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Estudante de Espera Feliz decide retornar do Japão

21/03/2011 - Atualizado em 21/03/2011 09h13
Marcionilo Neto decidiu voltar do Japão para Espera Feliz

O estudante mineiro, de Espera Feliz, Marcionilo Euro Carlos Neto, de 25 anos, que faz intercâmbio no Japão, voltará ao Brasil. A viagem foi marcada para esta segunda-feira (21). Neto foi ao Japão por meio de uma parceria entre a Universidade de Kanda e Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Outra intercambista brasileira, Fernanda Serpa, também voltará ao país, segundo a universidade. Já o estudante Diego Ramos, de 23 anos, decidiu continuar no Japão, de acordo com UFJF.

Em reportagem publicada na quinta-feira, no site G1, Neto afirmou que só anteciparia o retorno ao Brasil, previsto para o mês de agosto, caso os problemas com a usina nuclear Fukushima Daiichi se agravassem.

O jovem estuda em Chiba, a 250 quilômetros da usina e está no Japão desde agosto do ano passado para estudar o idioma e a cultura japonesa, após ser contemplado com uma bolsa de estudos. O brasileiro disse que ao longo desta quinta-feira as notícias sobre a questão de um risco nuclear aumentaram sua preocupação. Ele decidiu fazer as malas e voltar para o Brasil em companhia da colega Fernanda Serpa.

“Não vamos arriscar mais. Aprendemos muita coisa, mas preferimos não pagar mais para ver. Estou doido para chegar, mas ainda tenho que esperar até segunda-feira”, disse Neto.

Segundo o estudante, na quinta-feira uma amiga espanhola dele recebeu uma mensagem da embaixada disse que seria melhor deixar o Japão. Além disso, Neto afirmou ter achado estranho receber um convite da universidade onde estuda para fazer uma viagem a Osaka, ao sul do país, a cerca de 700 quilômetros da usina nuclear.

“Já tínhamos combinado antes que se chegasse ao ponto de mudarem a gente para o sul do país, a gente voltaria para casa, porque isso pressupõe que está ficando feio, mas eles não querem esclarecer isso para a gente”, afirmou.

Além disso, uma mensagem na TV em várias línguas, incluindo português, causou incômodo. “Falava assim, os telefones que estão abaixo da tela, vocês podem entrar em contato para pegar informações mais claras e detalhadas sobre a situação. É dito que não entrem em pânico e que não deixem o país, mas não explicaram nada”, disse.

A família de Neto, já pedia para que ele voltasse. No Brasil, ele trabalhava como professor de línguas estrangeiras. Após o fim do intercâmbio, os planos eram de futuramente retornar ao Japão para um curso de mestrado.

Outro brasileiro vai ficar

O outro intercambista da UFJF, Diego Ramos, disse à  Coordenação de Relações Internacionais que não quer deixar o Japão, a não ser que haja riscos maiores de emissão de radioatividade. Quando vieram os primeiros tremores, Ramos disse que estava em casa e manteve a calma, apesar do medo. “Começou a cair quadros e todo mundo veio para a sala, assustado. Fizemos mochilas com mantimentos e água para fugir. Não sabíamos se viriam outros tremores mais fortes.”

Ramos diz que atualmente a situação está calma, porém estão sempre em alerta. O hábito de andar descalço dentro de casa foi substituído pelo uso dos calçados, para facilitar uma possível fuga.

A família de Ramos, que é de Juiz de Fora, também pede para que ele retorne. “Eles estão inseguros por causa das notícias. Desde criança tenho interesse pela cultura japonesa e o intercâmbio está sendo muito válido. Se tivesse de ir embora nesta semana, já teria valido a pena, não só por aprender o idioma, mas pela experiência de vida.”

Fonte: G1 - Fotos: Arquivo pessoal

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