Artigo: Parabéns Manhuaçu - 134 anos

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É com muita alegria que Manhuaçu comemora, neste dia cinco de novembro, 134 anos de emancipação. Esta data é bem conhecida na região em razão das grandes comemorações que acontecem na sede do município. E de fato este povo tem muito que comemorar, pois nestes 134 anos foram várias as conquistas em prol da melhoria do município. Mas além das comemorações é preciso refletir um pouco mais sobre esses 134 anos de história, lembrar daqueles que se dedicaram ao máximo para torná-lo melhor.

De acordo com a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, a vila de São Lourenço (atual cidade de Manhuaçu) localizava-se junto ás demais vilas e arraiais que formavam o vale do Manhuassu, uma extensa região no leste de Minas Gerais e que tinha sede administrativa no município de Ponte Nova - MG.

Como as decisões políticas eram tomadas na sede, Ponte Nova - MG, que era muito longe, surgiu a necessidade de criar uma sede regional para facilitar a administração da região. De acordo com Roberto de Assis Miranda, em 1872 surgem os primeiros anseios de emancipação alimentados por reivindicações coletivas lideradas por autoridades políticas regionais.

Assim, de acordo com Roberto de Assis Miranda, foi criado o município de Manhuassu (com SS respeitando a grafia da época) desmembrado de Ponte Nova pela lei 2.407 de cinco de novembro de 1877, com sede administrativa em São Simão, atual município de Simonésia.

Insatisfeitos com a instalação da sede em São Simão, os habitantes da vila de São Lourenço formaram uma comissão em prol da transferência da sede. E em 13 de janeiro de 1880 o governo provincial promulga a lei 2.557 que transfere a sede para a vila de São Lourenço.

Assim, surgiu o município de Manhuassu, um dos maiores do estado de Minas Gerais na época e que deu origem a 51 municípios na região. Com uma economia promissora na área da cafeicultura e um povo batalhador com determinação suficiente para render ao município a fama de ser a “capital do café” no estado de Minas.

Terra dos grandes coronéis que por várias vezes quebraram o silencio que pairava sobre a pequena Manhuassu com grandes conflitos pelo poder local. Conflitos que resultaram em um movimento separatista, o qual fez de Manhuassu uma republica independente com moeda própria por 22 dias. A “República Manhuassu” foi esmagada por tropas federais, segundo o Historiador Flavio Mateus dos Santos.

Não poderíamos deixar de mencionar a existência da estrada de ferro Leopoldina que tanto contribuiu para a ascensão econômica do município. Boas lembranças! Foi o que ficou na memória daqueles que por várias vezes puderam ver o trem chegar à estação rompendo com o silêncio da pequena Manhuassu, abastecendo a região e levando o que ela produzia de mais precioso, o café. A estrada de ferro cumpriu seu papel na história de Manhuaçu e depois de algumas décadas cedeu seu espaço às modernas rodovias federais.

Ao longo dos 134 anos de história, varias mudanças ocorreram em Manhuaçu, através das lutas de seus moradores, de seu povo. Por isso é importante lembrarmos sempre de nossos antepassados que fizeram o possível para tornar o município ainda melhor. E foi a custa de muito trabalho e dedicação que Manhuaçu se tornou nos dias atuais um município de destaque, não só na região, mas em todo o estado de Minas. Com uma economia sólida e invejável baseada na cafeicultura e no comércio, que faz com que o município passe por uma grande onda de crescimento físico e intelectual visivelmente notória.

Sabemos que ainda existem problemas no município, mas acima dos problemas existe um grande sentimento de fé e esperança que une e impulsiona este povo acolhedor e carismático a correr atrás dos seus sonhos e dá a certeza de que o futuro será bem melhor.

Enfim, que neste dia cinco de novembro possamos, alem de nos divertirmos com as festividades que estão acontecendo, voltar nossos olhos para a história. A História de um povoado que nasceu junto a um aldeamente às margens de um “rio grande”. E que não tardou a se emancipar, tornando-se um enorme município. Um município que sonhou alto, tão alto a ponto de tornar-se uma república independente. Sonho que dourou pouco. Mas o sonho de se desenvolver permaneceu e hoje, depois de tantos anos de muita luta, Manhuaçu respira ares de cidade grande, mas preserva o aconchego e a simpatia de uma cidade do interior mineiro.

PARABENS, MANHUAÇU!

Adilson Bulado Marques
Graduando em História pela FACIG