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Gestantes de Manhumirim são atendidas em Manhuaçu

03/08/2007 - Atualizado em 07/08/2007 07h46
  Completam-se hoje 21 dias que gestantes de Manhumirim precisam ser atendidas no Hospital César Leite em Manhuaçu. Desde o dia 13 de julho, o Hospital Padre Júlio Maria (foto) suspendeu os serviços de obstetrícia para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e criou um impasse que tem sido alvo de críticas de toda a população. A direção alega que não tem profissionais para cumprir a escala.   A nota suspendendo o atendimento de obstetrícia da maternidade para usuárias do SUS pegou todos de surpresa. Foram mantidos apenas os serviços para usuárias ligadas a convênios, ao Plano São Vicente Saúde ou particulares. Segundo a comunicação, o motivo é a falta de profissionais médicos para fazerem a escala de atendimento. Desde então, uma ambulância fica de plantão para atender as gestantes que agora precisam enfrentar o perigo das estradas. 

O Secretário de Saúde de Manhumirim, Geraldo César Bastos, explica que o Hospital Padre Julio Maria é particular e enquadra-se como um prestador de serviços ao SUS. Ele diz que a Administração busca entendimentos e enquanto isso faz o melhor que pode: “A única atitude possível é a remoção dos usuários que necessitarem do serviço para uma unidade hospitalar mais próxima e que esteja disponível a prestar o atendimento, neste caso, para Manhuaçu”.

Bastos ainda informou que a Secretaria está intermediando as conversas entre a Secretaria Estadual de Saúde e o Hospital Padre Julio Maria para resolver da melhor forma possível essa questão.

O secretário garantiu que nenhuma gestante ficará sem o devido atendimento. “Assim que procurarem o pronto socorro serão encaminhadas para Manhuaçu. A secretaria mantém ambulâncias de plantão 24 horas”, afirmou, lembrando que o HCL (foto) tem condições de atender a demanda de Manhumirim e das cidades vizinhas.

Como a maior parte da população de Manhumirim depende do atendimento através do SUS, o impasse deixou os moradores apreensivos. Eles não discutem a qualidade do atendimento em Manhuaçu, mas reclamam dos riscos da viagem. Outro fator que deixa moradores indignados é ter que ir para outra cidade, enquanto o hospital local tem boa estrutura e não pode recebê-los.

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA

O médico de Manhumirim e secretário do Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais, João Batista Gomes Soares, ficou espantando ao visitar sua terra natal na semana passada e descobrir a polêmica envolvendo as gestantes da cidade.

O médico entende que: "obstetrícia é um atendimento de urgência e como tal ele tem que ser prestado". Ele alertou também a direção do hospital que não pode deixar de atender ao SUS e tem condições de atender a convênios. “Isso não é papel de um hospital, que apesar de ser privado, é um bem público, é um bem da população, é uma assistência de primeira necessidade".

João Batista diz que o "mais importante é que o cidadão que mora lá no morro do Jair, que mora nas vilas que estão ao entorno da cidade, esse cidadão pobre, cidadão do meio rural, tenha garantido para a esposa dele uma assistência obstétrica num hospital”.

Para o médico, o hospital não pode deixar de atender à obstetrícia do SUS. “Eu acho que essa postura é equivocada. Eu pedi à direção que re-avalie isso imediatamente e mude essa postura, porque não podemos colocar uma parturiente dentro de uma ambulância, correndo o risco desta criança nascer no caminho. Se não tem médico para atender no plantão, muito menos vai ter para levar a parturiente", critica.

Ele disse ainda que deixou claro para o diretor clínico do hospital de Manhumirim que: "o médico da policlínica tem que examinar a parturiente. Se o hospital não puder atender, vai encaminhar para outro local, mas a parturiente não pode ser encaminhada da porta do hospital sem o contato com a policlínica."

Para João Batista, se está faltando remuneração para os médicos de plantão tem que haver um entendimento entre o Hospital, a Secretaria Municipal de Saúde e até o Governo do Estado para fazer uma complementação. O conselheiro defende que o médico não pode trabalhar sem remuneração justa e diz que é preciso somar esforços de todos em favor do Hospital Padre Júlio Maria. “Temos de lutar para arranjar uma solução para montar um quadro de plantonistas de obstetrícia, além de anestesista (que é uma cobertura para cesarianas) e um pediatra na sala de parto, que é exigência do próprio sistema".   Com informações do site www.radiomanhumirim.com.br - 03/08/07 - 07:37 

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