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Segurança

Presos colocam fogo em colchões

16/03/2007 - Atualizado em 20/03/2007 06h19

Presos da cela 03 da Cadeia Pública de Manhuaçu colocaram fogos em colchões e acabaram se ferindo no início da noite de quarta-feira. A atitude de revolta foi uma reação à possibilidade de colocar um detento envolvido em estupro na cela deles. Um dos presos, João Batista da Silva, o Batistinha, teve queimaduras de segundo grau e foi transferido para um hospital de Belo Horizonte.

Segundo o delegado Getúlio Vargas Lacerda, no final do ano a Polícia Civil de Manhuaçu transferiu vários presos depois da rebelião promovida no dia 31 de dezembro. Entre os transferidos, presos envolvidos com ocorrências de estupro e violência contra a mulher. No código da carceragem, os colegas de cela não perdoam os que cometem esse tipo de violência. “A questão é que as outras cadeias também não têm espaço e estão devolvendo esses presos. Nessa quarta-fera, quando trouxemos um dos que estava em Lajinha, eles reagiram desse jeito, porque não aceitam o novo companheiro de cela”, conta o policial.

Batistinha e Manoel Xavier Neto, o Leo, colocaram fogo nos colchões. Vários deles tiveram queimaduras e alguns ferimentos, mas foi João Batista o que teve lesões mais graves.

ENVOLVIDOS

A Polícia Civil apontou como envolvidos na confusão, além dos dois presos que iniciaram o fogo, os detentos da cela 03: Fábio Júnior Teixeira, Tiago Valério Alves Rosa, Adão Viana e Paulo Gomes Mendes.

O delegado admitiu que a cadeia, a exemplo do sistema prisional como um todo, está acima da capacidade. Ele reclamou da morosidade para que a Polícia Civil deixe de cumprir a função de vigiar presos. “Nossa função é investigar, mas enquanto isso não se concretiza, temos que assumir isso”, afirma.

Getúlio Lacerda disse também que não há como impedir que os presos de crimes diferentes sejam separados dos outros. “Existe um esforço da Polícia Civil e do Ministério Público para abrir vagas no Sistema Penitenciário para a transferência de presos condenados, mas isso é demorado”, contou. Os outros feridos foram atendidos no pronto atendimento e liberados em seguida para a cadeia.

O detento transferido de Lajinha envolvido em estupro continua mantido isolado dos demais, apesar da falta de espaço.

Carlos Henrique Cruz - 16/03/07 - 11:32 

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