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Justiça condena estelionatário a mais de 25 anos

01/10/2010 - Atualizado em 01/10/2010 08h02
Hudson foi condenado pela Justiça em Ipanema, mas pode recorrer

A Justiça de Ipanema condenou Hudson Eduardo do Nascimento a mais de 25 anos de prisão. A decisão acolheu denúncia do Ministério Público, baseada nas informações do inquérito policial da Delegacia de Ipanema. A pena chegou a um patamar muito alto em razão da soma de condenações por diversos crimes cometidos, especialmente de estelionato. Hudson permanece preso em Ipanema e vai recorrer da decisão.

Segundo o Delegado Nilson Belmiro, titular da Delegacia de Ipanema, Hudson foi indiciado por estelionato (12 vezes); falsificação de documentos públicos e particulares; falsificação de reconhecimento de firma; e identidade falsa (fingiu que era outra pessoa para aplicar os golpes), além de inscrição falsa como eleitor e falsificação de título eleitoral.

Foram identificadas trezes pessoas enganadas por Hudson. A maioria sofreu golpes envolvendo a venda de carros. Em três casos, foram financiados veículos em nome de vítimas sem o conhecimento delas. Há também pessoas que receberam cheques de contas abertas pelo golpista com documentos falsos.

“De nove veículos envolvidos diretamente nas investigações, quatro foram localizados e recuperados. Alguns deles foram transferidos a terceiros, em princípio de boa fé”, explica o Delegado Nilson Belmiro, que calcula que os prejuízos das vítimas ultrapassam 300 mil reais.

Para aplicar os golpes, Hudson utilizava documentos falsos, dos quais foi apreendido um CPF e identificados uma Carteira de Trabalho e Previdência Social, um Passaporte e um Título de Eleitor (o que motivou o indiciamento por crimes eleitorais).

Em relação aos crimes que ele teria praticado nos Estados Unidos foi encaminhada cópia do expediente à Superintendência da Polícia Federal em Belo Horizonte.

Segundo o delegado, também foi indiciado o titular de um cartório que reconheceu firma por autenticidade em uma autorização de transferência de veículo sem a presença do proprietário.

PROCURADO NOS ESTADOS UNIDOS

O delegado Nilson Belmiro recebeu documentos que comprovam que Hudson é procurado pela polícia e justiça do estado de Massachusets, nos Estados Unidos, onde teria cometido crimes contra vítimas brasileiras residentes naquele país.

Nos documentos recebidos, o procurado é identificado pelo nome Hudson Guimarães Júnior. “Tanto o nome quanto outros dados de qualificação coincidem com documentos falsos utilizados por ele e vinculados ao inquérito desenvolvido nesta delegacia”, afirma.

A procura pelo brasileiro iniciou em novembro de 2008. Hudson era procurado por estelionato e golpes que beiravam a quantia de 60 mil dólares. O brasileiro usava no mínimo três nomes falsos e ainda facilitava a obtenção de carteira de motorista do estado sem o uso do Social Security. Para isso, cobrava de US$1,5 a US$2 mil e dizia que tinha contatos no Departamento de Veículos Automotores (DMV).

Segundo a investigação, Hudson possuía um mandado de prisão em aberto por estelionato cometido em Juiz de Fora, no ano de 1997. O mandado foi expedido 10 anos depois e o brasileiro foi preso em função deste crime.
Conforme o delegado Nilson, o golpista tem uma ficha criminal extensa. Em 1993, Hudson foi preso em Belo Horizonte pela Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos por uso de documento falso e falsificação de documento.
Três dias antes da prisão de Hudson, ocorrida em 21 de janeiro último, vítimas registraram boletim de ocorrência. Segundo José Carlos, um dos lesados, o golpista teria comprado um veículo VW Saveiro com os documentos pessoais dele. De acordo com a ocorrência, Hudson teria montado uma agência de veículos em Pocrane, no final do ano passado, passando a negociar carros com os moradores da cidade.

Outras vítimas contaram à polícia que entregaram seus veículos a Hudson, em troca de veículos novos, prometidos pelo golpista. Segundo a polícia, o estelionatário deixou a agência em Pocrane alegando motivos de viagem.
A Saveiro semi-nova e não emplacada foi apreendida no dia da prisão de Hudson. Segundo a polícia, outros sete veículos envolvidos em fraudes foram bloqueados através de impedimento administrativo. O criminoso chegou a financiar carros em nome de terceiros usando cópias de documentos e falsificação de assinatura.

A Polícia Civil do Espírito Santo, de onde Hudson é natural, informou ao delegado Nilson que o criminoso já cumpriu pena por roubo à mão armada e outros crimes no estado. O delegado de Ipanema disse ainda que o criminoso usava o nome falso de Hudson Guimarães Júnior. Ele supõe que o golpista usasse o mesmo nome nos EUA.

"Omar Maldonado", "Moisés Rosado" e "Júnior" são os outros nomes usados por Hudson nos Estados Unidos. Segundo o delegado, o próprio golpista se apresentou à polícia, por conta do mandado de prisão preventiva expedido em Juiz de Fora.

O diretor de comunicações da Polícia de Massachusetts, Dave Procopio, confirmou a identificação. Lá ele é conhecido também pelo nome de Hudson Ferrari.

Segundo ele, o brasileiro foi acusado de obter carteiras de motorista para imigrantes indocumentados, dos quais cobrava uma taxa, e estava sendo investigado pelo crime, cometido em Massachusetts. Ainda conforme Procopio, o acusado teria ameaçado o policial Alex Fontes de morte, durante uma conversa telefônica.

Carlos Henrique Cruz
Com informações do Comunidade News e de A Gazeta On line

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