceral são: febre irregular, anemia, indisposição, palidez da pele e mucosas, perda de peso, inchaço abdominal devido ao aumento do fígado e do baço. Esta doença deve ser tratada através de medicamentos e receber acompanhamento médico, pois, se não for adequadamente tratada, pode levar à morte.

Assessoria de Imprensa

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