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Segurança

Mulher forjou seqüestro para incriminar o ex-marido em Manhuaçu

10/09/2007 - Atualizado em 15/09/2007 12h28

 

O misterioso seqüestro de Josiane Moura, 25 anos, foi elucidado pela Polícia Civil de Manhuaçu. O delegado Getúlio Vargas de Lacerda, que também responde por São João do Manhuaçu, onde seria o cativeiro, acabou mostrando que a história foi toda planejada pela mulher. Ela armou para ex-marido.

Ela contou uma história considerada no mínimo estranha. Josiane disse que ficou três dias num cativeiro e lembrava-se pouco do que havia acontecido. Outro dado que intrigava a polícia: recebeu uma ligação com ameaças e obedeceu a ordem de entrar num táxi ao invés de comunicar o fato à polícia.

“Desconfiamos que poderia se tratar de um seqüestro forjado. Analisamos o modo que ela saiu do cativeiro, o tempo de permanência e a história que ela contou. As evidências mostravam que algo estava errado”, afirmou o delegado. O tirocínio policial foi essencial para descobrir que a história de Josiane era falsa.

O seqüestro foi criado para incriminar o ex-marido Ademir Francisco de Souza, com quem ela tem uma filha. “Ela criou a história para deixar ele em maus lençóis perante a Justiça. Não entendemos direito onde ela queria chegar”, argumentou.

PARTICIPAÇÃO DE OUTRAS PESSOAS

A farsa teve a participação de outras pessoas. Ela já admitiu que criou a situação com a ajuda de outras pessoas. “O taxista de nome Marcelo, de São João do Manhuaçu, tomou conhecimento do caso e ainda não o encontramos. A outra pessoa, que realmente alugou a casa lá em São João, chama-se Jonas e seria Baiano ou Cearense. Ele era vizinho dela aqui na rua Caparaó”, afirmou o delegado, que explicou o suposto seqüestro foi todo planejado, inclusive com o aluguel da casa um mês antes.

Segundo ele, foi aberto um inquérito sobre comunicação falsa de crime. Para o delegado, caberá à Justiça responsabilizar a mulher e os possíveis envolvidos na farsa.

O “SEQÜESTRO”

De acordo com o registro da Polícia Militar, a primeira história era de que Josiane Moura, 25 anos, estava em sua casa na rua Caparaó, no bairro Santana, em Manhuaçu, quando foi ameaçada e seqüestrada.

Ela contou aos policiais que estava em casa na terça-feira (28) e recebeu um telefonema. Do outro lado, a pessoa determinou que ela entrasse em um táxi, que estaria esperando-a na rua próximo a sua casa, dizendo ainda que se a mesma não fosse, a mataria e também sua filha.

Diante de tal ameaça, a mulher entrou no veículo de cor cinza e placa de táxi. O motorista do veículo parou no posto de combustível situado na Avenida Tancredo Neves, onde entrou no carro um homem encapuzado. Em seguida, seguiram viagem.

Segundo Josiane, foi deixada trancada em uma casa. Uma pessoa encapuzada serviu comida diariamente para ela no cativeiro.

Na sexta-feira, pela manhã, aproveitando que não estava sendo vigiada, quebrou um vidro da janela da frente da casa e conseguiu fugir, pegando carona em um caminhão que a deixou no posto de gasolina em São João do Manhuaçu.

Depois de contatar seu irmão, Josiane chamou a polícia. No dia, houve tentativa de descobrir onde seria o cativeiro, mas, devido ao estado emocional da mulher, os militares não conseguiram mais informações.

CATIVEIRO

O cativeiro foi descoberto depois que o dono da casa alugada, em São João do Manhuaçu, ficou sabendo do episódio estranho ocorrido na cidade.

Depois da divulgação do relato de Josiane Moura, 25 anos, os policiais do destacamento de São João do Manhuaçu receberam ligações e foram procurados pelo pedreiro José Antônio Rosa, 42 anos.

Dono de uma casa na rua Humberlino Nogueira, Bairro Boa Vista, ele contou que ligou a história da mulher com o episódio que vivenciou na sexta-feira.

O pedreiro explicou que havia alugado a casa para um indivíduo claro, magro, que disse ser baiano e pagou trinta dias de aluguel adiantado. O prazo venceu no sábado, dia 1º. Ele foi até a casa para acertar mais um período de aluguel, não encontrou tal indivíduo e deparou com o vidro da janela da casa quebrado.

Ele não tinha os dados do inquilino, mas garantiu que conseguiria identifica-lo se o visse. A perícia foi chamada para os levantamentos no local do cativeiro.   Carlos Henrique Cruz e Jailton Pereira - 10/09/07- 23:05 - portalcaparao@gmail.com

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